[A crença de que vivemos tempos extraordinários vai desde o agnosticismo de Lovelock e seus colegas materialistas convictos, que acreditam que a Terra foi pressionada a tal ponto em seu equilíbrio natural, que está reagindo aleatoriamente na busca de se reequilibrar, para voltar à situação original que ela levou milênios para formar, até os ingênuos crentes supersticiosos, que identificam nos diuturnos catastróficos acontecimentos o castigo divino imposto à humanidade, por um deus pessoal, irado com o profundo estado de degradação moral em que os seres humanos estão mergulhados.]
O QUE NOS AGUARDA!
No centro da confusão generalizada, encontram-se os espiritualistas sinceros, sabedores que o Universo é regido por Leis inexoráveis, às quais nada e nem ninguém pode se opor ou mudar. Os extremos ficam tentando moldar as coisas, ou pela força da tecnologia materialista, limitada por somente atuar no nível físico, cuja degradação ela mesma ajudou a consumar, ou pelo radicalismo ignorante, acreditando que assumir uma postura submissa – em sua maior parte medrosa, fingida, dissimulada – para com um deus inventado pelo próprio homem, portanto limitado, este possa se sensibilizar e pela força de milagres reverter a situação. Evidentemente que estes e aqueles ficam tentando identificar culpados e responsáveis, flutuando na superfície desuniforme da natureza, onde, é claro, nunca irão encontrar soluções definitivas.
As célebres palavras de Hermes Trismegisto “Assim como embaixo, assim como encima”, muito usadas para explicar as características holográficas do Universo, com base nos atuais conhecimentos quânticos, no que tange à nossa vida, podem ser usadas para se referir à nossa capacidade de conduzir nosso próprio destino, pois: “Assim como dentro, assim como fora”. Outra frase atribuída ao Sábio secular é: “O Homem nada sabe; mas é chamado a tudo conhecer”. Antigos documentos afirmam: “O Espírito do Homem foi criado do Espírito do Pai Celestial, e seu corpo, do corpo da Mãe Terrestre”. Isto significa que, aquilo que fazemos à Mãe Terra a nós fazemos.
Em uma aldeia havia um Sábio que todos consultavam para resolver seus problemas, pois tinha sábias respostas para todas as questões. Secretamente, porém, um dos moradores tinha enorme inveja do Sábio e vivia tentando achar um meio de desmoralizá-lo. Teve a seguinte ideia: Vou apanhar um pássaro e esconder atrás do corpo. Depois de reunir a aldeia perguntarei ao Sábio se a ave está viva ou está morta. Se ele responder que está viva, mato-a e mostro a todos, e se disser que está morta, deixo-a voar. Ele não poderá acertar; vou desmoralizá-lo. E assim fez. Depois de provocar grande alvoroço e conseguir reunir toda a aldeia fez a capciosa pergunta: Senhor Sábio, o pássaro que tenho atrás de meu corpo, está vivo ou está morto? O Sábio olhou em seus olhos e disse: – Meu amigo, a vida do pássaro está em suas mãos. Tudo está em nossas mãos!
Com a grande exposição a que a moderna tecnologia da comunicação impõe, muitos acreditam que, se desmoralizar o outro “ganham” a questão, sem considerar se sua alternativa está correta, um sentimento degradante, ingênuo, que levam até a atos que beiram a idiotia.
Meu Neto que me ajuda nas questões relativas à moderna tecnologia da comunicação me mostrou casos de pessoas que colocaram na Internet, assuntos sem nenhuma utilidade prática ou qualquer fundamento e, sem nenhuma lógica receberam milhões de “vius”(?) – o que para nada serve, sendo consumido pelo que nada sabe e nada quer saber. Com minha formação, sofri muito com a irresponsabilidade com que milhões se expõem e tentam expor os demais.
“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”. O mundo moderno chegou a tal estado de desorientação que até essa simples máxima do Mestre foi corrompida, uma vez que até a Verdade foi desmoralizada. Temos que batalhar para devolver a “Verdade” ao seu trono de intocável.
1 Muitos ao se depararem com estas colocações são levados a condenar o sexo. Infelizmente o que está por trás destas palavras é muito pior do que pensam, pois o espírito envolvido no ato em si, vai desde o desejo sublime de perpetuação da espécie até uma simples descarga de tensões. A degradação moral que assistimos hoje é, espiritualmente falando, bem mais grave que isso.
2 Biblioteca do Vaticano. (Gregg Braden);