Em seu segundo mandato o vereador Maurício Gasparini (PSDB) é um defensor entusiasta da Região Metropolitana de Ribeirão Preto. Presidente da Comissão Permanente de Assuntos Metropolitanos do Legislativo ribeirão-pretano, ele afirma que tem trabalhado para a união de todos os vereadores dos 34 municípios que a integram por meio do Parlamento Regional Metropolitano de Ribeirão Preto, criado e presidido por ele.
Filho do ex-prefeito e deputado Welson Gasparini, o parlamentar afirma que sua grande missão é dar continuidade ao estilo gasparinista de se fazer política. Em entrevista ao Tribuna afirmou que para isto conta com a participação efetiva do pai a quem atribui o papel de mentor, conselheiro e, acima de tudo, “espelho e norte na vida pública”, diz.
Tribuna – O senhor é considerado um político aliado ao prefeito Duarte Nogueira. Que avaliação faz da atual administração?
Maurício Gasparini – Em virtude de toda dificuldade financeira encontrada, pelos motivos que todos conhecem bem, penso que o primeiro passo do governo foi o saneamento administrativo e econômico de nossa administração, o que já está bem adiantado. Agora, com a abertura que o prefeito tem nos governos estadual e federal as obras, principalmente de infraestrutura, começaram a ser executadas. Ainda existem muitas que precisam de adequação e melhorias, mas temos que continuar colaborando para que isso aconteça.
Tribuna – Em sua avaliação no que o atual governo municipal errou e no que ele acertou até o momento?
Maurício Gasparini – O começo foi muito difícil. Tínhamos uma cidade muito machucada. As relações institucionais entre o Legislativo e o Executivo estavam em xeque. Portanto, esse cenário colaborou para um dos defeitos detectados, que foi a falta de diálogo entre os dois poderes. Mas com o passar do tempo, hoje sinto que este clima acabou. A principal missão que é o resgate administrativo e financeiro da máquina pública, o governo está cumprindo e muito bem. Tenho certeza que, em breve, sentiremos o resgate da qualidade de vida, que é o que todos nós mais almejamos.
Tribuna – Como o senhor classifica a atual Câmara Municipal no que diz respeito a atuação parlamentar?
Maurício Gasparini – Esta legislatura conseguiu grandes avanços. Um deles foi a transparência. Somos uma Câmara nota 10 neste quesito, segundo a Promotoria Pública do Estado de São Paulo. Outra conquista que merece destaque é a economia desta legislatura. Só no ano passado foram devolvidos mais de R$ 20 milhões.
Terminamos a construção do Anexo da Câmara de forma responsável e a obra será entregue ainda este ano. Eliminamos o Regime de Tempo Integral, as chamadas RTIs e acabamos com as incorporações nos salários. Eliminamos dezenas de cargos gerando uma grande economia para os cofres públicos, sem prejuízo do atendimento à população e ao trabalho e desempenho do vereador. Igualamos os gabinetes dos vereadores em número de assessores e limite de despesas. Temos muitas metas ainda a serem cumpridas, mas penso que o Legislativo de nossa cidade caminha bem.
Tribuna – Como membro do grupo minoritário do Legislativo que dificuldades o senhor tem encontrado para realizar seu trabalho?
Maurício Gasparini – Sinceramente, não existe hoje na Câmara este grupo minoritário. Isso ocorre somente no momento da eleição da presidência da Casa, o que eu acho salutar para o Legislativo. A partir do momento que foi escolhido o presidente, a Câmara tem trabalhado unida e com total independência procurando o bom debate nas questões primordiais para o desenvolvimento de nossa cidade.
Tribuna – Quais são os projetos de sua autoria que o senhor considera mais relevantes para a população?
Maurício Gasparini – Destaco leis como a do “Teste da Linguinha”, uma lei que hoje se tornou nacional e é meu maior orgulho. Começou aqui em Ribeirão, nasceu em nosso gabinete e tomou conta do país. Tem também o “Teste do Pezinho” que determina que todo nascituro faça esse teste como protocolo de saúde preventiva. Outra Lei, essa na área do combate à Violência contra Mulher que teve nossa participação efetiva através de uma indicação, instituiu a Patrulha Maria da Penha em nossa cidade. Ainda cito a que obrigou os bancos a instalarem em sua área externa câmeras de monitoramento, isto fez com que o crime da “saidinha de banco”, praticamente zerasse em nosso município. Além disso, penso que a criação da Comissão Permanente de Segurança Pública foi uma grande conquista para nossa cidade. Criamos também o Parlamento Regional Metropolitano e tenho certeza de que estou construindo aos poucos – e com muito trabalho – um legado de grandes avanços, não só para Ribeirão, como também para a nossa Região Metropolitana.
Tribuna – O senhor é Presidente da Comissão Permanente de Assuntos Metropolitanos da Câmara. No que a criação da Região Metropolitana vai beneficiar os municípios de nossa região?
Maurício Gasparini – Os benefícios serão muitos. Mas ainda temos que vencer algumas etapas. Só para exemplificar, essa semana esteve em Ribeirão Preto o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, anunciando que em agosto o governador João Dória vai enviar para a Assembleia Legislativa, o projeto de lei que institui o Gabinete Administrativo da Região Metropolitana e que cria o Fundo que será composto com verbas do Estado e dos municípios.
Somente depois disso, teremos reflexos reais.
Mas tanto o Parlamento Regional Metropolitano, composto pelas 34 câmaras municipais, ao qual tenho a honra de ser presidente, quanto o Conselho composto pelos 34 prefeitos estão trabalhando com câmaras temáticas buscando políticas públicas que irão impactar de forma muito positiva o futuro de todas as cidades que compõem nossa grande Região Metropolitana.
Tribuna – Seu pai, o ex-deputado Welson Gasparini, teve uma trajetória política considerada nos meios políticos como marcante. O senhor pretende dar continuidade ao seu legado?
Maurício Gasparini – Esta é a minha grande missão e objetivo de vida. Dar continuidade ao estilo Gasparinista de se fazer política. Para isso continuarei contando com a participação efetiva do meu pai que continua firme e forte nos bastidores da política, sendo meu mentor, conselheiro e acima de tudo meu espelho e norte na vida pública.
Tribuna – Como o senhor se sente quando um projeto de sua autoria, como o de tornar um lote de árvores da região do Jardim Canadá imune a corte, é vetado pelo prefeito que também é do seu partido?
Maurício Gasparini – Quando um projeto nosso e vetado pelo prefeito ou não é aprovado por nossos pares, num primeiro momento me sinto frustrado, mas logo esse sentimento muda. Na verdade, me sinto desafiado. Aceito o desafio e sigo em frente em busca de novas alternativas para atingir o objetivo proposto. Tem dado certo. E tenho certeza que não será diferente com o Jardim Canadá. Quanto a este assunto específico em breve teremos boas notícias. Realizamos uma reunião com representantes do bairro e o secretário municipal de Governo e saímos já com uma alternativa viável. Vamos vencer este desafio juntos.
Tribuna – O senhor é favorável à redução no número de vereadores para vinte e dois parlamentares na próxima legislatura?
Maurício Gasparini – Sim.