Todo os paralelepípedos de dois quarteirões em obras na avenida Nove de Julho, entre as ruas Comandante Marcondes Salgado e Garibaldi, na Zona Sul, já foram retirados. A pista agora está sendo escavada em 57 centímetros. Antes, as peças tombadas como patrimônio de Ribeirão Preto ficavam assentadas sob uma fina camada de terra.
Agora, serão reinstalados ao final dos trabalhos de cada trecho, mas de maneira bem alinhada, sob uma rígida estrutura formada por camadas de terra, brita, concreto e areia compactada. Somente depois da instalação desses quatro materiais, os paralelepípedos serão reinstalados.
Será feita uma compactação de terra no subleito. Em seguida, a base do solo receberá uma camada de brita e, sobre ela, outra camada de 12 centímetros de concreto armado. Depois, o piso ainda receberá um berço de areia compactado.
A empresa vai criar uma compactação de várias camadas no subleito para que as pedras centenárias não saiam mais do lugar, provocando os atuais desníveis que há tanto tempo têm incomodado motoristas e usuários de ônibus. O trecho já foi escavado e agora receberá galerias de águas pluviais.
O assentamento dos paralelepípedos e das pedras portuguesas será feito por profissionais como Raimundo Paz, um dos contratados pela Construtora Metropolitana. Ele é calceteiro, trabalhador da construção civil que assenta pedras, um trabalho pesado, que também requer delicadeza e precisão.
“Precisa ter preparo físico pra ficar agachado muitas horas, assentando as pedras pra elas ficarem encaixadas de um jeito perfeito”, orgulha-se. O trabalho será realizado por uma equipe formada por uma dezena de calceteiros como Raimundo Paz.
Eles terão o apoio de vários assistentes, de forma que os pesados paralelepípedos fiquem bem à mão dos calceteiros na hora da montagem. Os engenheiros responsáveis pela obra calculam que cada trabalhador deverá realizar o assentamento de cerca de dez metros quadrados por dia.
No caso da retirada das pedras portuguesas, também centenárias e tombadas pelo patrimônio histórico (que formam os mosaicos dos canteiros centrais da avenida), tudo está sendo feito manualmente. Os trabalhadores fazem a retirada sem o uso de máquinas para não prejudicar as raízes das sibipirunas plantadas há mais de 70 anos.
As árvores também são patrimônio histórico da cidade. Todas as raízes expostas estão sendo poupadas e nenhuma delas sofreu qualquer dano. Técnicos das secretarias municipais do Meio Ambiente e de Obras acompanham a delicada operação.
Investimento
As obras na avenida Nove de Julho estão sendo efetuadas pela Construtora Metropolitana, do Rio de Janeiro, que venceu a concorrência pública número 017/2022 ao apresentar o menor valor – R$ 31.132.101,77. O prazo para a execução dos servidores é de doze meses, entre maio e junho de 2024.
As obras incluem o trecho entre a avenida Independência e a rua Tibiriçá, e a obra de construção do corredor da Costábile Romano, que começa na Nove de Julho, na parte não tombada da avenida e será realizada entre a Independência e a Portugal, seguindo pela via principal em toda a sua extensão e depois pela Presidente Kennedy até o Parque Industrial Lagoinha.
Etapas
Para evitar grandes intervenções no trânsito, os trabalhos são executados a cada dois quarteirões. A ideia é que as obras não interrompam o funcionamento do comércio e da prestação de serviços na centenária avenida, que abriga um dos principais centros comerciais de Ribeirão Preto. Cada equipe conta com 25 homens, além de um coordenador específico.
Sibipirunas
Plantadas em 1949 e tombadas em 2008, todas as sibipirunas serão preservadas, assim como os paralelepípedos e os azulejos portugueses que formam os mosaicos do canteiro central. Eles serão retirados e recolocados de forma totalmente alinhada. No caso dos paralelepípedos, depois de retirados, será feita uma compactação de terra no subleito.
Em seguida, a base do solo receberá uma camada de brita e, sobre ela, outra camada de 12 centímetros de concreto armado. Depois, o piso ainda receberá um berço de areia compactado. Após a conclusão das obras, o estacionamento de veículos no canteiro central será proibido por causa da implantação de corredor de ônibus do transporte coletivo.