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O Equador e sua literatura (19): Rodrigo Pesántez-Rodas 

Rosemary Conceição dos Santos* 

 

De acordo com especialistas, Rodrigo Pesántez-Rodas (1937-2020) foi um escritor, poeta, crítico literário, pesquisador, professor universitário e divulgador cultural equatoriano que, desde cedo, demonstrou grande paixão pela literatura e pelas artes. Concluindo o ensino primário e secundário em sua cidade natal, prosseguiu seus estudos em Guayaquil, vindo a obter o título de Doutor em Filosofia, Letras e Ciências da Educação. Esta educação abrangente equipou Pesántez Rodas com o conhecimento e os fundamentos necessários para suas contribuições significativas à literatura e cultura equatorianas. De trajetória literária multifacetada, abrangendo diversas funções como escritor, poeta e pesquisador, Pesántez Rodas fez contribuições significativas à literatura equatoriana. Explorando diversos gêneros literários, elaborou ensaios instigantes que lançam luz sobre as tradições literárias equatorianas e seus contextos históricos. Seu influente livro, “Panorama del ensayo ecuatoriano”, é uma prova de sua dedicação em documentar e analisar a rica tapeçaria da herança literária equatoriana. Com pesquisa meticulosa e análise perspicaz, Pesántez Rodas forneceu perspectivas valiosas que aprofundaram a compreensão da literatura de seu país. 

Conhecido por seus ensaios e por publicar antologias de poesia contendo poemas de equatorianos, Pesántez-Rodas é especialmente lembrado como um expoente e defensor das escritoras equatorianas. Seu livro “Presencia de la mujer ecuatoriana en la poesía” (1960), é uma antologia de poesia que contém poemas de 67 escritoras equatorianas. Outros livros de sua autoria incluem: “Ocho poetas tanáticas”, “Jorge Carrera Andrade, amistad y anhelos compartidos” e “Siete poetas del Ecuador”. Como poeta, seus livros de poesia incluem “Viñas de Orfeo”, “ De cuerpo entero” e “ Vigilia de mi sombra”. Em 2009, Rodrigo Abelardo Pesántez Rodas reeditou a obra de Jacinto de Evia (1675), amplamente considerado o primeiro poeta equatoriano. Esta reedição teve lugar em Espanha, trazendo renovada atenção às contribuições literárias de Jacinto de Evia e lançando luz sobre as primeiras tradições poéticas do Equador.  

As imensas contribuições de Rodrigo Pesántez Rodas para a literatura e a cultura conquistaram amplo reconhecimento. Recebeu inúmeros prêmios e méritos que celebraram sua excelência e o impacto de seu trabalho. Entre as homenagens notáveis que recebeu está o Prêmio José Vasconcelos, um prestigioso prêmio internacional concedido a ele em 1996 pela Frente de Afirmação Hispânica AC do México. Este estimado reconhecimento reconheceu as contribuições substanciais de Pesántez Rodas como crítico literário, poeta e pesquisador. Solidificou sua posição como figura reverenciada não apenas no Equador, mas também em escala internacional. 

Homenageado com a Medalha de Mérito Cultural Nacional da Casa da Cultura Equatoriana, este reconhecimento celebrou os seus esforços incansáveis na promoção da literatura equatoriana, preservando o património cultural e inspirando futuras gerações de escritores e académicos. Tragicamente, Rodrigo Abelardo Pesántez Rodas faleceu em 2020, em Guayaquil, vítima da pandemia de COVID-19 que assolou o Equador e o mundo naquela época. A sua morte prematura foi uma perda profunda para a comunidade literária, privando-a de um luminar que dedicou a sua vida a celebrar e preservar as diversas vozes da literatura equatoriana. Um poema seu? “Autorretrato”, extraído de “Los silencios del bosque” (2001): 

 

“Este flaco Rodrigo desprovisto de neurastenia, calos y virtudes, dice cosas absurdas que no entienden los señores que editan las palabras. Por ejemplo, si dice: “libro viejo”, no e que al libro le nombra, es simplemente un deseo de amar doscientos años. Si agua pide, no es porque tenga sed, es porque quiere acostumbrarle al mar a sus naufragios. Y cuando dice: “yo”, no es que se ha visto, simplemente ha sentido un trozo de hambre y un hueso y una deuda en el bolsillo.” 

 

“Esse Rodrigo magrelo, desprovido de neurastenia, calos e virtudes, diz coisas absurdas que os senhores que editam as palavras não entendem. Por exemplo, se ele diz: “livro velho”, não é que ele dê um nome ao livro, é simplesmente um desejo de amar duzentos anos. Se pede água não é porque tem sede, é porque quer habituar o mar aos seus naufrágios. E quando ele diz: “eu”, não é que ele tenha se visto, simplesmente sentiu um pedaço de fome e um osso e uma dívida no bolso.” 

Professora Universitária 

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