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O Brasil e a educação!

Muitos esperam que a educação no Brasil resolva, sozinha, os problemas sociais do país. Enquanto isto, pais seguem de­positando seus filhos nas escolas e deixando para os professo­res a missão de educar, além de ensinar.

Para compensar essa ausência, esses pais não contestam seus filhos, não educam em casa, e constroem uma geração sem limites e regras. Professores perdem mais tempo para garantir a disciplina de alunos inquietos e deseducados do que para ensinar.

O professor, em regra geral, é mau executor da ideia alheia, enquanto o ideal é que fosse o criador da ideia, do método. O desenvolvimento do professor é uma precondição para o desenvolvimento da escola. Nenhuma reforma, inova­ção ou transformação perdura sem o professor.

Ainda é comum vermos o foco maior em teorias, mas pouco voltado a metodologias. Precisamos de escolas que deem vagas, mas que consigam segurar seus alunos interes­sados e participativos, que ouçam mais os professores, que valorizem seus trabalhos e os municiem de possibilidades reais de trabalho.

Nas décadas de 50 e 60 acreditaram que dotar professores de livros e novos materiais pedagógicos ajudaria… Hoje o Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avalia­dos (PISA). Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola (IBGE).

O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% há pouco tempo atrás. Lembro que 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler, 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não domi­nam o uso da leitura e da escrita (Todos pela Educação).

Estamos longe da meta de alfabetizar nossas crianças de até oito anos, nosso desempenho no IDEB é ruim, nossa meta nacional é atingir a nota seis no Ideb, apenas em 2022. Em­bora se diga que gastamos muito com educação, professores recebem menos que o piso salarial.

Professores são alvo de fogo cruzado por aqueles que acreditam que as esperanças sociais e políticas dependem deles. As críticas externas cobram dos educadores cada vez mais trabalho, como se a educação sozinha tivesse de resolver todos os problemas sociais.

Pra piorar, governos esquecem que precisamos melhorar a formação dos professores, visto que o desenvolvimento deles implica no desenvolvimento dos alunos e da escola. Precisa­mos de escolas seguras, atrativas, dinâmicas, que respeitem a autonomia de seus alunos, que consiga mobilizar as famílias para que estas e a comunidade participem mais da vida esco­lar de seus alunos.

Quando você valoriza o profissional da educação, a escola tende a ser grande!

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