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Nove de Julho – Construtora retira paralelepípedos

ALFREDO RISK

Todo os paralelepípedos de dois quarteirões em obras na avenida Nove de Julho, en­tre as ruas Comandante Mar­condes Salgado e Garibaldi, na Zona Sul, já foram retira­dos. A pista agora está sendo escavada em 57 centímetros. Antes, as peças tombadas como patrimônio de Ribeirão Preto ficavam assentadas sob uma fina camada de terra.

Agora, serão reinstalados ao final dos trabalhos de cada trecho, mas de maneira bem alinhada, sob uma rígida es­trutura formada por camadas de terra, brita, concreto e areia compactada. Somente depois da instalação desses quatro materiais, os paralelepípedos serão reinstalados.

Será feita uma compactação de terra no subleito. Em segui­da, a base do solo receberá uma camada de brita e, sobre ela, ou­tra camada de 12 centímetros de concreto armado. Depois, o piso ainda receberá um berço de areia compactado.

A empresa vai criar uma compactação de várias camadas no subleito para que as pedras centenárias não saiam mais do lugar, provocando os atuais des­níveis que há tanto tempo têm incomodado motoristas e usu­ários de ônibus. O trecho já foi escavado e agora receberá gale­rias de águas pluviais.

O assentamento dos pa­ralelepípedos e das pedras portuguesas será feito por profissionais como Raimun­do Paz, um dos contratados pela Construtora Metropolita­na. Ele é calceteiro, trabalha­dor da construção civil que assenta pedras, um trabalho pesado, que também requer delicadeza e precisão.

“Precisa ter preparo físi­co pra ficar agachado muitas horas, assentando as pedras pra elas ficarem encaixadas de um jeito perfeito”, orgulha-se. O trabalho será realizado por uma equipe formada por uma dezena de calceteiros como Raimundo Paz.

Eles terão o apoio de vá­rios assistentes, de forma que os pesados paralelepípedos fiquem bem à mão dos calce­teiros na hora da montagem. Os engenheiros responsáveis pela obra calculam que cada trabalhador deverá realizar o assentamento de cerca de dez metros quadrados por dia.

No caso da retirada das pedras portuguesas, também centenárias e tombadas pelo patrimônio histórico (que for­mam os mosaicos dos cantei­ros centrais da avenida), tudo está sendo feito manualmente. Os trabalhadores fazem a reti­rada sem o uso de máquinas para não prejudicar as raízes das sibipirunas plantadas há mais de 70 anos.

As árvores também são patrimônio histórico da cida­de. Todas as raízes expostas estão sendo poupadas e ne­nhuma delas sofreu qualquer dano. Técnicos das secretarias municipais do Meio Ambien­te e de Obras acompanham a delicada operação.

Investimento
As obras na avenida Nove de Julho estão sendo efetuadas pela Construtora Metropolitana, do Rio de Janeiro, que venceu a concorrência pública número 017/2022 ao apresentar o menor valor – R$ 31.132.101,77. O pra­zo para a execução dos servido­res é de doze meses, entre maio e junho de 2024.

As obras incluem o trecho entre a avenida Independên­cia e a rua Tibiriçá, e a obra de construção do corredor da Costábile Romano, que come­ça na Nove de Julho, na parte não tombada da avenida e será realizada entre a Independên­cia e a Portugal, seguindo pela via principal em toda a sua ex­tensão e depois pela Presidente Kennedy até o Parque Indus­trial Lagoinha.

Etapas
Para evitar grandes interven­ções no trânsito, os trabalhos são executados a cada dois quartei­rões. A ideia é que as obras não interrompam o funcionamento do comércio e da prestação de serviços na centenária avenida, que abriga um dos principais centros comerciais de Ribeirão Preto. Cada equipe conta com 25 homens, além de um coorde­nador específico.

Sibipirunas
Plantadas em 1949 e tom­badas em 2008, todas as sibipi­runas serão preservadas, assim como os paralelepípedos e os azulejos portugueses que for­mam os mosaicos do canteiro central. Eles serão retirados e recolocados de forma total­mente alinhada. No caso dos paralelepípedos, depois de retirados, será feita uma com­pactação de terra no subleito.

Em seguida, a base do solo receberá uma camada de brita e, sobre ela, outra camada de 12 centímetros de concreto armado. Depois, o piso ainda receberá um berço de areia compactado. Após a conclusão das obras, o estacionamento de veículos no canteiro central será proibido por causa da im­plantação de corredor de ôni­bus do transporte coletivo.

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