Este texto aborda apenas aspectos breves, gerais e pontuais a respeito do elo entre o profissional da contabilidade, que “é o principal instrumento de prestação de contas da administração e de tomadas de decisão” (Fernandes, 2015, p. 43), da administração e a governança corporativa, buscando enfatizar que pode haver uma relação eficaz entre eles, pautada no planejamento, na legalidade, na confiança, na ética, na parceria, na sinergia e na comunicação plena e eficiente.
Uma empresa tem relacionamentos com uma série de públicos com exigência e interesses diversos e específicos, como clientes, fornecedores, governo, acionistas, bancos, funcionários, concorrentes, comunidade local e etc. Para atender às necessidades de informações destes públicos, os comunicados e relatórios fornecidos pelas entidades devem ser muito bem elaborados e com transparência.
Aliás, creio que dentro da empresa isso também deve ocorrer, como por exemplo, a entrega de relatórios contábeis (gerenciais, de custos, societários e outros) para os gestores (que também integram o público de interesse). Assim, a primeira relação entre contadores e administradores surge aí, onde os profissionais da contabilidade devem com todo zelo, profissionalismo e transparência passar as informações aos administradores para análises e tomada de decisões e juntos fazerem e serem responsáveis pelas publicações dos relatórios contábeis.
Governança corporativa “é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo as práticas e os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle” (IBGC, 2015, disponível em:http://www.ibgc. org.br). Assim, “as boas práticas de Governança Corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade”. (IBGC, 2015, disponível em: http://www.ibgc.org.br). Ou seja, é a forma aprimorada de como uma empresa deve ser gerida ou administrada com base em políticas, leis, costumes, relacionamentos (com os diversos públicos interessados e outros), processos, objetivos e etc.
Hoje as empresas buscam maiores e melhores relacionamentos, imagem, posicionamento, parcerias e estratégias; as empresas buscam melhorias nos seus aspectos de governança. O mercado e seus participantes (em termos globais) têm exigido competência, transparência, qualidade, responsabilidade (inclusive na prestação de contas) e credibilidade das entidades.
Acredito que isso vem de encontro com uma maior atenção coma governança das mesmas.
Uma forma do público analisar e conhecer uma empresa é através das suas publicações, sejam financeiras ou outras, que lhe dão subsídios para tomada de decisões. Importante compreender que estes relatórios, de acordo com o Pronunciamento Conceitual Básico da Contabilidade, não visam atender propósitos específicos de determinados grupos de interessados, mas sim fornecer informações consideradas úteis para uma melhor tomada de decisão dos usuários, satisfazendo assim as necessidades mais comuns dos mesmos (Pronunciamento Conceitual Básico, 2015, disponível em:http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf).
Com o exposto no parágrafo anterior, fica clara a importância de tais relatórios serem claros, transparentes, confiáveis, úteis e muito bem formatados e elaborados; reforçando assim a preparação dos contadores para levantamento de dados, análise das informações e presteza na elaboração dos relatórios e na colaboração e participação na gestão das entidades. Igualmente a preparação, zelo, responsabilidade, dinamismo, ética e transparência dos administradores de empresas na condução e gestão dos seus negócios, na preservação dos interesses a eles confiados, na solução de conflitos e no envolvimento de todos (gestores, sócios, executivos, investidores e outros) na governança.
Sendo assim ambos, contadores e administradores, podem colaborar, incentivar e promover uma melhor regência corporativa.