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Nova União: famílias cobram regularização

JF PIMENTA/ARQUIVO

As cerca de 300 famílias da Comunidade Vila Nova União querem a regularização fundiá­ria da favela. Nesta terça-feira, 26 de janeiro, elas protocolaram, na Secretaria Municipal de Plane­jamento e Gestão Pública, uma petição com a reivindicação.

Também solicitam que a prefeitura de Ribeirão Preto inicie imediatamente o proces­so de regularização fundiária. A comunidade fica ao lado do antigo Centro de Contro­le de Zoonoses (CCZ) – atual Coordenadoria do Bem-Estar Animal (CBEA) –, na Vila Al­bertina, zona norte da cidade.

A petição é mais uma tentati­va da Associação de Moradores da Vila Nova União para tentar regularizar a comunidade for­mada em 2015 – durante o go­verno da ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido). Desde então, os moradores enfrentam a ameaça de reintegração de posse. Origi­nalmente, a favela ocupava duas áreas anexas, sendo uma pública e uma particular.

Porém, durante o governo Dárcy Vera, a parte pertencente à iniciativa privada foi desocu­pada e no local foi construído um hipermercado. Na época, 200 famílias foram retiradas e tiveram de procurar outra área. Hoje, permanecem na Vila Nova União outras 300 famílias, em área pertencente à prefeitura.

A mais recente tentativa de reintegração pelo governo mu­nicipal aconteceu em novembro de 2019. Com dia e hora marca­dos, só não foi realizada porque parte dos moradores acampou na porta do Palácio Rio Branco – sede da prefeitura – para forçar uma negociação.

Depois de vários dias acam­pados, em uma reunião com o então secretário municipal de Planejamento e Gestão Pública, Edsom Ortega, ficou definido um pedido de adiamento da ação judicial – sobrestamento – por 90 dias. O prazo venceu e houve nova negociação.

A prefeitura, então, optou por dar mais tempo para os moradores deixarem o local e se comprometeu em fazer um levantamento socioeconômi­co das famílias para incluí-las em projetos habitacionais da prefeitura. Entretanto, por causa da pandemia de coro­navírus, este trabalho não foi realizado integralmente.

As consequências da pan­demia impossibilitaram a con­tinuidade do processo de ne­gociação com moradores. Para o diretor regional da União dos Movimentos de Moradias do Estado de São Paulo (UMM), o engenheiro Mauro Freitas, a petição é um passo formal im­portante para se tentar regula­rizar a comunidade.

“A petição é um marco im­portante por ser uma iniciativa de luta dos próprios moradores a fim de terem o reconhecimen­to da posse, buscarem uma solu­ção para a urbanização da área, e, assim terem acesso a moradia regularizada”, afirma o coorde­nador. A UMM acompanha o caso orientando os moradores.

Freitas lembra ainda que a prefeitura de Ribeirão Preto pre­cisa encontrar uma solução defi­nitiva para o problema por causa da transformação do programa “Minha Casa Minha Vida” em “Casa Verde e Amarela”, ambos do governo federal.

Com a mudança, a faixa destinada para famílias com renda mensal menor que R$ 1.800, em que os moradores da comunidade estariam incluí­dos, foi extinta pelo governo federal. Questionada sobre a solicitação dos moradores, a Secretaria de Planejamento in­formou que analisará o pedido de regularização fundiária de interesse social, com base na legislação vigente.

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