A Baixada Santista registra 42 mortes depois das chuvas que atingiram a região na madrugada do último dia 3. Até o momento estão desaparecidas 36 pessoas e 521 foram obrigadas a deixar suas casas. Em Santos foram oito óbitos e São Vicente, três. No Guarujá foram 31 óbitos e ainda há 36 não localizados, de acordo com boletim atualizado nesta segunda-feira, 9 de março, pela Defesa Civil do Estado. Equipes do Instituto Geológico e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas reforçam as equipes técnicas municipais nas avaliações das áreas afetadas e no monitoramento do risco nos locais de buscas.
No Diário Oficial do Estado do último dia 4, o governador João Doria homologou sumariamente os decretos municipais de situação de anormalidade do Guarujá (estado de calamidade pública), Santos e São Vicente (situação de emergência). No dia seguinte, esses decretos foram reconhecidos sumariamente no Diário Oficial da União. Nas últimas 24 horas, a contar das seis horas de ontem, foram registrados mais 8mm em Santos (34mm em 72h), 4mm no Guarujá (10mm em 72h) e 0mm em São Vicente (0mm em 72h).
Após sete dias de buscas por desaparecidos nos morros do Macaco Molhado e Barreira do João Guarda, no Guarujá, no litoral de São Paulo, o Corpo de Bombeiros chegou na última etapa de resgate usada para encontrar as vítimas. Chamado de tripé de salvamento, o procedimento une o trabalho de cães farejadores, bombeiros e máquinas. “O cão usa o olfato para delimitar a área, o bombeiro verifica se há indícios de que haja alguém no local e a máquina começa a retirar o entulho na tentativa de encontrar alguém”, explicou o porta-voz do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, capitão Marcos Palumbo.
Ao todo, seis cadelas, sendo quatro da raça pastor-belga Malinois e duas da raça labrador são usadas nos trabalhos de busca. Elas pertencem ao canil do 1º Grupamento do Corpo de Bombeiros do Ipiranga, em São Paulo, e trabalham em esquema de revezamento: três em um dia e três no outro. “Quando a cadela vem ao terreno, ela trabalha de 15 a 20 minutos e descansa pelo menos o dobro para que tenha o faro apurado e volte para ajudar”, disse Palumbo.
Os animais estão auxiliando nas buscas desde o segundo dia após os desmoronamentos. Segundo o capitão Palumbo, o objetivo é encontrar todos os desaparecidos, independentemente do tempo que levar. Nos sete dias de resgate até agora, cerca de mil bombeiros do Estado de São Paulo ajudaram nas ações de salvamento realizadas na Baixada Santista.