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O novo coronavírus e a saúde mental – Parte III

O novo coronavírus trouxe profundas modificações na vida das pessoas no mundo inteiro, já que foi cientificamente constatado que sem essas modificações o desfecho da evolução da doença seria certamente catastrófico para a humanidade. Como já é do conhecimento de todos nós esse novo coronavírus surgiu na China e se espalhou pelo mundo levando a um sofrimento terrível na vida das pessoas.

A doença é chamada de covid-19 e ela é, em si, uma doença grave de­vido ao fato de um percentual desses doentes têm um desfecho desfavorá­vel. Essas mudanças no estilo de vida das pessoas impactam de tal maneira as suas vidas que causa o aparecimento de doenças na esfera emocional, entre elas a ansiedade e a depressão já abordadas aqui mesmo nesse espaço em edições anteriores.

Além desses transtornos há outros como os distúrbios do sono, objeto dessa apresentação de hoje. Como de costume, formatamos essa discus­são no mesmo esquema de perguntas e respostas e fornecemos também uma visão panorâmica do mundo, do Brasil, de nosso estado e região em relação ao novo coronavírus e seu impacto nas vidas das pessoas.

1) Nos últimos oito dias houve alguma mudança no mundo em rela­ção ao novo coronavírus?
Houve sim e felizmente parece que está havendo uma mudança e para melhor. Na China a pandemia está praticamente controlada. Nos países vizinhos o aumento tem sido pequeno. Reino Unido e França, ainda está sendo registrado aumento embora em menor escala. Na Itália e Espanha parece que está havendo uma contaminação e óbitos em menor número.
Já nos Estados Unidos continua havendo registro de aumento muito grande tanto nos casos de infectados quanto no número de óbitos. É uma situação desesperadora o que está ocorrendo naquele grande país, onde já existem mais de cem mil mortes e o número de contaminados s e aproxi­ma dos dois milhões.

2) E no Brasil, qual é a situação no que se refere ao novo coronavírus?
No Brasil a situação é desastrosa como já havíamos previsto, chegando a registrar quase uma morte por minuto nas últimas 24 horas. Hoje já temos mais de 30 mil brasileiros mortos e quase 600 mil infectados. E há estudos mostrando que esses números são menores do que a realidade, pois em nosso país o sistema de saúde é frágil e desorganizado. Outro aspecto preocupante é a proliferação do vírus para lugares distantes e desprovidos de recursos médicos e hospitalares para atender à população inclusive nas aldeias indígenas.
Muitos estados já estão com seus sistemas de saúde em colapso como os estados do Amazonas, Pará e Ceará. Enquanto isso, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas observa-se um grande aumento do número de casos. Nesse oceano de dificuldades, o estado de Santa Catarina soube no momen­to certo tomar as medidas preventivas e o resultado foi extraordinário. O número de óbitos e de contaminados igualmente insignificante.

3) E nesse contexto de novo coronavírus qual é a situação do estado de São Paulo, e de nossa cidade e região?
Em nosso estado a situação continua muito grave. Já chegamos a mais de 110 mil infectados e quase oito mil mortos e o que é pior: a discemina­ção do vírus está atingindo as pequenas cidades onde os recursos médicos e hospitalares são precários. Em nossa cidade e região estão sendo regis­trados aumento do número de mortes e de infectados. Com a abertura do comércio por um período reduzido de horas, certamente vai contribuir para favorecer à proliferação do vírus.

4) O isolamento social imposto à população pode afetar o sono das pessoas?
Pode sim. E realmente o novo modo de viver e o medo da doença contribuem e muito para comprometer a saúde mental e em particular por trazer uma situação estressante o que leva a pessoa a não dormir direito. No Brasil, em situação normal, mais da metade da população já é portadora de insônia e em situação de isolamento a dificuldade de dormir está atingindo mais de 50 por cento das pessoas e isto significa que prati­camente quase todo mundo está com dificuldades para dormir. (Continua na próxima semana).

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