Divulgado pela Fundação Editora da Unesp, celebrou-se, em 7 de abril, o Dia do Jornalista. Instituído pela Associação Brasileira de Imprensa em 1931, é uma homenagem ao jornalista e médico Giovanni Battista Líbero Badaró, assassinado a tiros em 20 de novembro de 1830. Sua contribuição para a imprensa começou com a criação do jornal periódico Observatório Constitucional, que denunciava atos ilícitos cometidos pelos governantes. Badaró também era dono de um dos primeiros escritos publicados no Brasil em defesa da liberdade de imprensa, o que incomodava os governantes da época, incluindo D. Pedro I, suspeito de ter mandado matar Badaró. Esse fato, somado ao descontentamento da população pelos atos de repressão do monarca, culminaram no declínio do imperador, que, em 7 de abril de 1831, abdicou seu poder. Uma marca na história da imprensa. A proximidade da data é uma oportunidade para refletir sobre o papel da imprensa e de seus profissionais na sociedade. Neste contexto, algumas dicas sobre o tema soam importantes. Vejamos alguns destaques.
Em “Jornalismo na era virtual”, Bernardo Kucinski aborda temas como Ética, Práxis e Discurso, envolvendo,entre outros tópicos, ética jornalística,corrupção, internet, economia virtual,declínio e morte do jornalismo como vocação, paradoxos do jornalismo neoliberal, o jornalismo econômico na era neoliberal, a mentira e a imaginação no relato jornalístico. Em “Jornalismo público”, Danilo Rothberg não se limita a identificar os fatores que impedem os meios de comunicação de massa de cumprir sua função social, contribuindo para o fortalecimento da democracia nas sociedades contemporâneas. O autor discute as alternativas possíveis para conectar o jornalismo ao interesse público, bem como para preservar, de fato, o direito à informação, componente central do Estado moderno.
Já em “Os Ferrões”, o organizador José Leonardo do Nascimento trata d’Os Ferrões, um quinzenário que circulou no Rio de Janeiro entre junho e outubro de 1875, sendo distribuído também pelo correio a assinantes de diversas cidades. Seus autores, José do Patrocínio e Demerval da Fonseca, divulgavam textos de tom predominantemente jocoso e desferiam agudas e muitas vezes incômodas “ferroadas” na sociedade imperial, como sugere o nome da publicação. Com “A Gazeta Musical”, Clarissa Lapolla Bomfim Andrade esclarece que, por ocasião de a imprensa brasileira começar a ganhar seus contornos mais nítidos, como espaços públicos de debate de ideias, uma pequena revista fluminense tomou para si a missão de educar o gosto musical do povo. Era a Gazeta Musical, publicada entre 1891 e 1893, na qual o que estava em jogo não era somente o suposto “atraso” artístico do Brasil em relação à Europa,mas sim o futuro e o progresso da nação.
Para completar, com a publicação de “Hamlet no Holodeck”, a autora Janet Murray tornou-se uma referência fundamental no campo da narrativa interativa em todo o mundo. A abrangência de seu estudo, que relaciona literatura, cinema, vídeo e linguagens digitais, teve repercussão em diferentes âmbitos de pesquisa e desenvolvimento tecnológicos, ao alertar para a essência multidisciplinar das novas mídias e apontar para o nascimento de mais uma linguagem expressiva. Não ficando só nos livros, vale lembrar o filme “Todos os homens do presidente”, com os atores Dustin Hoffman e Robert Redford. Na trama, dois jornalistas investigam o escândalo de Watergate para o jornal Washington Post. Descobrem uma rede de espionagem e lavagem de dinheiro, o que acaba por levar à renúncia do então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon.
A todos do jornalismo, nossos cumprimentos pelo dia.