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O Ceará também é aqui

Se segura, a gente tá numa roda gigante! A maior parceria público-privada do país é o crime organizado, nós entramos com a mão de obra de forma frenética com jovens larga­dos sem oportunidade de estudos e emprego praticamente jogados para o tráfico e outros crimes. (Desemprego entre os jovens é superior ao dobro da taxa geral, aponta IBGE).

Depois de presos, uma parte da roda que gira é colocá-los no mesmo presídio de bandidos de alta periculosidade, pois as cadeias já estão abarrotadas, e os jovens, por temer pela própria morte, assinam com os partidos criminosos pelo resto da vida.

O Judiciário sustenta o défict de 40% dos presos sem julgamento, mais de 300 mil na verdade! (Fonte JOTA). É o nosso beijo da morte, e aí o cidadão de bem acha que a solu­ção é armar todo mundo e defender a pena de morte. Parte do PSDB que completará 28 anos no poder de São Paulo defende isso.

Décadas de abandono demandam décadas de trabalho em busca da solução, não existe milagre! Pior, com as políticas públicas da área defendidas pelo atual governo, então, creio que serão mais quatro anos enxugando gelo.

Enquanto isso, só em São Paulo o crime organizado lava dinheiro em postos de gasolina, frotas de vans e domina 80% de favelas e presídios de todo o Estado. E você achando que no Ceará está o problema.

No Brasil se mata mais do que na guerra da Síria, a nossa média supera 60 mil pessoas, e desses, 70% são de jovens negros, pobres, homens de 16 a 29 anos. É uma mistura de racismo atávico com desigualdade social.

Sabe-se que o crime organizado começou quando o regime militar colocou presos políticos com presos comuns na mesma cadeia nos anos 70. Mas como escrevi, o crime ganhou salvaguarda com o aumento indiscriminado da desigualdade social e, sobretudo, pela falta de ocupação pelo poder público. Terreno fértil daquilo que plantamos quatro décadas pra cá.

Já em São Paulo, o tucanato pariu Mateus e nunca o em­balou. E não vai embalar! Lugares abandonados de serviços com esgoto a céu aberto, mato alto e outros desmandos é o alimento do sanguessuga – o crime organizado. E a gente matando a cultura do país, vilipendiando a Lei Rouanet, per­seguindo professores que por vezes não tem giz para dar aula. Os alunos que não sabem fazer uma regra de três são usados como atores de uma farsa de doutrinação marxista que nunca existiu. Moinhos de vento!

O ambiente forma “heróis do crime”, lideranças quais nossas crianças aprendem a temer e respeitar desde cedo – “ele se espelha em quem está mais perto” (Racionais MCs) – , o am­biente insalubre e o vácuo criado pelo poder público também geram a dependência da população para com os líderes do es­paço, falta remédio, falta comida, tem que colocar um poste de luz… o crime resolve. O cara que chega no posto de gasolina e coloca todo mundo no chão é visto como “o cara”. E a madame acha que vai ficar “poderosa” com uma 22 na bolsa…

Contudo, a gente achando que o problema do Brasil é a declaração universal dos direitos humanos. E gritando, e os di­reitos humanos, e os direitos humanos! E a roda vai girando…

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