No momento em que as máscaras e o álcool em gel somem das prateleiras e o senso de realidade e responsabilidade foge de alguns governantes, à frente do Sindicato dos Servidores Municipais, entre as várias missões que já desempenhei, tenho agora a missão mais árdua, complexa e significativa: orientar, defender, organizar, unificar e conduzir uma das maiores e mais importantes categorias profissionais em tempos de pandemia de coronavírus (covid-9).
Quando fui eleito pela primeira vez para a direção do Sindicato dos Servidores Municipais, a missão apresentada era a de defender os interesses profissionais da categoria como um todo, e dos servidores da secretaria municipal da infraestrutura, em particular.
A minha trajetória como dirigente sindical sempre foi pautada pelo esforço, sempre humilde e responsável, de contribuir para o interesse coletivo, nas várias funções que já desempenhei.
Em um momento de grandes dificuldades, assumi a presidência do Sindicato com o desafio de resgatar a confiança da categoria na entidade e com a missão de conduzi-la unida. Agradeço sinceramente à confiança e lealdade daqueles que estiveram do nosso lado, respondendo por um desafio de tamanha magnitude.
Fico então orgulhoso ao constatar que, sob minha presidência, a capacidade da nossa equipe em se colocar em sintonia fina com os interesses e anseios dos servidores, garantiu que mantivéssemos um dos maiores índices de sindicalização do país. Conduzimos as maiores mobilizações e greves que Ribeirão Preto já conheceu, e firmamos os primeiros acordos coletivos de trabalho em benefício dos servidores municipais de Guatapará e Pradópolis.
Em minha gestão a frente do Sindicato, sempre procurei assegurar que os valores devidos pela Administração Pública aos servidores chegassem de forma célere e com muita transparência. O Sindicato desenvolveu uma ação pró-ativa, respeitosa e colaborativa com o Poder Judiciário, sempre com uma postura ética ilibada e garantimos o pagamento de RPVs e a inscrição de precatórios trabalhistas que, somados, superam a casa de 20 milhões de reais.
Hoje sei bem a dimensão da desafiadora tarefa que teremos pela frente. A vida é o bem maior de cada trabalhador e não há um desafio que dependa tanto da solidariedade comum como o enfrentamento do novo coronavírus. O adequado e vital combate a esta nova e mortal ameaça não pode ser feito sem a valorização e o respeito aos servidores e ao serviço público.
A frente deste novo desafio, já cobramos das autoridades municipais uma série de providências imediatas. As medidas adotadas pelos governos são insuficientes e, em alguns casos, tímidas e equivocadas.
Queremos que, imediatamente, trabalhadores com 60 anos ou mais, imunodeficientes, pessoas com doenças preexistentes crônicas ou graves e grávidas sejam liberadas para trabalhar em casa, independentemente da área onde trabalham. Também devem ser liberados para o home office os servidores ou trabalhadores públicos responsáveis pelo cuidado de uma ou mais pessoas com suspeita ou confirmação de diagnóstico de infecção por covid-19. Queremos ainda que os servidores e trabalhadores públicos, com filhos em idade escolar ou inferior, possam apresentar uma autodeclaração para autorização imediata de trabalho não-presencial ou teletrabalho.
Admito que era mais descomplicado, na condição de presidente do Sindicato, conduzir assembleias, reuniões, greves e planejar o enfrentamento jurídico em defesa da categoria quando a luta era contra as injustiças praticadas pelo Governo. A batalha que tenho hoje está focada no desafio de lutar pela vida – bem maior de todo trabalhador. E nesta luta meus companheiros e companheiras de entidade e eu, vamos dar o nosso melhor. E com a união e a solidariedade de todos, vamos vencer!