Segundo o levantamento “Estatísticas da Criminalidade”, divulgado pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o número de vítimas de homicídios registrados em Ribeirão Preto disparou 114,3% no primeiro quadrimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2017, saltando de sete para 15, oito a mais, quase um assassinato por semana na cidade.
Somente em março deste ano foram oito assassinatos, contra nenhum do mesmo mês de 2017. Abril do ano passado foi mais violento, com dois óbitos contra um do mesmo mês de 2018. A quantidade de latrocínios – roubo seguido de morte – caiu 66,6%, de três para um na comparação entre os dois quadrimestres, dois a menos no atual exercício.
As tentativas de homicídio aumentaram 27,3%, de onze em quatro meses do ano passado para 14 no mesmo período deste ano, três a mais. Em 2017 inteiro foram registradas 38 ocorrências, média mensal superior a três. Os casos de lesão corporal dolosa recuaram 6,15% na comparação entre os dois quadrimestres, de 618 (média mensal de 154 e diária acima de cinco) para 580 (média de 145 por mês e de quase cinco por dia), 38 a menos. Em todo o ano passado foram 1.744 denúncias (média mensal de 145 e diária de quase cinco).
Os assassinatos caíram 26,2% no ano passado em comparação com 2016. Foram 45 mortes por homicídios e latrocínios (média mensal inferior a quatro, uma a cada oito dias) contra 61 do período anterior (cinco por mês, uma a cada seis dias), 16 a menos. O balanço só contabiliza os óbitos no local do crime, não entram aí os que ocorreram durante atendimento em hospitais e postos de saúde, por exemplo. Em 2017 foram 40 assassinatos e cinco latrocínios.
A taxa de homicídio doloso por 100 mil habitantes, que em 2016 foi de 7,79, caiu 24,4%, para 5,89 – a menor da série histórica do levantamento, que começou em 1999, com taxa de 39,94. Desde então, a queda foi de 85,2%. Em comparação ao mais alto índice registrado em 19 anos, de 43,23 em 2000, o recuo ficou em 86,3%. Em 2015 ficou em 7,10 e em 2014 foi de 7,20. Ribeirão Preto fechou 2013 com taxa de 10,32 por 100 mil habitantes, mais alta dos últimos cinco anos. Até então, o índice mais baixo da série havia sido constatado em 2008 (de 6,17).
O cálculo é obtido através do total de ocorrências pelo número de pessoas multiplicado por 100 mil e que visa neutralizar o crescimento populacional na comparação entre os municípios. O número de vítimas de homicídio doloso caiu 23%, de 52 em 2016 (mais de quatro por mês, quase um a cada sete dias) para 40 no ano passado (mais de três por mês, um a cada nove dias), 12 a menos. Em 2017, cinco pessoas foram a óbito em ocorrências de latrocínio (roubo seguido de morte), quatro a menos que as nove do período anterior, queda de 44,4%.
Em 2015 a Secretaria de Segurança Pública contabilizou 52 assassinatos na cidade (47 homicídios dolosos e cinco latrocínios), mesma quantidade de 014 (48 e quatro, respectivamente. Em 2013, quando Ribeirão Preto registrou a maior taxa por 100 mil habitantes, foram 74 mortes violentas – 66 homicídios e oito latrocínios.
Entre meados de década de 1990 e o início deste século, quando o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou a existência de um grupo de extermínio em Ribeirão Preto, o número de homicídios passava dos dígitos. Foram 94 mortes em 1994 – depois, de 1995 a 2002, o balanço sempre esteve na casa dos três dígitos – 119 (1995), 221 (1996), 209 (1997), 222 (1998), 251 (1999), 263 (2000), 202 (2001) e 190 (2002).
As regiões da cidade com mais ocorrências de assassinatos em 2017 foram a Norte e a Oeste. Na área do 5º Distrito de Polícia, no Ipiranga, foram dez mortes (nove homicídios e um latrocínio). Na do 2º DP, com base nos Campos Elíseos, a SSP-SP registrou nove óbitos (só homicídios). Na região do 3º DP, na Vila Tibério, também foram nove casos (oito e um, respectivamente). A área atendida pelo 6º DP, na Vila Virgínia, fechou o ano com sete (só homicídios). O Centro da cidade, atendido pelo 1º DP, passou 2017 inteiro sem assassinato.
Casos de estupro seguem em alta
Segundo o levantamento “Estatísticas da Criminalidade”, divulgados pela Secretaria de Estado da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP), no primeiro quadrimestre deste ano Ribeirão Preto registrou 48 denúncias de estupro, uma a cada quatro dias, praticamente – 30 envolvendo vulneráveis (crianças ou adolescentes), 62,5% do total. O número é 17% superior aos 41 do mesmo período de 2017 (21 de menores, 51,2% do total), sete a mais em 2018.
Ribeirão Preto fechou 2017 com 134 casos de estupro, 42,5% acima dos 94 do ano anterior, 40 ocorrências a mais. A média mensal saltou de aproxima-damente três (um a cada dez dias) para mais de onze (um a cada 72 horas).
Dos 134 casos registrados até 31 de dezembro, 74 envolvem vulneráveis (55,2% do total) – crianças ou adolescentes. São 51 a mais que as 23 de 2016, alta de 221,7%. Em 2015 foram 47 casos no total –a quantidade de ocorrências com vulneráveis não foi divulgada. Em 2014 foram 66, contra 93 de 2013, outros 102 de 2012, mais 100 de 2011 e 88 de 2010. Os anos com menor número de denúncias foram 2005 e 2007, com 39 cada.
No ano passado, a incidência de estupros foi registrada em todas as regiões da cidade, com destaque para as zonas Norte e Oeste. No Ipiranga (área do 5º Distrito de Polícia) foram 26 ocorrências (22 envolvendo crianças a adolescentes), na Vila Virgínia (6º DP) mais 24 (dez vulneráveis), nos Campos Elíseos outras 23 (12 de menores), 17 no Centro (1º DP, nove de vulneráveis), 14 no Jardim Paulista (8º DP, oito de menores), 19 na Vila Tibério (3º DP, 11 de crianças e adolescentes), nove no Jardim América (4º DP, Zona Sul, dois de menores) e dois em Bonfim Paulista (7º DP, nenhum de vulnerável).
Mapa do crime por distritos da cidade
1º DP (Centro)
Ano 2017
Homicídios: zero
Latrocínios: zero
Furtos: 1.205
Furto de veículos: 111
Roubos: 324
Roubo de veículos: 17
Ano 2018
Homicídios: 02
Latrocínios: zero
Furtos: 366
Furto de veículos: 46
Roubos: 113
Roubo de veículos: 03
2º DP (Campos Elíseos, Zona Norte)
Ano 2017
Homicídios: 09
Latrocínios: zero
Furtos: 2.095
Furto de veículos: 331
Roubos: 708
Roubo de veículos: 197
Ano 2018
Homicídios: 04
Latrocínios: zero
Furtos: 710
Furto de veículos: 147
Roubos: 266
Roubo de veículos: 61
3º DP (Vila Tibério, Zona Oeste)
Ano 2017
Homicídios: 08
Latrocínios: 01
Furtos: 1.679
Furto de veículos: 233
Roubos: 1.021
Roubo de veículos: 135
Ano 2018
Homicídios: 02
Latrocínios: zero
Furtos: 528
Furto de veículos: 76
Roubos: 224
Roubo de veículos: 38
4º DP (Jardim América, Zona Sul)
Ano 2017
Homicídios: 03
Latrocínios: 01
Furtos: 1.234
Furto de veículos: 364
Roubos: 395
Roubo de veículos: 98
Ano 2018
Homicídios: 01
Latrocínios: zero
Furtos: 583
Furto de veículos: 115
Roubos: 160
Roubo de veículos: 27
5º DP (Ipiranga, Zona Norte)
Ano 2017
Homicídios: 09
Latrocínios: 01
Furtos: 974
Furto de veículos: 139
Roubos: 500
Roubo de veículos: 109
Ano 2018
Homicídios: 03
Latrocínios: zero
Furtos: 421
Furto de veículos: 65
Roubos: 155
Roubo de veículos: 51
6º DP (Vila Virgínia, Zona Oeste)
Ano 2017
Homicídios: 07
Latrocínios: zero
Furtos: 849
Furto de veículos: 82
Roubos: 263
Roubo de veículos: 45
Ano 2018
Homicídios: 01
Latrocínios: 01
Furtos: 335
Furto de veículos: 27
Roubos: 87
Roubo de veículos: 19
7º DP (Bonfim Paulista)
Ano 2017
Homicídios: 01
Latrocínios: zero
Furtos: 131
Furto de veículos: 16
Roubos: 48
Roubo de veículos: 07
Ano 2018
Homicídios: 02
Latrocínios: zero
Furtos: 53
Furto de veículos: 04
Roubos: 07
Roubo de veículos: 02
8º DP (Jardim Paulista, Zona leste)
Ano 2017
Homicídios: 03
Latrocínios: 02
Furtos: 925
Furto de veículos: 212
Roubos: 456
Roubo de veículos: 122
Ano 2018
Homicídios: zero
Latrocínios: zero
Furtos: 315
Furto de veículos: 101
Roubos: 129
Roubo de veículos: 34
Furto de veículos aumenta em 2018
O ano de 2018 começou com mais furtos de veículos e estupros em Ribeirão Preto, segundo os dados do levantamento “Estatísticas da Criminalidade”, divulgados pela Secretaria de Estado da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP). No geral, a atuação das polícias Civil e Militar resultou no recuo de todos os índices de criminalidade.
Os furtos de veículos aumentaram 20,8% – saltaram de 481 para 581, aporte de 100. A média mensal passou de 120 para 145 e a diária, de 4 para 4,8. Esse tipo de crime despencou 29% no balanço anual, de 2.095 em 2016 (média mensal de 174 e diária de quase seis) para 1.488 no ano passado (124 por mês e mais de quatro por dia), 607 a menos. A taxa por 100 mil veículos caiu 13,4%, de 414,11 para 289,01, a menor da série histórica – a mais alta foi constatada em 2004 (752,75). A SSP/SP constatou um aumento de 2,2% entre 2015 e 2016, de 2.050 (171 por mês e superior a cinco por dia) para 2.095, 45 a mais.
Os roubos de veículos caíram 11,6%, de 266 em quatro meses de 2017 (média de 66 por mês e 2,2 por dia) para 235 (média mensal de 58 e diária de quase dois casos), 31 a menos. A cidade fechou o último ano com 730 ocorrências, oito a mais que as 722 de 2016, alta de 1,10%. As médias mensais e diárias nos dois períodos são semelhantes – 60 por mês e duas por dia, respectivamente.
A taxa por 100 mil veículos caiu 0,65%, de 142,72 para 141,78 no ano passado. A mais alta em 19 anos foi constatada em 2014 (313,97), e a menor em 2008 (68,58). Os roubos de carros, caminhões, motos e afins caíram 7,8% de 2015 para o ano passado, de 783 (65 por mês e mais de duas por dia) para 722, diferença de 61 casos. A taxa por furto e roubo de veículos por 100 mil habitantes fechou 2017 em 335,05, contra 430,15 do ano anterior, queda de 22,1%. A mais alta é de 2013 (682,22) e a mais baixa, de 2001 (238,10).
O índice de recuperação de veículos pelas polícias Civil e Militar caiu 33% neste ano, de 547 no primeiro quadrimestre de 2017 (média mensal de 136 e diária superior a quatro) para 366 (ou 91 por mês e três por dia), 181 a menos. Na comparação entre 2016 e 2017, a queda foi de 18,8%, com 270 a menos – baixou para 1.162 (perto de 97 por mês e mais de três por dia). A SSP/SP já havia constatado queda de 2,8% entre 2015 e 2016, de 1.473 (120 por mês) para 1.432 (média mensal de 119 e diária de quase quatro), 41 a menos.
Os roubos de carga também recuaram 38%, de 21 (média mensal superior a cinco) para 13 (mais de três por mês), oito a menos. Entre 2016 e 2017, a quantidade desse tipo de crime passou de 41 para 52 – onze a mais e aumento de 26,8%. Os casos de roubo – quando a vítima sofre ameaça (entram na estatística os de carga e a bancos) – caíram 22%, de 1.464 no primeiro quadrimestre do ano passado (média mensal de 366 e diária de 12) para 1.141 no mesmo período de 2018 (ou 285 por mês e mais de nove por dia), 323 a menos.
Entre 2016 e 2017 houve queda de 0,4%, de 3.730 (média mensal de 310 e diária de dez) para 3.715 (cerca de 309 por mês e mais de dez por dia), 15 ocorrências a menos. A taxa por 100 mil habitantes caiu 1,47%, de 569,56 para 561,18. A mais alta em 19 anos foi constatada em 2000 (703,82), e a menor em 2008 (489,97). Entre 2015 e 2016, os roubos aumentaram 6,57%, de 3.500 (291 por mês e mais de nove por dia) para 3.730, com 230 ocorrências a mais.
A quantidade de furtos ficou estável, com leve queda de 0,06%, de 3.313 ocorrências (média mensal de 828 e diária de 27) em 2017 para 3.311 em 2018 (827 por mês e 27 por dia), duas a menos. De 2016 para o ano passado, essas ocorrências recuaram de 10.339 (861 por mês, 28 por dia) para 9.052 (média mensal de 754 e diária de 25), 1.287 a menos, queda de 12,4%. A taxa por 100 mil habitantes caiu 13,4%, de 1.578,73 para 1.367,38, a menor em 19 anos – a mais alta foi constatada em 2005 (2.304,88). Entre 2015 e 2016, caíram 3,73%, de 10.740 (895 por mês, mais de 29 por dia) para 10.339, 401 a menos.