Murilo Bernardes
Novidade no Brasil, o modelo de gestão clube-empresa já é algo bastante comum ao redor do mundo. Vários dos gigantes europeus são regidos neste molde. Liverpool, Chelsea, PSG, Milan e Manchester City são alguns exemplos disso.
A utilização do modelo criou o que podemos chamar de “multinacionais” do futebol. Empresas de grande porte estão investindo no esporte em diversos países. A austríaca do ramo de energéticos Red Bull é um exemplo disso.
Quatro equipes do futebol mundial são controladas pela Red Bull. A mais recente aquisição da empresa foi o Bragantino, tradicional equipe do futebol paulista. Além do Massa Bruta, Leipzig, da Alemanha, Salzburg, da Áustria, e New York, nos Estados Unidos, são os outros times que a Red Bull possui.
O maior expoente das “multinacionais” do futebol é a City Football Group. Com 7 equipes em seu portfólio, o grupo árabe controla o Manchester City, da Inglaterra, New York FC, dos Estados Unidos, Girona, da Espanha e Melbourne FC, da Austrália.
A variedade no leque de equipes do grupo tem trazido grande retorno financeiro para a empresa. Recentemente, a Puma acertou contrato para fornecer material esportivo das equipes da companhia por 10 anos pagando cerca de três bilhões de reais.
No Brasil
Mas, o modelo que já é sucesso em diversos países, clube, alega perder identificação e a sensação de pertencimento com a equipe. O Bragantino foi campeão da Série B com sobras graças ao orçamento turbinado que teve. A média de público também foi uma das melhores da competição.
Com a desburocratização de algumas leis, a formatação de S/As no futebol brasileiro será mais comum daqui para frente. A Ferroviária, de Araraquara, também é gerida como S/A. Recentemente o clube teve 49% de suas ações compradas por Saul Klein, herdeiro das Casas Bahia.
Primeiras tentativas
Alguns clubes brasileiros tiveram tentativas de gestão em parceria com empresas. O negócio, na época, não envolvia compra do clube, mas sim uma cogestão, como o Palmeiras/Parmalat nos anos 90.
Corinthians e Cruzeiro tiveram parceria com a Hicks Muse, também nos anos 90. Já Flamengo e Grêmio, tentaram ser parceiros da ISL no começo dos anos 2000, mas a empresa veio a falência pouco tempo depois do acordo com os clubes.