Tribuna Ribeirão
Cultura

Novo ‘Homem-Aranha’ entra em cartaz

Quem pergunta, em tom de crítica, “Mas um outro filme do Homem-Aranha?”, tem certa razão. “Homem-Aranha no Ara­nhaverso”, dirigido por Bob Per­sichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman, é o sétimo longa enca­beçado pelo personagem nos últi­mos 17 anos. Os produtores Chris Miller e Phil Lord, a dupla por trás de “Uma Aventura Lego” e “Anjos da Lei”, sabem bem disso. “Neste momento de saturação de filmes de super-heróis, tentar fazer algo que não pareça novo e original pa­rece loucura”, diz Miller.

“Mas todo filme nosso tem a mesma abordagem: como fazer algo que o público nunca tenha visto, que pareça inovador, que faça valer o preço do ingresso?”. A animação estreou nas salas de cinema de todo o Brasil nesta quinta-feira, 10 de janeiro, inclu­sive nas de Ribeirão Preto – nas redes UCI (RibeirãoShopping), Cinépolis (Shopping Iguatemi e Shopping Santa Úrsula) e Ci­nemark (Novo Shopping) e no Cineclube Cauim (Centro).

A proposta de fazer uma animação em vez de uma pro­dução live action certamente contribuiu para diferenciar “Ho­mem-Aranha no Aranhaverso” dos outros. “De cara, vimos que era uma oportunidade de con­tar uma história que dava a im­pressão ao espectador de entrar numa versão tridimensional de uma história em quadrinhos”, emenda Miller. Mas os dois que­riam mais. Sua ideia era que fos­se uma animação também bem distante das que costumam che­gar às telas.

Lord acrescentou: “De certa forma, o meio era a mensagem, porque você tinha todos esses personagens diferentes se jun­tando, e podíamos tratá-los cada um num estilo de animação, elevando assim os temas e os re­lacionamentos, porque você vê que eles fisicamente não deve­riam estar juntos”. Foi quatro ve­zes mais difícil do que um filme com CG regular e em certos mo­mentos demandou o trabalho de 170 animadores (um filme da Disney costuma chegar a 90), mas valeu a pena – o longa-me­tragem acaba de levar o Globo de Ouro de animação certamen­te vai figurar entre os indicados para o Oscar na categoria.

Diversidade
“Homem-Aranha no Ara­nhaverso” conta a história de Miles Morales (voz de Shameik Moore na versão original), um adolescente, filho de pai negro e mãe porto-riquenha, admi­rador do Homem-Aranha, que enfrenta problemas para se en­caixar na sua escola de elite e, de­pois de picado por uma aranha, desenvolve superpoderes.

No mundo de Miles, uma criação patrocinada por Wilson Fisk (Liev Schreiber), permite acessar universos paralelos. As­sim, o garoto entra em contato com Peter Parker (Jake Johnson), agora um quarentão cansado e de­siludido. “Pensamos: e se ele en­velheceu como nós? Como ele seria agora? E achamos que seria um bom contraponto a Miles, que está começando a jornada agora. O personagem continua sendo o mesmo Peter Parker, mas sem ter passado pelo lifting facial e se transformado em ado­lescente novamente como nas outras versões”, diz o produtor Chris Miller.

Uma das sacadas da histó­ria é que não há apenas um (ou dois) Aranha, existem vários, de Mulher-Aranha (Hailee Stein­feld) a Homem-Aranha Noir (Nicolas Cage), passando por Porco-Aranha (John Mulaney) e a nipo-americana Peni Parker (Kimiko Glenn). “A ideia é mos­trar que qualquer um podia estar por trás daquela máscara”, explica o produtor Phil Lord. “Os pressupostos de como essas histórias devem ser não preci­sam ser seguidos à risca.”

Os produtores negam que a diversidade dos personagens seja uma posição política. “Estamos apenas representando o mundo como ele é”, afirma Miller. Para Shameik Moore, que se viu em Miles Morales assim que cruzou com o personagem pela primei­ra vez, ainda adolescente, isso é importante. “Me sinto honrado. Quem sabe não vai ter um me­nino que vai achar que é Miles?” Lord lembrou que a ideia de in­clusão foi sempre a de Stan Lee, criador do Homem-Aranha junto com Steve Ditko e morto em no­vembro – Lee tem uma cena espe­cial no novo filme.

Segundo Lord, a mensagem de “Homem-Aranha no Ara­nhaverso” é de empoderamento. “Queremos que cada um pense em si mesmo como um super-he­rói. O mundo tem problemas, e temos de usar quaisquer super­poderes que tenhamos e fazer o que for possível. É parecido com Uma Aventura Lego, que dizia que todos têm habilidades. Não podemos deixar tudo na mão de uma elite. Não podemos deixar o heroísmo para os outros. Miles adoraria que isso fosse possível, que ele pudesse passar a respon­sabilidade para outro. Mas a ver­dade é que ele não pode, nós não podemos. Sabemos que esse tipo de filme fala diretamente com as pessoas mais jovens. E queremos que elas saibam que acreditamos nelas e precisamos que elas ajam.”

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