Tribuna Ribeirão
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O Equador e sua literatura (20): Marco Antonio Rodríguez 

Rosemary Conceição dos Santos* 

De acordo com estudiosos, Marco Antonio Rodríguez (1941 -…) é um escritor equatoriano voltado à escrita de contos e ensaios sobre arte e literatura. De formação acadêmica nas áreas de Humanidades, Ciências Sociais, Jurisprudência e Ciência Política. Dentre os contos, merece destaque a obra “Historia de un intruso”, “Un delfín y la luna” e “Jaula”, considerados pela crítica como novos clássicos da literatura equatoriana e latino-americana. Traduzidos para vários idiomas, integram diversas antologias da literatura equatoriana e latino-americana. 

De acordo com Rodríguez, “História de un intruso – que tem 10 contos – já apareceu em coletâneas de contos, mas considero um longo conto que escrevi dos 30 aos 34 anos, que foi instalado no currículo educacional equatoriano e foi retirado no famoso reformas tecnocráticas do regime anterior, onde foram eliminados todos os vestígios do humanismo, da filosofia, da ética e das artes”, recorda com tristeza. “É uma exploração das minhas interioridades. Houve pessoas de muitas leituras que influenciaram esse livro, me apaixonei por Louis Ferdinand Célis, Henry Miller, os poetas malditos… Alguns críticos comentaram que é influenciado por Pablo Palacios, mas eu não conhecia sua obra quando escrevi isto.“.  

Por sua vez, “Un delfín y la luna” traz onze histórias taciturnamente detalhistas e sábias e “Jaula”, em linguagem mordaz, grosseira e direta, traz um mundo terrível de tristeza, pobreza e desesperança, apresentado como sendo o mundo real. Nele, a infância dolorosa e sua angustiante entrada na idade adulta, os pesadelos sufocantes, o engano, a mentira, a solidão, a velhice, o medo, a descoberta de um sexo proibido e manipulado, uma religião que oprime, mente e isola a alma humana e uma Quito que ainda é paroquial, mas já está corrompendo, transtornam o leitor. Nas palavras do autor, “Ensinei literatura a muitos e acredito que um país que não conhece a sua cultura ou as suas referências reais não alcança a sua identidade.” Em entrevista ao El Telégrafo, em 2020, quanto ao que dizem as estatísticas, que os equatorianos param de ler quando saem da universidade, ele acredita que “os estudos sobre leitura no Equador são alarmantes, estamos entre os mais baixos da América. A leitura foi reduzida, mas falar que um equatoriano lê metade ou um quarto de livro por ano é assustador”, finalizando que seu país, em termos de educação, está no mesmo nível da América Latina. 

Seu depoimento “A história, aquele demônio” faz parte do livro “Vinte Grandes Contadores de Histórias Hispano-Americanos”. Dentre seus ensaios mais representativos estão a “Colección Música, palabra e imagen del Ecuador” (oito volumes sobre poetas, escritores e artistas plásticos equatorianos); “Palabra e imagen” (três volumes sobre artistas plásticos); “Grandes del siglo XX”; “Poetas nuestros de cada vida”; “Palabra de pintores Artistas de América”; “Palabra de pintores Artistas del Ecuador”; “Oficio de crear”; “Ramón Piaguaje, el artista que llevó su Amazonía por el mundo”; “Solo de mujeres”; “Carole Lindberg, los enigmas del ser”. 

Como articulista, Rodríguez colaborou em diversos meios de comunicação equatorianos como o jornal El Comercio, jornal Hoy, La Hora, El Universo, também nos suplementos dominicais destes jornais, na revista Letras del Ecuador, Hablemos; e internacionais como Excélsior, El Gallo Ilustrado de México; Marcha de Uruguay e no suplemento cultural de ABC de España. 

Na mesma entrevista a ao El Telégrafo, em 2020, Rodríguez afirma que existe uma nova geração de narradores no Equador, principalmente mulheres. “Duas jovens que me convencem muito como Mónica Ojeda, que vive em Espanha; María Fernanda Ampuero e outras como Gabriela Alemán têm muita habilidade, muita força.”  

Ao mencionar a palavra prêmio, esclareceu que não acredita muito neles, embora tivesse um muito grande que fez o Equador parecer muito bom: “História de un intruso”, classificado como o melhor livro de língua espanhola na Feira Internacional do Livro em Leipzig, Alemanha (1967), onde participaram professores como Vargas Llosa, Cortázar e Fuentes. “Devo isso a Benjamín Carrión, uma espécie de pai meu, que teve a gentileza de me enviar o livro e se não me causou um ataque cardíaco é por isso que não me dará”, indicou. 

Cumpre lembrar que uma parte muito importante da vida de Marco Antonio Rodríguez foi o ensino. Lecionou literatura, história da filosofia, pensamento e arte do século XX e escrita criativa em centros de estudos equatorianos e latino-americanos; bem como oficinas de redação e conferências sobre filosofia, arte e literatura em diversos países.  

Foi o 13º presidente por dois mandatos da Casa de Cultura Equatoriana Benjamín Carrión. Desde 2019 é membro da Comissão Nacional Anticorrupção. 

Professora Universitária 

 

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