Tribuna Ribeirão
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O combate à delinquência intelectual na política brasileira!   

José Eugenio Kaça *  
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De uns tempos para cá a palavra liberdade ganhou status de poder absoluto, e pode ser exercida por cada um de acordo com suas convicções, mas não é bem assim, em um regime democrático a lei limita essa liberdade. Acontece que a convicção do uso da liberdade que os extremistas de direita defendem, só vale para os que pensam e agem de acordo com os seus dogmas, para os que pensam diferente vale a máxima de Nicolau Maquiavel: “Aos meus amigos os favores, aos meus inimigos, o rigor da lei”. Essa liberdade sem limite que tudo pode, que essa gente de “bem” coloca como sendo um direito humano inalienável, só vale para os seus. 
 
A liberdade como um direto humano inalienável está expressa na Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948. No entanto, as cúpulas dos sistemas políticos, que estão ligadas umbilicalmente aos poderosos, que realmente são os donos do poder, e esse menos de um por cento da população exerce o poder o sobre o restante da população como sendo um poder divino, não permitindo que os benefícios humanos desta Declaração cheguem a toda população. Acontece que este poder não é tão divino assim, depende da alienação da população, e essa população já descobriu a grande fraude desta divindade, e para tentar continuar exercendo seus domínios usam da delinquência intelectual para manter tudo como sempre foi. 
 
As redes sociais permitem que gente inescrupulosa usem a mentira, a desonestidade e a delinquência intelectual para adestrar a população. O uso do fundamentalismo religioso, e das notícias falsas nos grupos de WhatsApp, e os Podcast são as principais ferramentas dessa delinquência intelectual. A participação de um deputado de extrema direita em um Podcast na Região Centro-Oeste escancarou o preconceito e o racismo, contra a população preta e pobre. Segundo este delinquente intelectual a população africana tem o QI (quociente de inteligência) mais baixo que os macacos, e que é por conta disso que nos países africanos a democracia não prospera – que o baixo nível intelectual da população aceita passivamente os regimes ditatoriais. 
 
Esse delinquente intelectual também atacou de forma virulenta a população brasileira, dizendo que por aqui acontece a mesma coisa, que o baixo QI da população preta e pobre não sabe votar, pois a maioria votou no Lula esperando comer picanha toda semana. Depreciou e achincalhou o povo nordestino, que não tem cognição para viver em uma democracia – quanta imbecilidade. Atacar os nordestinos e os pobres brasileiros de maioria preta e parda por terem votado no Lula, como sendo uma população com baixa cognição, mostra a “elite” escravocrata usa o racismo estrutural e ambiental para tentar humilhar e depreciar a parcela importantíssima da população brasileirão, pois é ela que carrega nos ombros o topo da pirâmide social, isso mostra que o alicerce é forte.  
 
No entanto a força do povo preto e pobre e incomensurável, e mesmo com todas as barreiras impostas por essa gente de “bem”, que sabe usar do sofisma para enganar a população com seus falsos profetas, e mesmo assim nós avançamos. A educação básica brasileira, mesmo sendo aviltada o tempo todo, ainda resiste e produz bons frutos. A divulgação da nota máxima (mil) do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), mostrou que a região mais atacada por esta delinquência intelectual é a que tem a nota mais alta. Foram 59 estudantes que tiraram a nota máxima no ENEM, assim dividido por região: Região Sul – 07, Região Sudeste – 18, Região Centro-Oeste – 04, Região Norte – 05 e Região Nordeste – 25. A região deste protótipo de político extremista é a última colocada. Parafraseando o Poeta maior: “E AGORA JOSÉ…”. 
 
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação 

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