A Secretaria de Estado da Saúde registrou um total de 30 óbitos relacionados ao coronavírus (covid-19) nesta segunda-feira, 23 de março. Todos ocorreram na cidade de São Paulo. Dos oito novos óbitos confirmados desde domingo (22), seis são homens de 33, 68, 75, 76, 77 e 78 anos e duas mulheres, de 80 e 88 anos.
O rapaz de 33 anos, a mais jovem vítima do coronavírus, tinha comorbidades, condição que, assim como no caso dos idosos, configura grupo de risco. Entre o total de mortes registradas até o momento, 27 ocorreram em hospitais privados e três em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). O Estado também registra 745 casos confirmados.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que o Estado de São Paulo e a capital não terão colapso no sistema de saúde por causa da pandemia do coronavírus. A declaração vai de encontro à avaliação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que disse na sexta-feira (20) que o sistema de saúde do País entraria em colapso até o fim de abril por causa do aumento rápido dos casos da doença.
Doria avaliou que a declaração de Mandetta talvez não tenha sido contextualizada da melhor forma, e disse, elogiando o ministro, que “bons líderes também podem cometer equívocos”. “Eu não assimilei o tema de colapso em São Paulo. Posso garantir que não teremos colapso na saúde do Estado e da cidade de São Paulo”, disse o governador. Para intensificar a prevenção, o tucano determinou quarentena em todos os 645 municípios de São Paulo a partir desta terça-feira (24) e até 7 de abril – 15 dias.
A medida impõe o fechamento do comércio, exceto serviços essenciais de alimentação, abastecimento, saúde, bancos, limpeza e segurança. Terá prazo inicial de quinze dias e poderá ser alterado, se preciso. O decreto com o detalhamento das proibições e exceções foi publicado em edição extraordinária no Diário Oficial do Estado.
Só ficarão abertos estabelecimentos com atendimento presencial que prestam serviços considerados essenciais. Nos serviços de saúde, está liberado o funcionamento de hospitais, clínicas – inclusive as odontológicas – e farmácias. No setor de alimentação, podem funcionar supermercados, hipermercados, açougues e padarias – que não poderão permitir o consumo no estabelecimento durante a quarentena.
No setor de abastecimento, poderão atuar normalmente transportadoras, armazéns, postos de combustível, oficinas, transporte público, táxis, aplicativos de transporte, serviços de call center, pet shops e bancas de jornais. Os demais setores que poderão oferecer serviços durante a quarentena são: empresas de segurança privada; empresas de limpeza, manutenção e zeladoria; bancos, lotéricas e correspondentes bancários. A quarentena não afeta o funcionamento de indústrias. O cumprimento será fiscalizado pelo Estado e também pelas prefeituras.