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Cultura

‘O baralho de predizer adultérios’ – Novo livro mistura ficção e realidade

“Não há tempo melhor que o futuro”. A frase de aber­tura de “O baralho de predi­zer adultérios” (autografia), segundo romance de Frederi­co Monteiro, chega ao merca­do coincidentemente quando a humanidade aguarda o fim de uma pandemia que inter­rompeu o tempo presente das pessoas. A espera no futuro, a chance de recomeçar, parece aguardada como nunca. No livro, ela se passa na Arara­quara real, município no in­terior do estado de São Paulo, onde o autor mora.

“Os acontecimentos fo­ram todos criados, inventa­dos, muito embora tragam enorme carga de realidade. A existência de um baralho com o poder de prever adul­térios é um dos pontos mís­ticos do romance. Há outros”, provoca Frederico Monteiro, que começou a escrever este livro em 2017.

“O baralho de predizer adultérios” é uma homena­gem ao futuro e à capacida­de humana de adaptação. O adolescente Silvano, cujo nome representa também o conhecimento esotérico, re­cebe um misterioso baralho que tem como função única antecipar adultérios.

Ao mesmo tempo em que faz o baralho funcionar, o protagonista amadurece. Amores e separações, riqueza e pobreza, fugas e desencon­tros, além do constante diálo­go com a sua própria consci­ência, tomam conta da rotina do herói.

Numa das passagens do texto, a conversa com a cons­ciência se dá sutilmente:
– Por que me tratam assim?
– Ainda usa aquele baralho?
– Uso.
– É isso. As pessoas têm medo do futuro.

A inspiração para “O ba­ralho de predizer adultérios” veio da obra de Gabriel Gar­cía Márquez (1927-2014), embora Monteiro não se lembrasse de exatamente qual livro, razão que o levou a reler o escritor colombiano enquanto escrevia. A imagem do baralho de predizer adul­térios persistia no imaginário de Frederico Monteiro, “sem­pre vinculada a um mundo mítico e impossível”.

Na coletânea “A incrível e triste história da Cândida Erêndira e sua avó desalma­da”, o penúltimo conto faz referência ao tal baralho: “Blacaman, o bom vendedor de milagres”. No conto, o ba­ralho é referido apenas como moeda de troca. O tal Bla­caman compra uma criança – que será seu fiel ajudante – e entrega ao seu pai, além de um real e dois quartillos, também um baralho de pre­dizer adultérios.

O autor
Frederico Teubner de Al­meida Monteiro é paulista de Araraquara. Escreve desde a adolescência, em especial contos e romances. Em 2016, publicou, na versão digital, a coletânea de contos “Sa­brina sabe voar”. Em 2019, o romance “Babel” e agora “O baralho de predizer adulté­rios”, ambos pela autografia. Trabalha como defensor pú­blico do Estado há doze anos e prepara seu terceiro roman­ce e uma coletânea de contos.

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