Em 1949 o cardeal W. Schuster proferiu esta verdade irrefutável: “Deus perdoa sempre; os homens algumas vezes; a natureza nunca”. Ao longo dos anos temos discutido as alterações da natureza determinadas pelo Homem. O aquecimento global é um dos temas mais polêmicos.
Entende-se por aquecimento global o aumento da temperatura média dos oceanos e da atmosfera vizinha à superfície terrestre que vem ocorrendo desde o século XIX. As opiniões sobre o assunto variam desde as que consideram algo extremamente perigoso para o planeta até as que o colocam como pouco mais que uma curiosidade climática. Nesse terreno fica difícil definir os mitos da realidade. O aquecimento global estaria relacionado com:
– Aumento da temperatura média da superfície da Terra.
– Inundação das terras baixas, especialmente no Oceano Pacífico, por elevação dos níveis da água do mar.
– Acidificação dos oceanos.
– Erosões, avalanches, tufões e tormentas.
– Nevascas, ondas de calor extemporâneas.
– Modificações climáticas (padrão das chuvas, furacões,
desertificação, secas, inundações, etc).
– Redução dos glaciares.
– Aumento do teor de CO2 na atmosfera.
Questões a elucidar:
1. Há realmente um aquecimento global? Dados diretos e indiretos têm mostrado esse aquecimento. A massa de gelo flutuante do Ártico é um dos sinais mais claros desse fenômeno já que vem caindo paulatinamente o que é mostrado por medidas feitas de 1979 a 2010, e continua caindo.
2. O que causa o aquecimento? O problema é multifatorial, mas representado principalmente pelos gases metano e CO2 emitidos na atividade humana, produzidos especialmente na queima de combustíveis fósseis, no desmatamento e no uso de fertilizantes. Tais gases formam uma capa que obstrui a dissipação do calor terrestre para o espaço. É o chamado efeito estufa.
Os gases do efeito estufa criam uma barreira que retém o calor atmosférico em níveis apropriados para a manutenção dos ecossistemas. As emissões gasosas vêm crescendo paulatinamente à medida que cresce a população humana e as combustões. A Organização das Nações Unidas publica um relatório periódico sintetizando os estudos feitos sobre o aquecimento global em todo o mundo, por meio do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC – Intergovernmental Panel o- Climate Change).
Este Painel alertou que para que a temperatura não suba mais 20ºC é necessária a redução das emissões para o nível próximo de zero nas próximas décadas. O CO2 representou, em 2004, 77% do total das emissões antropogênicas de gases de efeito estufa. Como o tempo de permanência do CO2 na atmosfera é de, no mínimo, 100 anos, as emissões de hoje se somam às do passado e do futuro. A concentração de CO2 subiu cerca de 36% entre 1750 e 2006.
Cerca de 82% do CO2 é emitido pela queima de combustíveis fósseis e perto de 18% vem do desmatamento de florestas tropicais. O metano (CH4) ou “gás dos pântanos” é emitido em volume muito menor que o CO2, mas seu potencial de aquecimento (poder estufa) é 20 vezes maior. Ele é produzido por bactérias, nos pântanos, no estômago de ruminantes, como os bovinos, no vazamento de dutos de gás natural, na queima de biomassa vegetal, no plantio do arroz em áreas alagadas e na mineração de carvão vegetal.
As concentrações atmosféricas de óxido nitroso e de clorofluorcarbonos são bem menores, mas seu poder estufa é de 310 a 7.100 vezes maior que o do CO2.
Alguns autores colocam em dúvida a existência do aquecimento global. No entanto, a maior parte dos especialistas em clima entende que a atividade humana vem elevando a temperatura global e que essa emissão relevante de calor teria iniciado há cerca de 250 anos. Na verdade, é cada vez menor o número de cientistas climáticos com opiniões diferentes.
Alguns chegam a pensar que essa quase unanimidade entre os cientistas seja uma conspiração entre eles. Se baseiam no achado de um “hacker” que em novembro de 2009 revelou dados de e-mails e documentos mostrando dados que se contrapunham com as versões “oficiais”. No entanto, esses dados se referiam a apenas um grupo de pesquisadores e os dados de aquecimento global partem de um grupo muito maior.