Tribuna Ribeirão
Artigos

O Paraguai e sua Literatura: RUBÉN BAREIRO SAGUIER (2)

Três livros de poemas foram escritos por Rubén Bareiro Saguier: “Biografía de ausente”(1964), “A la víbora de la mar” (1974) e “Estancias, errancias, querências” (1982). De acordo com especialistas, estas três obras comungam temáticas, diferenciando-se na ideia e na redação de seus poemas. Da primeira, “Biografía de ausente”, o sugestivo título já sinaliza sobre seu conteúdo: a visão de um exilado. Saguier, ausente voluntariamente do Paraguai no período de 1962 a 1971, e forçosamente a partir de 1971, nessa obra foca a terra e o campo paraguaios, bem como, a infância e a família, entre outros. A forma poética mais frequente para expressá-las? A oração.

Um exemplo de “Biografía de ausente”? ‘Carta filial’. “Tu palabra borbota junto a la sal y el papel, Tu corazón de música crepita entre la leña. De entre las brasas brota, crece del fuego, llega este río de pasto, una canción dormida en tu regazo. El guardapolvo de agua, la lengua del azúcar. Al fondo los mismos campesinos bordan los mismos surcos en una tierra vieja. Cansada de semillas, más atrás, el retrato de abuelo en marco oval, el de papá en el marco de la puerta, en el pátio, en los muros, em el cielo y en su caballo zaino. Pero has vuelto a tu carta con aroma de leño al íntimo registro civil afectuoso (Que ha nacido, que ha muerto, que ha casado. La fiesta del bautismo, la historia en miga fresca. Yo pienso en tus palavras. Yo pienso en el follaje constelado de pájaros. Los labios del cariño han escrito mi piel, Lo sé pero me gusta oírtelo de nuevo. Entre el fogón y el día, una paloma de humo levanta vuelo desde tu mano”

Por sua vez, em “A la víbora de la mar” Saguier, afastando-se das trevas e ressonâncias deixadas em sua alma pelo exílio, apresenta ao público leitor poemas breves semelhantes aos haicais japoneses. Inda­gado sobre isso, especialistas esclarecem que Saguier afirmou que a estrutura dos poemas aproxima-se de uma construção típica do guarani, o kotnú. Nas palavras destes, era um estágio na vida do escritor em que as obsessões se transformavam em fardos. “Talvez Bareiro entendesse que a realidade paraguaia não o conhecia mais em primeira mão e que corria o risco melancólico e complacente de plagiar”. O que ele fez, segundo os estudiosos do assunto? Criou variações sobre os temas, reforçando e renascendo a abordagem temática. “E de certa forma, Bareiro fez as duas coisas”.

Nas palavras da crítica, “Bareiro já está dividido entre as lembranças da natureza de seu país e a experiência das cidades. Meia vida em Paris o influenciou a entender e estar mais ciente do Paraguai, mas ao mesmo tempo sua distância física o impediu de um novo conhecimento dele. Outra derivação do exílio são os ataques. Uma seção é dedicada a lugares específicos onde uma experiência foi registra­da de forma mais intensa, principalmente com a mulher que ele amava. Os poemas escritos em Toledo, Jerusalém e Puebla são delicadamente emocionantes, onde o amor ou as substâncias da terra natal são súbita e intensamente vivificados. Os poemas com a mulher são estendidos para a próxima seção, que, na melhor das hipóteses, deixa uma sensação trêmula de tristeza.”

Alguns exemplos? ‘Descampado’. “Bajo las estrellas, con un ojo apagaba el cielo, Con el otro soñaba”. Bem como, ‘Separación’, “Qué cosa más extraña estar vivo bajo el árbol oscuro de la distancia. Segundo o autor: “Como la mayoría absoluta de los autores paraguayos, yo soy un escritor colonizado. El prestigio de la lengua escrita, la del colonizador, modeló la estructura de nuestra expresión literaria. Los presentes mi­nipoemas constituyen un intento de quebrar, en cierta medida, esa situación; una forma de rebeldía verbal contra los cánones impuestos, y que hemos asumido con la adhesión de una herencia inconsciente”.

Em “Estancias, errancias, querências”, Saguier, buscando iniciar uma nova etapa em sua poesia, segundo especialistas, “se liberta parcialmente das cadeias temáticas e estruturais. Há poemas nostálgicos da pátria, que são sem dúvida os melhores do conjunto; Há a experiência dos dois meses de prisão em 1972 que mais tarde lhe custaram a expulsão do país e o longo exílio forçado de mais de 14 anos; existem os poemas de viagem; existem poemas de amor; há canções escritas nos anos cinquenta que são pequenos fogos líricos”. Um exemplo? ‘Patria’, “Mi pátria. En nuestra patria de todos ya amanece. Hace tiempo, en el despuntar de los días. Tar­decita-cita. Los pájaros cantan, cantan tristemente: vámonos, vamos sin rumbo con el atardecer. En nuestra patria de todos, oscura, oscurece-rece. Outro? ‘Música de la memoria’, “Hoy hace un mes, o un año, tal vez un siglo, de silencio entre las mansas cucarachas del olvido. Pero anoche una leve humareda de música, una ráfaga de notas en el viento desató el nudo de mis manos, el hosco garrotillo en mi garganta y el mundo me cayó sobre los ojos, sobre los labios, goterones de voces, de lágrima o de plomo después de la sequía hasta entonces lo huía. Por ejemplo, no podía pensar el otoño rojizo de París, el París de herrumbrados castanhos y plazas escondidas. Ni siquiera podía evocar las jacarandás azuleando el cielo en las calles de la ciudad prohibi­da. Es que el sol es apenas un recuerdo manchado por las rejas. Este es el fondo más hondo del pozo y esta oscuridad se asume en soledad, con la angustia, las moscas, los olvidos, las ratas monstruosas. La memoria es una llamarada que quema, que lancina. Y de golpe, un traguito de música pueda más que las rejas, que el dolor de la afrenta, más que los interrogatorios, que las garras prensadas de los cuervos”.

No entender dos estudiosos de sua obra, em “Estancias, errancias, querências”, o autor já está dividido entre as lembranças da natureza de seu país e a experiência das cidades. “Meia vida em Paris o influenciou a entender e estar mais ciente do Paraguai, mas ao mesmo tempo sua distância física o impediu de um novo conhecimento deste. Outra derivação do exílio são os ataques. Uma seção é dedi­cada a lugares específicos onde uma experiência foi registrada de forma mais intensa, principalmente com a mulher que ele amava. Os poemas escritos em Toledo, Jerusalém e Puebla são delicadamente emocionantes, onde o amor ou as substâncias da terra natal são súbita e intensamente vivificados. Os poemas com a mulher são estendidos para a próxima seção, que, na melhor das hipóteses, deixa uma sensação trêmula de tristeza.” Vale conferir.

Postagens relacionadas

Mobilidade urbana: muito além do trânsito

William Teodoro

Covid-19: Quando e como reabrir as escolas (13)

Redação 1

A saúde pública no Brasil – parte 3

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com