O número de mortos na China por coronavírus (Covid-19) chegou a 2.114 nesta quarta-feira, 19 de fevereiro, segundo as autoridades de saúde locais. O total de casos confirmados no país ficou em 74.639. Estes números incluem o balanço do dia da Organização Mundial da Saúde (OMS) mais a atualização da província de Hubei, cuja capital é Wuhan, epicentro da infecção, onde foram registradas mais 108 mortes e 349 novos casos confirmados da doença entre terça (18) e quarta-feira.
Na região, são 59.989 pacientes com o vírus e 1.789 mortes desde o início do surto. Outros 10.337 pacientes receberam alta do hospital e 43.745 pessoas estão em tratamento hospitalar. Outras 65.525 estão sob observação médica. Globalmente, a quantidade de casos subiu para 75.204 nas últimas 24 horas, devido à contabilização de 1.872 novas infecções. Fora da China, são 924 casos confirmados (120 novos) em 25 países, com três mortes no total.
A classificação de risco da OMS permanece como “muito alta” para o país asiático e “alta” para o restante do mundo. Um homem de 70 anos infectado com o novo coronavírus morreu ontem em Hong Kong, anunciou a emissora pública RTHK. De acordo com fonte do hospital Princesa Margarida, ele era o 55º caso confirmado da doença na região administrativa especial do país.
Cerca de 500 passageiros deixaram o navio de cruzeiro Diamond Princess, após o fim de uma quarentena de duas semanas em Yokohama, no litoral do Japão, em função da epidemia de coronavírus. A quarentena não impediu, porém, a disseminação da doença e 79 novos casos foram relatados nesta quarta-feira, elevando para 621 o total de infectados na embarcação. Originalmente, o navio tinha cerca de 3.700 passageiros e tripulantes a bordo.
A decisão do governo japonês sobre a quarentena foi questionada por especialistas, que veem o navio como um “perfeito incubador do vírus”. O Diamond Princess é o local onde se registrou mais casos de coronavírus fora da China, onde a doença surgiu no fim do ano passado.
Brasil
O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira que avalia dois casos suspeitos de coronavírus no Brasil, concentrados nos estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul – eram cinco até terça-feira. Já foram descartados 48 em todo o país, que permanece sem registro da doença. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizou inspeção no navio Kota Pemimpin na tarde de ontem.
De acordo com órgão, nenhum dos 25 tripulantes apresenta sintomas de Covid-19. O navio receberá o Certificado de Livre Prática para operar no porto. A inspeção realizada pela Anvisa não detectou problemas de saúde relacionados ao coronavirus. Dos 25 tripulantes, dois estiveram adoentados durante a viagem da China para o Brasil. Um deles apresentou febre inespecífica e o outro um quadro de amidalite.
Foi descartada qualquer ligação com a doença Covid-19. A Anvisa destaca ainda que, atualmente, não há tripulante doente a bordo, estando todos os passageiros sem sintomas de doenças. O relatório da Anvisa é preliminar. As demais condições sanitárias do navio permanecem sendo vistoriadas pelos fiscais da agência.
Exames específicos para o novo coronavírus feitos no grupo de 54 pessoas em quarentena na Base Aérea de Anápolis (GO) deram negativo. “Os resultados foram concluídos, todos negativos todos continuam assintomáticos. Era o que esperávamos, era o que desejávamos”, disse em coletiva à imprensa o secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo.
Segundo o secretário, ainda será feito um novo exame, no próximo sábado (22), para uma última avaliação, antes que todos sejam liberados da quarentena de 18 dias, contados a partir da entrada da aeronave brasileira, no dia 5 de fevereiro. Ao todo, 34 pessoas foram resgatadas de Wuhan, cidade chinesa considerada epicentro da doença.
Além deles, também estão em quarentena 24 pessoas que participaram da repatriação, pilotos e outros tripulantes da aeronave usada no resgate. A liberação destes profissionais antes dos 18 dias da quarentena chegou a ser cogitada, mas o Ministério da Saúde já descartou a hipótese.