A Teoria evolucionista de Darwin!
A Teoria de Gaia de James Lovelock nos informa que a Terra é um ser consciente e Senciente. Em seu livro, O Ponto de Mutação, o físico Fritjof Capra conta como a Terra se modificou, se adequou, para abrigar a vida física. Detalha, por exemplo, como a Terra, durante milhões de anos, manuseou vários de seus componentes para deixar sua atmosfera com 21% de oxigênio livre, o que faz dela a fonte da existência física, pois além de defendê-la do permanente bombardeio do espaço sideral, tudo e todos a respiram no Planeta. A prova de que o fez conscientemente é que se esse nível chegar a 25%, absolutamente tudo em sua superfície entrará em combustão espontânea, mas se baixar a 15%, tudo se congelará. Acaso? A Teoria de Gaia, que o próprio Lovelock, por quase 30 anos, teve que batalhar com fórmulas matemáticas para prová-la cientificamente correta, diz que não.
No último artigo (T2) vimos como a mais avançada ciência existente prova, com a exatidão de fórmulas que chegam até a 13ª casa depois da vírgula, mostra como a matéria é formada. Então, nem a Terra e nenhum dos astros maravilhosos que enfeitam o cosmos podem ser bolas estúpidas que giram no espaço criando coisas vivas sem qualquer propósito. É lógico que a Vida que habita esses astros não pode ser obra do acaso. Quem acredita nisso, ou é muito ingênuo, ou gosta de viver enganando a si mesmo.
O ponto aqui abordado, no entanto, é mais delicado, pois trata do fato de que a teoria de Darwin levou milhões de pessoas ao agnosticismo, e de certa forma consolidou o ceticismo científico em relação às coisas de ordem espiritual. Esta posição que na época, devido à predominância do pensamento cartesiano já apresentava características quase monolíticas, face à substância que a descoberta da Lei da Gravitação Universal por Isaac Newton dera ao pensamento mecanicista e reducionista, acabou como um dos alicerces da crença em um mundo máquina. Este seria constituído exclusivamente de matéria sólida, a qual é aleatoriamente criada e se reproduz e evolui através de processos e reações físico-químicas.
A verdade é que, Darwin como a maioria dos cientistas, somente estudou a manifestação material da vida e elaborou uma teoria com base nos conhecimentos e instrumental disponíveis na época. Naquele momento, ele não poderia nem imaginar o processo de regulação da vida chamado de “autopoiese” da Teoria da Cognição dos cientistas Chilenos Humberto Maturana e Francisco Varela, a qual afirma que os organismos vivos sofrem mudanças estruturais contínuas ao mesmo tempo em que conservam o seu padrão de organização em teia. Nesta teia, os organismos, produzem e se transformam uns aos outros, tanto pela autorrenovação, quanto pela criação de novas estruturas.
Não é o meio ambiente, ou as dificuldades de existir impostas de fora para dentro, que obriga a vida a se alterar em sua manifestação física. Mas, sim a Vida que, analisando as condições tanto do meio ambiente, quanto do ser vivo, promove alterações em ambos, (processo de regulação da vida) da maneira mais apropriada, descartando as velhas alternativas como menos adequadas. O que significa que a seleção não é feita pelas disputas entre as próprias criaturas como prega o materialismo, mas pela própria Vida com absoluta harmonia. A moderna ciência da autopoiese aborda esse fato com as seguintes palavras: – “O sistema vivo se liga estruturalmente ao seu ambiente, através de interações recorrentes, cada uma das quais desencadeia mudanças estruturais no sistema”. Isto significa que, as mudanças na estrutura física dos sistemas vivos acontecem como resposta inteligente às influências ambientais e o natural anseio por ser cada vez melhor que todo sistema vivo carrega dentro de si. Por isso, como Darwin analisou detida e profundamente a manifestação material das estruturas vivas, encontrou aí um mutante desenvolvimento progressivo que começa no nível celular da vida.
1 Maturana e Varela definem: “A cognição é a atividade que dá garantia à autogeração e autoperpetuação das redes vivas, ou seja, o processo da vida, denominado AUTOPOIESE. A autopoiese, portanto, está intrinsecamente ligada à cognição. Isto implica em que a atividade de organização de todos os sistemas vivos é mental e as interações destes organismos com o seu ambiente é cognitiva. Conclui-se: a vida e a cognição estão ligadas definitivamente e a atividade mental é imanente à matéria em todos os níveis de vida”.
1 Do livro A Teia da Vida – Fritjof Capra – Editora Pensamento-Cultrix, 1996.