Tem-se falado repetidamente do carro autônomo, aquele sem motorista, que nos levará ao destino de maneira segura, evitando acidentes e melhorando o desempenho do tráfico diário das cidades e rodovias. Entretanto, apesar dos enormes esforços das montadoras e empresas de software, pesquisas extensas e caras, o objetivo de termos um veículo que assuma a sua direção, está longe de ser realidade. Ele virá um dia, pois o engenho humano não cessa de procurar novas tecnologias e soluções. Para unificação de conceitos, são usados internacionalmente os seguintes níveis de evolução do carro autônomo:
Nível 1. O carro tem sistemas de auxílio de direção, frenagem automática e controle adaptativo de velocidade ( quando o carro diminui sozinho a velocidade em virtude de o veículo à frente reduzir sua marcha ). Os carros de hoje, em sua maioria, contém estes aplicativos.
Nível 2. Os sistemas do nível anterior começam a funcionar de maneira integrada, permitindo a direção autônoma por pouquíssimo tempo e sempre com a assistência do motorista. (Os veículos da Tesla estão neste nível, bem como alguns de outras montadoras).
Nível 3. Os sistemas do nível anterior tem ainda maior integração, permitindo direção autônoma por mais tempo, porém com a presença e assistência do motorista. ( Alguns modelos da Testa estão neste estágio ).
Nível 4. Os veículos serão autônomos em rodovias especiais, ou seja, o condutor leva o carro até ela e sensores passam a conduzi-lo ao destino. Não há atualmente rodovias inteligentes que permitam esta fase, porém devem ser rapidamente construídas.
Nível 5. A Inteligência Artificial comandará totalmente o carro, que não necessitará de motorista em qualquer situação de tráfego, seja urbano ou rodoviário. Esta é a fase mais difícil, pois o computador ou computadores do carro precisam ser alimentados com inúmeras situações possíveis, para que a inteligência artificial os processe e transforme em comandos eficientes. Um exemplo recente: um carro da Tesla, que não reconheceu uma pedestre e a matou, pois estava programado para ver pedestres cruzando na faixa específica e a vítima atravessou a rua fora daquela faixa.
Os veículos autônomos também se desenvolvem para uso comercial. Montadores de grandes caminhões e tratores fazem enormes investimentos para se conseguir esta automação. Atualmente, há grandes máquinas que podem ser acionadas à distância, principalmente na agricultura e mineração, mas ainda nada de veículos autônomos.
O bom e velho GPS é fundamental para o desenvolvimento da automação, pois ele controlará a rota e fará ajustes, bem como são fundamentais os inúmeros sensores que, embutidos no carro, “lerão e interpretarão” a realidade em redor, sensores estes que ainda precisam de melhorias. Como exemplo, num dia de chuva ou neve, o sensor atual poderá ter dificuldade em distinguir a cor que o sinal de trânsito mostra.
Além das dificuldades tecnológicas, o carro autônomo necessita de uma legislação nova, que preveja as situações de seu uso. Hoje, o condutor é responsável pelo acidente que causou e, subsidiariamente, seu proprietário. Com o carro autônomo, de quem é a responsabilidade?
Do fabricante, do que desenvolveu a tecnologia, do proprietário que assumiu o risco de utilizá-lo, do governo que o homologou? Numa rodovia inteligente, se houver uma pane da internet, quem deve ser responsabilizado por eventuais atrasos e danos? Num caso de pane grave, quem deve ser responsável por remover os inúmeros veículos parados?
São perguntas, ainda sem respostas, mas que são objeto das pesquisas e trabalhos de várias indústrias, laboratórios, empresas de transporte e de tecnologia. Nosso velho sonho de entrar no veículo e, pela voz, ordenar onde queremos ir e o carro vai sem motorista está longe de ser atingido. Mas, mais dia, menos dias, chegaremos lá.