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O efeito coronavírus em RP

FOTOS: JF PIMENTA

Desde que ultrapassou as fronteiras da China, onde sur­giu em dezembro do ano pas­sado, atingiu todo o mundo e foi considerado pela Organiza­ção Mundial de Saúde (OMS) como pandemia, o coronaví­rus tem provocado abalos nos mercados globais, nas cadeias de suprimentos e na atividade econômica elevando o risco de uma recessão global.

Em Ribeirão Preto onde na última quinta-feira, 19 de março, o prefeito Duarte No­gueira (PSDB) decretou esta­do de emergência e suspendeu muitas atividades comerciais e públicas para evitar o fluxo in­tenso de pessoas, a economia tem vivido momentos de mui­tas dúvidas e incertezas.

Transporte coletivo – queda no número de passageiros

Afinal, com a redução do consumo e por consequência da produção, além da estima­tiva de que a pandemia deverá terminar somente entre três e quatro meses, o cenário não parece nada promissor. Só para se ter uma ideia, nos últimos dias, segundo dados do setor, as vendas em vários setores do comércio na cidade caíram mais de 20%.

Para o economista e pro­fessor Luciano Nakabashi, da Faculdade de Economia, Ad­ministração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) Ribeirão Preto a economia brasileira passará por um momento de gran­de turbulência em função de vários fatores, como as ações preventivas que poder públi­co, empresários e a população precisam e estão tomando para evitar a proliferação do vírus.

Menos pessoas nas ruas, comércio vazio

Entretanto, ele destaca que o tamanho da crise dependerá de quanto o coronavirus vai atingi-la. “O que percebemos é que com pessoas ficando em casa, trabalhando menos e con­sumindo menos, haverá uma queda importante na demanda e na produção. Essa redução acaba criando piora na expec­tativa econômica e grande in­certeza sobre o futuro, o que prejudica os investimentos”, afirma. Luciano ressalta que esta incerteza deve levar o con­sumidor a adquirir apenas bens imediatos, como por exemplo, alimentação.

A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) garante que tem acom­panhado a evolução da pande­mia e que está atenta às orienta­ções dos organismos de saúde pública e divulgando aos seus associados medidas que pos­sam ser adotadas para reduzir o risco de exposição das pesso­as ao covid-19.

Segundo o presidente da entidade, Dorival Balbino os impactos na economia tendem a ser imediatos, com a sobre­carga dos serviços de saúde e com a queda do nível de ativi­dade econômica. As medidas de distanciamento social pro­postas pelos organismos de Saúde para conter a dissemina­ção do vírus tendem a impactar de maneira significativa todos os setores, sobretudo comércio e serviços.

Calçadão sem fluxo de consumidores

“Criamos um comitê de crise e um boletim específico sobre a pandemia de covid-19 com o objetivo de dar orienta­ções e informações úteis para as empresas. Um dos nossos objetivos desse trabalho é con­vencer os empresários de que é fundamental treinar seus funcionários e oferecer as con­dições materiais para seguir os protocolos de higiene necessá­rios para reduzir o contágio”, afirma Balbino.

Segundo ele, é fundamen­tal que nessa fase haja políticas públicas de apoio às empresas, principalmente para os peque­nos negócios que tem menor capacidade financeira. Esta se­mana, a entidade reivindicou junto às autoridades compe­tentes nas esferas municipal, estadual e federal a adoção de medidas que apoiem as empre­sas e garantam a manutenção dos empregos.

Em relação aos negócios ele destaca que é preciso que os empresários criem estratégias para manter a saúde da em­presa e os clientes, como uti­lizar mais o marketing digital, oferecer serviços de entrega e delivery, cortar custos, anteci­par férias e, se necessário, rene­gociar as dívidas com bancos e fornecedores, que em função da crise estarão mais abertos a esse diálogo.
Para o Sindicato do Comér­cio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) ainda não é possível mensurar os prejuí­zos causados pelo Coronavírus no comércio varejista de Ribei­rão Preto e região.

A entidade explica que não existem números ou projeções sobre o tema e que é cedo para cravar qualquer dado. “Sabe­mos que o movimento caiu bastante nas lojas. Sabemos também que, assim como ocor­re com as pessoas, o comércio vai se empenhar no sentido de superar esse momento difí­cil com o mínimo possível de danos”, diz Paulo César Garcia Lopes, presidente do sindicato.

Ele explica que o comér­cio varejista não tem outra alternativa a não ser seguir as determinações das autorida­des e reafirma. “Em termos de perspectivas futuras, teremos de ter muita resiliência, sere­nidade e fortaleza para lutar com os recursos que estiverem ao nosso alcance. Poder públi­co e iniciativa privada terão de formar uma parceria forte e de bom senso para superar esse momento sem precedentes na história mundial recente”.

Com mais gente em casa é preciso é redobrar cuidados
Com a determinação das autoridades para que as pessoas fiquem em casa e evitem o contágio do coronavírus aumenta a necessidade de cuidados nos prédios e condomínios residenciais.

Para contribuir neste processo, a Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) preparou uma cartilha com orientações específi­cas para condomínios de prevenção ao coronaví­rus (covid-19).

Máscara vira equipamento do dia a dia

De acordo com a associação, o síndico tem po­der, em uma situação de força maior, de determinar o fechamento das áreas comuns do condomínio, como piscina, quadras esportivas, salões de festas, academia e outros. A seguir algumas das recomen­dações da cartilha para os condomínios.

– Disponibilizar álcool em gel em áreas estratégicas próximas a elevadores, portarias e em áreas de uso coletivo;

– Disponibilizar cartazes de comunicação e orien­tação aos moradores;

– Orientar e dar assistência aos funcionários do condomínio e tentar afastar os mais idosos ou com doenças crônicas, que fazem parte do grupo de risco;

– Caso algum colaborador do condomínio manifes­te sintomas da doença, comunicar imediatamente à administração e serem afastados;

– Suspensão das assembleias e reuniões presen­ciais, salvo em situações imprescindíveis. Neste caso, realiza-las em ambientes arejados, mantendo uma distância de, pelo menos, um metro entre os participantes;

– Se possível, promover o fechamento temporário de espaços de uso coletivo, como piscina, sauna, academias, quadras esportivas;

– As piscinas mantidas abertas devem ser cloradas por profissionais;

– Exigir procedimentos de limpeza rigorosos no condomínio, especialmente em maçanetas, boto­eiras, corrimãos, elevadores, playgrounds, acade­mias e halls comuns;

– Funcionários da limpeza devem usar equipamen­tos de proteção individual, como máscaras e luvas;

– Na limpeza geral é recomendado o uso de alvejantes, álcool ou produtos com hipoclorito de sódio;

– Com as crianças em casa, será importante man­ter a comunicação com pais e responsáveis para evitar que haja aglomeração no playground do condomínio;

– Manter os banheiros das áreas comuns sempre abastecidos com sabão, papeis e álcool em gel;

– Suspender a cessão de uso de espaços para eventos como: salões de festas, churrasqueiras, espaços gourmet, entre outros;

– As garagens são, na maioria dos casos, fechadas e a circulação de pessoas deve ser apenas em casos de real necessidade;

– Evitar elevadores lotados;

– Estabelecer um fluxo racional para entregas em domicílio, a fim de evitar ao máximo o contato corporal.

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