Cleison Scott *
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Muito embora tudo o que o Novo Testamento da Bíblia contém sejam ensinamentos do Cristo, não está completo. A chamada religião “Cristã” nasceu em 325 d.C., no Concílio de Nicéia, com a participação de muitos dos chamados Cristãos Primitivos, entre eles os Essênios, fiéis e fervorosos seguidores do Cristo, cujos conhecimentos se originavam nos ensinamentos recebidos diretamente do Cristo. Mas no Concílio para definir seu Cânone, todos estavam subordinados à vontade do Imperador Constantino, que assumiu sua Presidência com voto de Minerva sobre todas as decisões.
O ex-padre erudito James Carroll em sua obra monumental, A Espada de Constantino explica a situação naquele momento assim:
É bom esclarecer que a palavra ‘heresia’ é de origem grega e significa ‘escolha’. Quer dizer que, pelo menos em princípio, havia a possibilidade de alguém fazer outra escolha. Carroll nos esclarece, porém, que até então;
“As diferenças eram naturais nesse mundo, mas agora um imperador com um mandato ‘celestial’ para ‘o governo de todas as coisas terrestres’, estava determinado a mudar esse mundo. Para Constantino, as diferenças religiosas eram um impedimento ao poder […]. Desse modo, a escolha (‘heresia’), para que fosse religiosamente diferente, passou a ser definida como traição, um crime político”.
Para caracterizar e identificar essa traição era necessário se criar uma ortodoxia, palavra de origem grega que significa ‘opinião correta’. Assim, nas palavras de Carroll, essa opinião correta, que acorrenta a Igreja até a atualidade, não foi:
“definida pelo Senhor, um judeu que se identificava com dissidentes; nem por seus apóstolos, que não hesitavam em diferir uns dos outros; nem por seus sucessores, os bispos, que defendiam interesses regionais; nem pelos evangelistas, que não produziram uma versão única da história de Jesus, mas quatro [segundo J.J. Benites 50, os quais ele afirma ter lido todos]; nem por teólogos que introduziram categorias helenísticas inovadoras no estudo da Escritura; nem por pregadores que prontamente puseram suas marcas pessoais excêntricas no querigma [do Grego kérygma, divulgação oral do Evangelho] – mas por um imperador que tudo conquistara e para o qual um único império se tinha tornado igual a uma única religião”.
… tornando-a,a religião do Estado Romano.
Essa intolerância desembocaria, cerca de dez séculos depois, na Inquisição, classificando a heresia como um crime passível de pena de morte, e uma morte impetrada com crueldade, dificilmente encontrada entre os bárbaros.
Assim, as religiões cristãs nasceram por decreto, decreto de um homem que se considerava, nas palavras de Carroll: – “um vice-regente de Deus”. E esclarece que Eusébio, seu biógrafo era incentivado por ele a registrar seus feitos como tal:
“Quando o poder do império se reuniu à ideologia da Igreja, o império foi imediatamente reformulado e reenergizado, e a Igreja se tornou uma entidade muito diferente da que a tinha precedido, até se tornar quase irreconhecível para a pureza Crística que pretendia representar”.
Vejamos, por exemplo, como Jesus em O EVANGELHO ESSÊNIO DA PAZ Nos ensina ‘O que é Orar e como Orar’!
“Primeiro, o Filho do Homem procurará a paz em seu próprio corpo; pois seu corpo é um lago na montanha, que quando ainda está claro e límpido, reflete o sol (luz). Quando ele está cheio de lama e pedras, ele não reflete nada.
“Depois, o Filho do Homem procurará a paz dentro de seus próprios pensamentos. Não existe poder maior no céu e na terra do que os pensamentos do Filho do Homem. Embora invisível aos olhos do corpo, cada pensamento tem uma força imensa, força capaz de sacudir os céus.
“Depois o Filho do Homem procurará a paz em seus próprios sentimentos. Chamamos o Anjo do Amor para entrar em nossos sentimentos, para que sejam purificados. E tudo o que antes era impaciência e discórdia, se transformará em harmonia e Paz”.
Este maravilhoso Evangelho do Cristo, ainda recomenda:
“Procura o Anjo da Paz em tudo o que vive, em tudo o que fizeres, em cada palavra que disseres. Pois a Paz é a chave para todo o conhecimento, para todos os mistérios e para toda a Vida”. (continua)
* Administrador de empresas com especialização em Marketing
1 Nas tradições dos essênios, a palavra Anjo pode ser traduzida de várias maneiras, inclusive “poderes ou forças existentes”, e é assim que deve ser entendida neste estudo.