Tribuna Ribeirão
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O Estado para o bem-estar de todos, não para o bem de poucos! 

José Eugenio Kaça *  
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Teoricamente a democracia é um sistema de governo, em que o povo exerce sua soberania, e elege seus representantes por meio de eleições periódicas, mas segundo Platão a democracia não é o melhor sistema de governo, pois permite que cheguem ao poder pessoas que não representam a vontade do povo – representam a si mesmas e os interesses dos poderosos. Numa democracia, a vontade do povo tem que ser respeitada, e os governantes devem trabalhar para o bem estar de todos, no entanto não é isso que acontece, trabalham em seus próprios interesses e dos seus financiadores, e com isso o sistema fica capenga. 
 
Quando alguém afirma que no Brasil temos uma democracia relativa, pois ela não atende de forma equânime a todos é atacado com virulência por aqueles que se beneficiam do sistema, e muitas vezes de forma criminosa. Há um abismo entre a população pobre que paga a conta e não recebe os serviços básicos, e os que se julgam donos do poder, que junto com seus asseclas recebam as benécias que a democracia permite. Um regime que tem a soberania popular como um de sues pilares, não deveria segregar a educação, a saúde, a moradia e o bem estar social de seus cidadãos como acontece. A balança da justiça com raríssimas exceções sempre pende para o lado do poder financeiro. Em uma democracia não poderia existir alguns bilionários e milhões de miseráveis, afinal quem paga a conta tem que usufruir do sistema. 
 
A extrema direita, sempre trabalhou nos bastidores, e como cupim corroe o sistema por dentro. No entanto o neoliberalismo aos poucos foi encorajando essa gente, e no século 21 alguns extremistas de direita foram eleitos pelo mundo, isso abriu o caminho para estes extremistas, que estavam na penumbra, e agora criaram coragem e querem fazer uma revolução para voltarmos ao passado, se possível a era medieval. Usam e abusam do nome de Deus, afirmando que são íntimos, e passeiam de mãos dadas com ele ouvindo seus conselhos. E como são pessoas ungidas e protegidas pelo criador, usam e abusam do direito a liberdade, mas somente para os seus.     
 
A ideia do Estado laico está expressa em nossa Constituição, no entanto, os movimentos pentecostais, que cresceram vertiginosamente a partir da segunda metade do século 20, e com o crescimento do “rebanho” descobriram na política um meio de expandir seus tentáculos. Combater o Estado laico, substituindo a Constituição pela Bíblia Sagrada, principalmente pelo Velho Testamento, é o projeto retrógado que estão colocado em prática, tomar de assalto os conselhos e associações populares é o primeiro passo – estão corroendo as bases. Não cumprir a Constituição cidadã, principalmente os nos primeiros cinco artigos, que são o alicerce desta Carta Magna compromete a democracia. Ter miseráveis em uma democracia, mostra que ela é relativa.  
 
O Estado existe para o bem estar de todos, não para o bem estar de poucos. Um estudo publicado pela Oxfam, (Uma confederação de 19 organizações, e mais de 3 mil parceiros), em 14 de janeiro de 2024, demostra que a riqueza de cinco bilionários dobrou desde 2020, enquanto a renda de cinco bilhões de pessoas diminuiu. Este tipo de “Democracia” relativa mostra que estamos  voltando para o lugar que nunca saímos! 
 
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação 

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