Tribuna Ribeirão
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O Museu da Imagem e do Som e o Instituto do Livro 

Edwaldo Arantes *
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Tive a felicidade de firmar uma sólida parceria com o MIS – Museu da Imagem e do Som de Ribeirão Preto, sob a Presidência do Ewaldo Arantes, administrador e brilhante executivo, foi sem dúvida o mais importante dirigente da entidade, transformando em ações um dos mais importantes órgãos da administração municipal, chegando ao ápice com a inauguração de uma belíssima sede própria, pois o equipamento público, vivia em um acanhado espaço da Casa da Cultura.

Surgiu das mãos competentes e visionárias do Valdemar Corauci Sobrinho e sua longa dedicação em prol de Ribeirão Preto.

Um realizador sem parâmetros e fronteiras, a quem a cidade muito deve, pela sua participação fundamental nos nossos destinos e nas realizações marcantes que brotaram da sua energia, talento, honestidade, dignidade e trabalho, exemplo de homem público.

Muitas atividades marcaram a união entre o Instituto do Livro e o Museu da Imagem e do Som, dentre muitas, menciono:

O lançamento do livro, palestras e atividades sobre a vida e  trajetória da Madre Maurina Borges da Silveira, presa, torturada e banida pela violenta e assassina ditadura militar.

O outro, o inédito encontro da histórica “Boca do Lixo” e seus principais fundadores e personagens.

O livro, “A coragem da inocência, escrito pelo saudoso Saulo Ramos e o Frei Domingos Borges da Silveira,  irmão da religiosa, narra em riquíssimos detalhes a verdadeira existência da Irmã, seus atos em prol dos desvalidos até o seu calvário, pelas mãos nefastas do órgãos repressores.

“A “coragem” e a “inocência” são de madre Maurina. A “covardia” e a “culpa” são dos ditadores e seus cúmplices, corajosos só enquanto os acobertou a ditadura, serão covardes e culpados para sempre”.

O inesquecível e talentoso repórter, que marcou a Rádio, o jornalismo e a literatura, com seus inesquecíveis e épicos momentos, como o “Pinga Fogo” e a vasta obra deixada.

A Freira Maurina, foi presa em Ribeirão Preto, quando dirigia o Lar Santana, na Vila Tibério, torturada e banida.

O brilhante dirigente público, trouxe a Ribeirão Preto, o religioso de Uberaba, para uma noite inesquecível, cheia de lembranças, ternuras e ensinamentos, foi ao lado de Saulo os grandes maestros, regendo as atividades que ficaram para sempre nos anais, da nossa história.

O MIS resgatou  a trajetória do eterno berço do cinema, a “Boca do Lixo”.

“Nessas ruas, todos são donos da verdade cinematográfica.”

A afirmação do diretor de cinema Ozualdo Candeias resume bem o que foi o quadrilátero que virou polo do cinema brasileiro entre as décadas de 1960 e 1980:

A Boca do Lixo, localizava-se entre no bairro da Luz, abrigando os maiores talentos da cinematografia, hoje uma das regiões mais degradadas da cidade de São Paulo, a chamada cracolândia, notória pela presença de moradores de rua e dependentes químicos.

Devido ao brilhante Ewaldo Arantes, conseguimos refazer em Ribeirão Preto, toda a rica história de um dos marcos da sétima arte, com a presença de diversos ícones, com exposições, debates, lançamentos e projeções das películas eternas, que marcaram para sempre a memória cinematográfica brasileira.

Uma exposição realizada no Shopping Santa Úrsula, “A boca de cinema de São Paulo”, foi um momento inesquecível.

A mostra reuniu peças dos acervos pessoais dos diretores José Adalto Cardoso, David Cardoso e Virgílio Roveda, doadas ao MIS em 2012, que foram usadas durante o período de produção na região da “Boca do Lixo”.

Itens como câmeras, projetores, cartazes de filmes, roteiros originais e encostos de cadeiras usados por Mazzaropi, além de livros sobre os filmes produzidos pela “Boca do Lixo” e sobre o lendário personagem de José Mojica Marins, o lendário, Zé do Caixão, também, uma das estrela, da “Boca”.

Um orgulho ter vivido estes momentos ao lado de tantas pessoas inesquecíveis, principalmente, com meu Irmão Ewaldo Arantes, o grande comandante, idealizador e realizador da nossa história, pela imagem e pelo som.

* Agente cultural 

 

  

 

 

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