É nas agruras, que os piores sentimentos dos seres humanos se afloram. Existe um ditado que diz: “em casa que falta pão, todos brigam, e ninguém tem razão”. A alegoria da caverna de Platão nunca foi tão atual, pois o extremismo religioso cristão no Brasil, não está permitindo que novas ideias prosperem, e alcançam a luz, e para conseguir seus intentos atacam com virulência a educação básica, as artes, os movimentos sociais e as religiões de matriz africana.
O retrocesso que o Brasil vive atualmente foi uma construção iniciada logo após a Promulgação da Constituição cidadã de 1988, e depois de vinte e oito anos conseguiram, mesmo que parcialmente macular e tentar destruir a frágil democracia brasileira que estava em construção. A elite branca e escravocrata, usando sua experiência e expertise nos assuntos de golpes de Estado, colocou em prática um plano para desestabilizar o governo federal, que na visão deles era um governo que estava destruindo os “bons costumes”, era preciso agir.
Em 2013, os estudantes foram usados para iniciar um movimento de protesto, que criou corpo pelo País, tudo por conta de um aumento de vinte centavos na tarifa do transporte coletivo na cidade de São Paulo. E o “sucesso” deste movimento encorajou os organizadores para voos mais altos. A corrupção no Brasil é secular e sistêmica, é como rolha, está sempre boiando, nunca afunda. No entanto essa elite entreguista que baba ovo o tempo todo para o Tio Sam, foi buscar orientação junto ao ídolo maior, para destruir um governo democraticamente eleito, mesmo que para isso arruinasse o País.
Após os aconselhamentos do ídolo do norte, em 2014 foi criada uma operação, que investigava desvio do dinheiro de empresas estatais, por agentes públicos e empresários, e essa operação ficou sob a responsabilidade da 13ª Vara Federal de Curitiba, que sob o comando de um juiz parcial, que atuou para destruir o Governo Federal e tentar acabar com um partido político, como se esse fosse o único responsável pela corrupção histórica no Brasil.
O pseudossucesso desta operação permitiu que um golpe parlamentar derrubasse uma Presidenta democraticamente eleita em 2016, e abriu o caminho para a radicalização extremista religiosa cristã, que tomou conta do País. E a materialização desta ideologia extremista aconteceu em 2018, com a eleição de um presidente desqualificado para a função, que durante a sua campanha disse que iria fazer o País recuar cinquenta anos na educação e nos costumes.
Mas não se combate corrupção com mais corrupção. O chefe da grande operação anticorrupção virou ministro do governo que ajudou a eleger. Mas como não há mal que sempre durem, as falcatruas da grande operação desmoronou em meio a denuncias de parcialidade, ilegalidades e para variar:“corrupção”.
O presidente eleito cumpre o que prometeu, pois além de colocar nas trevas a educação e os costumes, trabalha com afinco para acabar com as instituições governamentais, abrindo o caminho para o autoritarismo. Nada como um dia após o outro. O combate a corrupção que foi cantado em vento e prosa, não passou de um grande embuste, e após pouco mais de dois anos deste governo o desastre se explicitou.
Não pode haver desenvolvimento social e econômico em um país, quando o presidente não passa um dia sem criar conflitos, com suas falas abjetas. Um presidente que pratica o ódio em nome de Deus, e seus seguidores transformando o cotidiano em um campo de batalha ideologizada pelo ódio, só traz malefícios. A Constituição brasileira, a Carta da Terra e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, são documentos de uma beleza impar, mas o analfabetismo funcional professado por essa gente ergueu um muro, que não permite o desenvolvimento e a solidariedade humana.
Chega de extremismo religioso cristão. Nós só precisamos de paz justiça e solidariedade humana!