Tribuna Ribeirão
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O semáforo 

Rui Flávio Chúfalo Guião *
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No nosso dia a dia, beneficiamo-nos dos práticos semáforos para controlar o tráfego e melhorar a segurança do trânsito e nem sempre nos damos conta de sua presença. Eles estão de tal maneira integrados à paisagem urbana, que nos esquecemos desta conquista do mundo moderno.

No final do século XIX, o tráfico de carruagens e cavalos era tão grande em Londres, a  ponto de ser necessário um guarda para controlar o volume de veículos em direção à ponte existente em frente ao edifício do Parlamento.

Em 1868, o  inglês, John Peake Knight,  engenheiro de ferrovias, criou o protótipo do primeiro semáforo: uma torre, com duas tabuletas indicativas de pare e siga, operada por um guarda, na base de sua estrutura. Para funcionar também à noite, introduziu luzes verde e vermelha, produzidas por gás. A invenção durou dois meses, pois uma explosão no combustível das luzes destruiu o equipamento e matou o guarda que o operava.

Mas, a chegada e popularização do automóvel mudaram a vida das pessoas. Nos anos 1920, já havia mais de oito milhões deles rodando nos Estados Unidos, o que motivou o inventor americano afro-descendente Garret Morgan a patentear um sinalizador de trânsito, com três luzes elétricas de cores diferentes  – verde, amarelo e vermelho- operado automaticamente. Ainda coexistiam nas ruas carros, carruagens e cavalos. Posteriormente, Morgan vendeu sua patente à General Electric.

Junto com o semáforo, surgiram os sinais luminosos para pedestres, inicialmente com as indicações stop e go, que foram substituídas posteriormente por uma palma da mão verde ou vermelha. Isto porque o turismo floresceu e vários estrangeiros poderiam não saber o significado dos verbos em inglês.

O primeiro semáforo a ser instalado no Brasil ocorreu na cidade de São Paulo, no ano de 1935 , no bairro do Brás e iniciaria a substituição dos simpáticos policiais que ficavam em cima de uma plataforma nos cruzamentos, indicando com seu braço e apito, a direção do transito.

Inicialmente, os semáforos automáticos mudavam de cor de acordo com uma programação anterior, onde se podia estabelecer ciclos iguais ou privilegiar o tempo de abertura, de uma das vias. Por exemplo, ele ficaria mais tempo aberto para o tráfego de uma avenida.

Com a automação moderna das coisas, permitida pela invenção dos computadores e dos sensores, hoje os semáforos, em conjunto com radares eficientes e modernas câmaras de TV, podem ser programado para analisar o tráfego da vias e definir o tempo de mudança das luzes, de tal sorte que privilegie o trânsito de veículos da rua mais cheia. Podem também se comunicar com outros sinais de trânsito, para permitir um mais rápido escoamento.

Com o computador e a inteligência artificial, modernos sistemas centrais monitoram a rede de sinaleiros, usando para isto o conhecimento imediato dos gargalos do trânsito, além de medir fluxos e comunicar acidentes e gerir congestionamentos.

Alguns sinais inteligentes já funcionam na cidade de São Paulo e Ribeirão Preto planeja instalar os seus primeiros até o final do ano.

* Advogado e empresário, é presidente do Conselho da Santa Emília Automóveis e Motos e Secretário-Geral da Academia Ribeirãopretana de Letras 

 

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