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O Chile e sua literatura (6): Pedro de Oña

Pedro de Oña (1570 – 1643) é considerado o primeiro poeta conhecido nascido no Chile, muito lembrado por seu poema épico “Arauco Domado”. De família militar, Oña cresceu em meio ao conflito da conquista do Chile pela Espanha, num pequeno posto militar em território controlado em grande parte pelos povos indígenas do Chile. Por sua vez, após a morte do pai, o segundo casamento mater­no, com um consorte de considerável influência, permitiu ao autor estudar em Lima, no Real Cole­gio de San Martín, e, posteriormente, na Univer­sidad de San Marcos. Recebendo seu diploma das mãos do vice-rei García Hurtado de Mendoza, 5º Marquês de Cañete, Oña se tornou bacharel em 1596, na cidade de Lima. Neste contexto, estudando os escritores barrocos e clássicos, o autor conse­guiu trabalhar em diversos empregos no Peru.

Em 1596, a publicação de “Arauco Domado”, poema épico escrito em dísticos rimados, vem a elogiar os feitos militares de Hurtado de Mendoza, oficial militar espanhol e quinto vice-rei do Peru no período de 1556 até 1561. De acordo com estudiosos, Hurtado de Mendoza, insatisfeito com a forma como foi retratado em “La Araucana”, de Alonso de Ercilla, encomendou uma nova obra, que tomasse, como mo­delos, a “Eneida”, de Virgílio , bem como, o trabalho de Ercilla, embora, enquanto este elogiava a coragem dos povos indígenas, Oña elogiava a coragem de seu patrono Hurtado de Mendoza. O “Arauco domado”, trazendo 20 cantos ilustrando episódios dramáticos, como, por exemplo, a Batalha de Bío-Bío, rebelião em Quito contra os cobradores de impostos reais, e a vitória naval do pirata Richarte Aquines (ou seja, Richard Hawkins ) sobre Don Beltrán de Castro y de la Cueva, destacado militar español, a estes soma outros cantos, agora sobre sonhos e profecias, enriquecidos de elementos pastorais e eróticos, como a passagem sobre Caupolicán e Fresia banhando-se em uma fonte, bem como, caracteriza­ções dos mapuches como selvagens aterrorizantes e dos ritos e costumes de outros povos indígenas.

Ainda segundo estudiosos, por ocasião de Hurtado de Mendoza par­tir do Peru, os inimigos do vice-rei resolveram prejudicar a carreira de Pedro de Oña, banindo o “Arauco Domado” do país e denunciando o escritor por vários escritos que o arcebispo de Lima , Pedro Muñiz, considerou difamatórios. Por adição, Pedro de Oña também escreveu o “Temblor de Lima” (1609), “El Vasauro” (1635) e um épico sagrado, o “Ignacio de Cantabria” (1639). O falecimento de sua esposa acarretou a orfandade de cinco filhos, os quais, sob os cuida­dos do autor, ocasionaram sua pobreza pelo resto de sua vida.

Um trecho?

Ingenio culto de la inculta Chile,
Renuevo fértil que ella nos retoña,
Pimpollo del antiguo tronco de Oña,
Cuyo verdor no hay tiempo que aniquile.
(…)
Del siglo, y de la edad cercada en torno
Sobre el olvido el pie, muerta la muerte,
Ciega la envidia, el tiempo en freno fuerte,
Entre inmortales triunfos y vitorias
Sale en dichosa suerte
La eternidad a pregonar tus glorias.
Al clarín más sonoro el soplo aplica
Que hirió dulce orejas de las gentes,
Que Esmima o Mantua conoció, o que Roma,
No escogido entre mil, en las prudentes
Aulas de Italia o Grecia, que en la rica
Bárbara fértil Chile, el metal toma
Y entre las manos lo quebranta y doma,
Y forja tal la trompa

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