Apesar de ter sido muito bem votado nas eleições de outubro do ano passado, e do então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), obter a maior taxa de votos válidos no segundo turno de uma disputa presidencial em Ribeirão Preto (72,27%), o Partido Social Liberal (PSL) enfrenta dificuldades para se organizar na cidade. Para constatar isso, basta relembrar o histórico da legenda no município.
No segundo turno da eleição presidencial, Jair Bolsonaro obteve 215.117 mil votos. Até o meio do ano do ano passado, o Diretório Municipal do PSL em Ribeirão Preto era comandado por Evaldo Arantes. Na época, ele afirmou ao Tribuna que sua prioridade era trabalhar para aumentar o número de filiados na cidade – garante que o total de correligionários naquele período passou de 150 para 660, alta de 340%, com a inscrição de 510 novos membros.
Entretanto, pouco tempo depois desta afirmação ele deixou o comando da legenda e foi substituído por Manoel Anibal Versiani. No final de fevereiro deste ano, junto com todos os membros do Diretório Municipal do PSL em Ribeirão Preto, ele pediu a desfiliação – “em caráter irrevogável” – à Executiva Estadual. Evaldo Arantes continua filiado ao partido.
Na época, a justificativa para o pedido de desligamento de Versiani e sua diretoria foi de que houve quebra de confiança entre o Diretório Estadual e o Municipal por causa da dificuldade de obter respostas às demandas da legenda na cidade. A crise teria tido como estopim um encontro que seria realizado no município em parceria entres os dois diretórios, e que teria sido cancelado pelo Estadual sem maiores explicações ou agendamento de uma nova data.
Para substituir os dissidentes, em 17 de abril foi nomeada uma Comissão Provisória presidida pelo empresário Rodrigo Junqueira. Candidato a deputado federal pelo PSL nas eleições do ano passado, obteve 14 mil votos, mas não se elegeu. Em entrevista ao Tribuna, ao assumir o cargo, afirmou que colocou seu nome à disposição para disputar a prefeitura nas eleições de 2020 e que seu objetivo era reestruturar o partido e formar uma chapa competitiva na disputa por vagas na Câmara de Vereadores.
Entretanto, menos de um mês após Junqueira assumir o cargo, o partido divulgou, nesta terça-feira, 14 de maio, um comunicado em que anunciou o afastamento do empresário. O texto afirma que a decisão de deixar o comando da legenda foi provocada por motivos pessoais e profissionais. No lugar dele assumirá a presidência Jander Heber Silva de Almeida, atual vice-presidente da Comissão Provisória.
O Tribuna tentou falar com os diretores do partido para saber os motivos das constantes trocas de comando da legenda, mas eles não atenderam ou retornaram as ligações. Das 338.104 pessoas que foram às mais de 1.300 seções eleitorais de Ribeirão Preto em 28 de outubro do ano passado, segundo turno das eleições, 215.117 escolheram Jair Bolsonaro (PSL) para presidente do Brasil. Dos 297.645 votos válidos para a Presidência da República, o capitão reformado do Exército obteve na cidade 72,27%. Ele obteve, no total, 55,13% dos votos válidos, conquistando 57.796.986 votos em todo o Brasil.
O tamanho do PSL em Ribeirão Preto
Levantamento feito no final do ano passado pelo PSL de Ribeirão Preto revelou que o número de filiados ao partido no município é de 700 pessoas. Entretanto, não está entre os cinco preferidos pelos eleitores ribeirão-pretanos filiados a alguma sigla partidária.
Pesquisa feita pelo Tribuna junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que, até o segundo semestre de 2018, a legenda com mais filiados na cidade era o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com 7.200 mil, seguido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), com 5.300 mil, e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), com 3.400. O Democratas (DEM) vem logo depois com 3.285 membros e o Partido Social Democrático (PSD) tem 1.760 membros.