Tribuna Ribeirão
Política

‘Nova prefeitura’ – Câmara pode votar compra de prédio

ALFREDO RISK

A Câmara de Vereadores deve votar na sessão desta quin­ta-feira, 5 de julho, o projeto de lei complementar nº 44/18 – de autoria do prefeito Duarte No­gueira Júnior (PSDB) – que autoriza a prefeitura de Ribeirão Preto a adquirir o imóvel onde funcionou a Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal, localizado na rua Amé­rico Brasiliense nº 426, entre a Tibiriça e a Álvares Cabral, no Centro Histórico da cidade.

O projeto está na pauta da sessão ordinária de hoje e tra­mitando em regime de urgên­cia requerido por Elizeu Rocha (PP) – passará pelas principais comissões permanentes do Le­gislativo, a de Constituição, Jus­tiça e Redação (CCJ) e de Finan­ças, Orçamento, Fiscalização, Controle e Tributária, fora do rito normal. Avaliado em R$ 7,72 milhões, o imóvel abrigará o gabinete do prefeito, as secre­tarias municipais da Casa Civil e de Governo e outras repartições, caso seja necessário.

Segundo o projeto prelimi­nar divulgado pelo Tribuna em março de 2017, junto com a Co­ordenadoria de Comunicação Social (CCS), toda essa estru­tura ocuparia os dois últimos pavimentos do prédio de três andares – sem contar o térreo. No primeiro andar a prefeitu­ra quer instalar uma espécie de “Poupatempo municipal”, prin­cipalmente com o serviço de atendimento da Secretaria Mu­nicipal da Fazenda – os demais setores da pasta continuarão na rua Lafaiete nº 1.000.

Uma das vantagens em rela­ção ao Palácio Rio Branco, além do bom estado de conservação, é a acessibilidade – tem rampa para cadeirantes e elevadores. Para abrigar a prefeitura, o pré­dio de três andares passará por obras de adequação. A aquisição pelo município não obedecerá o valor de mercado estipulado na avaliação. Isso porque a Cai­xa Econômica Federal aceitou a proposta feita pela prefeitura de pagar R$ 4 milhões, desconto de R$ 3,72 milhões, 48,2% abaixo do valor de mercado.

O projeto enviado para a Câmara estabelece que será uti­lizado como parte do pagamen­to do imóvel a compensação do Imposto Predial e Territorial Ur­bano (IPTU) devido, em atraso ou inscrito em dívida ativa, de diversos imóveis de responsa­bilidade da Caixa Econômica Federal. Também serão usados créditos tributários vencidos e a vencer do Imposto Sobre Servi­ços de Qualquer Natureza (IS­SQN) devidos pela instituição bancária ao município.

Museu Barão do Rio Branco
Quando a mudança for con­cretizada, a prefeitura pretende recuperar o Palácio Rio Bran­co e transformá-lo em museu. A ideia é promover exposições temporárias, usando os dois am­plos salões – o Nobre Antônio Duarte Nogueira, que tem até mezanino, e o Rosa que foi bati­zado de Orestes Lopes Camargo –, e permanentes que contem a história política da cidade, per­mitindo a visitação ao gabinete do prefeito e o acesso a vários objetos.

No entanto, qualquer in­tervenção no local depende de autorização do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conpacc, órgão mu­nicipal) e do Conselho de De­fesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Tu­rístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Além disso, o prédio impõe um obstáculo histórico à parte dos visitantes: não tem acessibilidade. Duarte Nogueira esteve em Brasília no ano passado e pediu, ao Mi­nistério da Cultura (MinC), R$ 9 milhões para recuperar o centenário Palácio Rio Branco. A ideia é atrair investimento de empresas privadas que, em troca, receberiam benefícios fiscais via Lei Rouanet.

Outro problema são as in­filtrações, as goteiras, as racha­duras, as partes hidráulica e elétrica do imóvel, a infestação de cupins, as janelas e pisos que­brados. A situação é crítica no Palácio Rio Branco. A última re­forma realizada no imóvel ocor­reu há mais de 25 anos, em 1992, na gestão de Welson Gasparini. A prefeitura vai construir o Cen­tro Administrativo Municipal em terreno de 106 mil metros quadrados na avenida Cavalhei­ro Paschoal Innecchi, no Jardim Independência, na Zona Norte da cidade. Mas o projeto exe­cutivo ainda não foi definido e a obra ainda não tem data para começar.

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