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O celular, os jovens e os problemas de saúde

Com a popularização de dispositivos como celulares e tablets e a vasta oferta de ca­nais de vídeos, jogos e aplica­tivos educacionais, crianças e adolescentes têm passado cada vez mais tempo em fren­te às telas. E muitos deles cos­tumam adotar posturas ina­dequadas, que podem causar, entre outros problemas, dores na coluna vertebral.

Estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pes­quisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e publicado no mês de março na revista científi­ca Healthcare identificou di­versos fatores de risco para a saúde da coluna, como o uso de telas por mais de três horas ao dia, a pouca distância entre o equipamento eletrônico e os olhos, a utilização nas po­sições deitada de barriga para baixo e sentada.

O foco do estudo foi a cha­mada dor no meio das cos­tas, conhecida cientificamente como TSP. Foram avaliados 1.628 estudantes de ambos os se­xos entre 14 e 18 anos de idade, matriculados no primeiro e no segundo ano do ensino médio no estado de São Paulo. TSP é comum em diferentes grupos etários na população mundial e estima-se que ela afete de 15% a 35% dos adultos e de 13% a 35% de crianças e adolescentes.

A pandemia do coronaví­rus e a consequente explosão no uso de eletrônicos segura­mente agravaram a incidência do problema. Fatores de risco físicos, fisiológicos, psicoló­gicos e comportamentais ou uma combinação destes estão associados à TSP, de acor­do com várias investigações.

Existem também fortes evidências dos efeitos da atividade física, comporta­mento sedentário e saúde mental na saúde da coluna vertebral. Todos esses fatores foram considerados críticos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em sua mais recente revisão global de evi­dências e diretrizes.

“Esse trabalho pode ser utilizado para implementar programas de educação em saúde nos diversos níveis escolares, visando capaci­tar estudantes, professores, funcionários e pais”, diz Al­berto de Vitta, doutor em educação pela Universidade Estadual de Campinas (Uni­camp), com pós-doutorado em saúde pública pela Uni­versidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu e um dos autores do artigo.

“Isso vai ao encontro de alguns objetivos dos Parâme­tros Curriculares Nacionais [PCN], segundo os quais a escola deve assumir a respon­sabilidade pela educação para a saúde, identificando fatores de risco à saúde pessoal e coletiva no meio em que vi­vem, intervindo de forma in­dividual ou coletiva sobre os fatores desfavoráveis à saúde e promovendo a adoção de hábitos de autocuidado com respeito às possibilidades e limites do corpo”, comple­menta Vitta, que atualmente leciona e pesquisa no Depar­tamento de Fisioterapia da Faculdade Eduvale de Avaré (SP) e no programa de pós­-graduação em Educação, Conhecimento e Sociedade da Universidade do Vale do Sapucaí (Pouso Alegre, MG).

Informações sobre fa­tores de risco para TSP em estudantes do ensino médio são relevantes porque crian­ças e adolescentes com dor nas costas são mais inativos, apresentam baixo rendimen­to acadêmico e apresentam mais problemas psicossociais, aponta o artigo. Além disso, poucos estudos foram reali­zados em TSP em compara­ção com a dor lombar e cervi­cal. Uma revisão sistemática de TSP identificou apenas dois estudos prospectivos sobre fatores prognósticos.

Além de Vitta, assinam o artigo Matias Noll, Institu­to Federal Goiano e da Fa­culdade de Educação Física e Dança da Universidade Federal de Goiás, Manuel Monfort-Pañego e Vicente Miñana-Signes, da Universi­dade de Valência (Espanha), e Nicoly Machado Maciel, da Universidade de São Paulo. O artigo Thoracic Spine Pain in High School Adolescents: A One-Year Longitudinal Stu­dy pode ser acessado no en­dereço eltrônico www.mdpi. com/2227-9032/11/2/196.

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