A avenida Nove de Julho, no Alto da Cidade, que corta vários bairros – Vila Seixas, Higienópolis, Jardim Sumaré etc. –, terá o tráfego de veículos interrompido em 29 de setembro, último domingo do mês. A interdição faz parte da I Semana da Mobilidade Urbana de Ribeirão Preto.
Realizada pelo o Movimento Ruas Viva, o evento promove uma série de atividades e ações com o objetivo de sensibilizar as pessoas para as questões ligadas à mobilidade urbana, dar visibilidade às situações negligenciadas, disseminar informações e discutir a implantação de medidas efetivas para esta área.
Com o fechamento, a avenida será palco de atividades culturais gratuitas e abertas à população, algo semelhante ao que acontece na avenida Paulista, em São Paulo. A Semana de Mobilidade é realizada pelo Movimento Ruas Viva e tem a participação da sociedade civil e de coletivos como o Mobicicleta, O Centro é Legal, Fórum das Inovações Urbanas, Caraminhola, entre outros.
Alvo de estudos
A avenida Nove de Julho é objeto de uma Comissão Especial de Estudos (CEE) instalada na Câmara de Vereadores para discutir e apurar possíveis alternativas para o tráfego de veículos pesados – ônibus e caminhões – que passam pelo local. Elizeu Rocha (PP) preside a CEE que conta ainda com a participação de Paulinho Pereira (PPS) e João Batista (PP).
Segundo o parlamentar, o estudo é pertinente por causa do estado de conservação dos paralelepípedos da avenida e o elevado custo de manutenção. A avenida Nove de Julho é patrimônio tombado pelo município e considerado cartão postal da cidade. Em julho do ano passado, o vereador Rodrigo Simões (PDT) sugeriu ao Executivo estudos para verificar, entre outros itens, a possibilidade da troca dos paralelepípedos.
Na época, justificou o pedido alegando problemas na malha viária, já que muitos paralelepípedos se soltaram e em outros trechos não existia calçamento. Na época, o parlamentar entregou ao prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) documentos e uma enquete feita com a população sobre a importância da recuperação daquele local.
A avenida Nove de Julho, considerada um cartão postal da cidade, foi planejada pelo prefeito João Rodrigues Guião em 1921. Os primeiros quarteirões da avenida foram entregues no dia 7 de setembro de 1922, com o nome de avenida da Independência. A avenida passou a se chamar Nove de Julho alguns anos depois e ganhou prestígio na cidade a partir do início da década de 1950. As residências construídas nas proximidades seguiram, em sua maioria, o estilo moderno.
Com o passar do tempo, foi perdendo suas características de área residencial. Ao longo dos últimos 20 anos ela se transformou no principal centro financeiro da cidade e região. É famosa pelas frondosas sibipirunas. Mesmo com a transformação que sofreu nos últimos 40 anos a avenida manteve suas características que lembram a década de 1950 – os paralelepípedos da rua e o calçamento dos canteiros centrais.
Ao longo de seus pouco mais de dois quilômetros, reúne cerca de 30 bancos, entre comerciais e de investimentos, além de seguradoras, consórcios, bares, restaurantes, lanchonetes etc. Um dos principais problemas para a manutenção dos paralelepípedos da avenida é a falta de mão de obra especializada. Os últimos calceteiros se aposentaram e faltam profissionais na área.