Tribuna Ribeirão
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O elevador 

Rui Flávio Chúfalo Guião *
ruiflavio@santaemilia.com.br

Assim que entramos nos edifícios altos da cidade, dirigimo-nos para os elevadores que nos levarão ao andar indicado. Isto é feito de maneira tão automática que não damos o devido valor a estas máquinas confortáveis, que facilitaram nosso acesso a prédios com vários andares.

É verdade que agora precisamos passar por portarias que colhem nossa fotografia, nossos dados, fornecem cartões de acesso ou liberam nossa entrada por reconhecimento facial. Existem mesmo prédios onde você somente pode acessar  um andar específico, escolhido previamente.

Sistemas de controle digital ou inteligência artificial comandam as operações.

O projeto de levantar cargas e passageiros existe há muito tempo, desde antes da Era Cristã. Eram plataformas unidas a um cabo central, inicialmente de corda, que passava por uma roldana e era tracionado por escravos ou animais.

O elevador como conhecemos hoje, basicamente destinado a pessoas, nasceu da ideia do empresário norte-americano Elis Graves Otis, quando, em 1853 apresentou um protótipo do aparelho, que conseguia conduzir uma pessoa de cada vez a uma altura correspondente a  oito andares, em lentos dois minutos.

Era uma plataforma primitiva, tracionada por cabos de aço e movida a vapor. Não era uma cabine, mas, já dispunha de um sistema de travas, que era acionado na eventualidade do rompimento do cabo.

Quatro anos depois, Otis instalou o que foi considerado o primeiro elevador de passageiros, na luxuosa loja nova-iorquina de departamentos Haughwout, localizada no Soho. Era um edifício de cinco andares e a novidade se espalhou, atraindo um número grande de pessoas que queriam conhecer a invenção. O elevador já tinha uma cabine, que proporcionava maior conforto e segurança para os passageiros.

Em 1880, na Feira das Indústrias de Mannheim, foi apresentado o primeiro elevador movido a eletricidade.

Os elevadores contribuíram não só para o conforto dos usuários como permitiram o surgimento dos arranha-céus e das estruturas altas, muito difíceis de serem transpostos sem o seu auxílio.

Em 1889, na Exposição Internacional de Paris, Eiffel montou a sua torre destinada a ser mantida somente durante a mostra, mas que perdurou e se transformou num símbolo da capital francesa. Cinco elevadores hidráulicos, instalados nos pilares da estrutura, transportavam os turistas que queriam ver a cidade das alturas.

Em 1906, foi instalado o primeiro elevador do Brasil, no Palácio Laranjeiras, no Rio de Janeiro, residência do empresário Eduardo Guinle. Luxuosa cabine levava os passageiros até o terceiro andar do edifício e custou pequena fortuna.

Em 1908, o Mosteiro de São Bento instalou o primeiro elevador da capital paulista. Era um modelo de porta pantográfica, como os demais em uso e serviu para transportar frades idosos pelos andares da casa religiosa.

Em 1936, Antônio Diederichsen inaugurou o edifício que leva seu nome, o primeiro da cidade e colocou elevadores servindo seus seis andares, atitude pioneira em Ribeirão Preto e no interior de nosso estado.

Além dos elevadores em prédios e monumentos, merece destaque a existência de elevadores públicos, espalhados pelo mundo. E o Brasil foi pioneiro a oferecer este serviço, com a inauguração no dia 8 de dezembro de 1873 do Elevador Lacerda, em Salvador, na Bahia. Além de ser o primeiro no mundo, era o mais alto, com sua torre de 63 metros de altura, ligando a Cidade Baixa à Cidade Alta.

* Advogado e empresário, é presidente do Conselho da Santa Emília Automóveis e Motos e secretário-geral da Academia Ribeirãopretana de Letras 

 

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