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O Prêmio Pulitzer

O Prêmio Pulitzer foi instituído em 1912, pela Universidade Columbia, de Nova York e destina-se a premiar os melhores trabalhos jornalísticos do ano, em cinco categorias: matérias em jornais, livros, musicais, música e poesia. Podem concorrer a ele somente norte-americanos, exceção de autores de livros que falem sobre personalidade ou história dos Estados Unidos. É um atestado de profissionalismo e excelência, perseguido pelos profissionais da área. O Prêmio Pulitzer é tão prestigiado quanto o Prêmio Nobel e torna seu detentor personalidade diferenciada.

O nome homenageia Joseph Pulitzer, um austro-húngaro nas­cido em 1847, que, depois de tentar alistamento em vários exérci­tos europeus, emigrou para os Estados Unidos, onde se integrou à Lincoln Cavalry, em Boston. Tinha um problema sério de visão, o que apressou seu desligamento, mudando-se para Saint Louis. Falava correntemente o alemão e o francês, mas, pouco inglês.

Com a vontade de progredir, que sempre o acompanhou, passou a frequentar a Biblioteca Mercantil da cidade, onde aprendeu inglês e as leis comerciais dos Estados Unidos, enquan­to se mantinha com empregos menores.

Num dia de 1868, enquanto se dedicava ao estudo na bi­blioteca, viu que dois alemães, jogando xadrez, chegaram a um impasse. Conhecedor do jogo, sugeriu movimento que destravou o difícil problema. Impressionados, os dois, que eram editores do prestigioso jornal em língua alemã, o Westlich Post, ofereceram trabalho para o jovem de 21 anos, patrocinando assim o surgi­mento de um grande jornalista.

Dez anos depois do providencial encontro, Pulitzer se torna­ria dono do jornal. Workaholic assumido, passava longas horas no trabalho, controlando e supervisionando tudo e inaugurando uma postura de defesa dos americanos, contra a corrupção e as falcatruas dos políticos e das empresas americanas.

As jornadas enormes cobraram um preço para a saúde de Pulitzer, que teve de se mudar para Nova York, em busca de melhores serviços médicos e atendendo à orientação de dimi­nuir suas atividades. Entretanto, a pausa durou pouco, pois logo adquiriu o jornal The New York World, em estado de falência, recuperando-o e tornando-o um dos mais expressivos da cidade.

Começou o uso intensivo de ilustrações, liderou várias campa­nhas em benefício da urbe, sem abandonar sua cruzada contra a corrupção e as falcatruas. Entretanto, o seu sucesso incomodou o jornal nova-iorquino The Sun, que lançou campanha difamatória, pelo fato de Pulitzer ser judeu, o que fragilizou mais sua saúde.

Em 1890, quando tinha 43 anos, deixou o jornal e procurou cura em viagens ao exterior, sem grande sucesso. Seus problemas de visão aumentaram, agora com dificuldades também em ouvir.

Em 1904 fez testamento, doando à Universidade Columbia, de Nova York, a grande quantia de um milhão de dólares (valor atual em torno de 33 milhões de dólares), destinada à criação de uma Escola de Jornalismo, naquela Universidade, o que ocor­reu após sua morte, em 1911. No testamento, previu também a criação do Prêmio Pulitzer.

Pulitzer é considerado o pai do jornalismo moderno ame­ricano. É de sua autoria a famosa citação: “Nossa República e sua Imprensa crescerão ou desaparecerão juntas. Uma imprensa capaz, desinteressada e dotada de espírito público, com inteli­gência treinada para conhecer o direito pode preservar aquela virtude pública, sem a qual o governo do povo é uma farsa e uma zombaria. Uma imprensa cínica, mercenária, demagógica produzirá, com o tempo, um povo tão vil quanto ela. O poder de moldar o futuro da República estará nas mãos dos jornalistas das gerações futuras”.

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