Na semana passada fui convidado a fazer uma palestra no curso de formação política oferecido pelo Instituto SEB a interessados em aprender sobre o assunto e – quem sabe? – disputar eleições. Foi um convite que aceitei com prazer, por ter a oportunidade de participar deste tipo de formação e poder incentivar as boas práticas da política, principalmente quando há tantos que desencorajam as boas pessoas a participarem mais da política partidária e a disputarem mandatos eletivos. O país, assim como os estados e municípios, precisa de novas lideranças, pessoas empenhadas em representar outras pessoas.
Durante quase uma hora falei com os alunos do curso e mostrei um pouco da experiência que acumulei em 24 anos de vida pública e com a disputa de 11 eleições. Venci sete e perdi quatro, porque eleição se ganha e se perde. Quem ganha comemora e assume o mandato. Quem perde, ganha o direito de fiscalizar o trabalho do vencedor. E mesmo no insucesso é possível ganhar, porque qualquer candidato a um cargo eletivo sempre sai da disputa melhor, mais experiente do que entrou. A disputa engrandece e dá lições todos os dias.
E quando há a possibilidade de um trabalho de formação política antes da disputa o candidato já obtém a vantagem do conhecimento prévio sobre muitas situações que ocorrerão durante a campanha e – caso eleito – durante o mandato. E a formação pode ensinar a seguir passos que levem ao sucesso, não apenas eleitoral, mas de exercício do mandato, na representação popular, seja no Legislativo ou Executivo e em qualquer esfera de representatividade. A preparação, como em qualquer outra área de atuação, é muito importante.
De minha parte procurei passar informações que julgo importantes para quem pretende atuar na política partidária. Considero que uma das primeiras perguntas que um futuro candidato deve fazer a si mesmo é o motivo pelo qual se decidiu a tomar este caminho. Ele próprio precisa saber porque está propenso a atuar na vida pública, com todos os percalços que isso pode representar. Encontrada essa primeira resposta, é preciso ter consciência dos compromissos que vai assumir, ao mesmo tempo em que é necessário ser propositivo, porque o eleitor espera alguém que possa oferecer soluções para os problemas inerentes à função a ser desempenhada.
É importante, além de ser propositivo, também ter personalidade. Encarar as situações de forma serena e com espírito de quem quer solucionar. É fundamental, ainda, estar presente na vida da cidade. O homem público precisa ser visto, para ser lembrado. Mas não só por isso. A presença serve para conhecer os problemas diretamente com quem os enfrenta. E só quem tem o conhecimento de toda a obra tem condições de desempenhar bem as funções para as quais foi escolhido.
Então a preparação de um homem público vai muito além de conhecimentos políticos e eleitorais. É imprescindível estudar muito, conhecer a cidade, saber seus indicadores, sua infraestrutura (e o que falta dela) ter ciência dos principais gargalos que devem ser resolvidos. E, claro, conhecer os números econômicos e sociais, as demandas e necessidades das pessoas que serão representadas. Para ter ciência do volume de trabalho e, assim, conseguir planejar as ações.
E parece dispensável dizer, mas também é preciso conhecer a estrutura com que se vai trabalhar. Para se ter um parâmetro do volume de compromissos que é possível assumir sem correr o risco de frustrar expectativas. E nunca deixar de sonhar. Porque é o sonho que impulsiona as realizações.