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O nome dele é Artur

Se as Instituições e os Poderes não têm alma, eles se projetam na vida em sociedade, seguramente, através da consciência, do caráter e da crença e dos braços de seus servidores. Nasce assim o reconhecimento da legitimidade das Instituições e dos Poderes, mantida mediante o vincu­lo invisível da confiança.

Na advocacia não se cansou de falar da lição que se adquiriu muito cedo, para a qual a compreensão da lei é antes a compreensão do juiz, a rigidez da lei é antes a rigi­dez do promotor, o entusiasmo da lei é antes a devoção do advogado. Por isso, a justiça é o que é o homem e a mulher que a ela se dedicam.

Eis que, de quando em vez, surge essa lição da prática da advocacia, especialmente quando se afasta da profissão escolhida um magistrado digno, independente, preocupa­do em revelar o seu sentimento de justiça naquele litígio, naquele dissenso, naquele conflito judicial, e durante anos e anos e, ainda, fazendo-se tolerante e respeitoso na rela­ção intersubjetiva do convívio social.

É exatamente o caso do desembargador Artur Marques da Silva Filho, que por força da idade, recolhe-se à aposen­tadoria compulsória, com a mesma lucidez, com a mesma retidão de caráter, com a mesma devoção a tudo que fez e ainda fará, em decorrência do compromisso que adotou para servir à sociedade e ao país.

Pai caminhoneiro provindo do Paraná, encontrou na Policia Militar seu degrau de ascensão dos filhos. Artur não foi diferente, ingressou na Policia Militar e ali acrescentou mais disciplina à sua ética, durante mais de quinze anos.

Depois, transferiu-se para a Magistratura Paulista e nela sem nenhuma alteração de compostura, serviu ao Poder Judiciário de São Paulo e do Brasil, com a mesma sensibili­dade de sempre, com a mesma elegância no trato, respeito­so, tolerante, sem nenhuma transigência ética.

Foi presidente da APAMAGIS – Associação Paulista de Magistrados e chegou à vice-presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo sempre projetando a personalidade de quem esteve em variado ambiente, desde sua origem humilde, absorvendo o que de melhor oferece o aprendiza­do da vida.

Artur Marques da Silva Filho seguirá com dignidade, simplesmente porque sempre viveu assim.

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