Os símbolos povoam a vida e a cultura dos homens desde tempos imemoriais. Serviram para marcar presença, indicar pertencimento a um grupo ou seita, bem como sempre representaram uma mensagem. No início do cristianismo, os fieis que executavam seus cultos nas catacumbas, por exemplo, usavam a imagem de um peixe para se identificar.
A bandeira parece ter sido o primeiro símbolo nacional. Mesmo antes do surgimento dos estados nacionais, bandeiras e estandartes eram usados para identificar os exércitos e quem deles fazia parte. Brasões familiares, gravados nos frontais dos castelos e casas senhoriais, mostravam a todos com quem estavam lidando. Hoje, quando entregamos nosso cartão pessoal talvez estejamos dando continuidade a esta prática.
A primeira bandeira nacional foi a Dannenbrog dinamarquesa, de 1219. Durante uma batalha feroz, uma cruz teria aparecido nos céus avermelhados do país escandinavo e dado a ele a vitória. Em reconhecimento, criou-se a bandeira, até hoje existente.
Canções militares, de estímulo às tropas ou de escárnio aos adversários, sempre foram usadas em batalha, mas, o primeiro Hino Nacional foi o da Holanda, surgido em 1568 e seguido pelo inglês, em 1745.
De 1500 a 1645, o Brasil foi colônia da Portugal, quando foi elevado à categoria de Principado por D. João IV, que concedeu a seu filho Teodósio o título de Príncipe do Brasil. Em 1808, a Família Imperial portuguesa, fugindo das tropas napoleônicas, transferiu-se para nosso país.
Até então, o Reino de Portugal não tinha um hino nacional, ausência que foi suprida pelo Hymno Patriótico da Nação Portuguesa, composto por Marcos Portugal em homenagem a D. João, Príncipe Regente.
Em 1822, logo após proclamar nossa independência às margens do Ipiranga, D. Pedro, chegado a São Paulo, compôs o nosso primeiro Hino Nacional, tocado no mesmo dia 7 de setembro, na Casa da Ópera, no Pátio do Colégio. Tinha letra do poeta carioca Evaristo da Veiga e foi usado até o dia 7 de abril de 1831, data da abdicação de D. Pedro I. Hoje é nosso Hino da Independência.
O imperador vinha demonstrando ideias absolutista, havia dissolvido a Assembleia Nacional Constituinte e enfrentava grande oposição do povo. Para não ser deposto, escolheu a abdicação em favor de seu filho Pedro de Alcântara, então com 5 anos. Para marcar o evento, foi tocado no cais do Largo do Paço, na capital do Império, a composição do carioca Francisco Manuel da Silva, que passaria a ser aclamado como nosso Hino Nacional.
Proclamada a República em 1889, ano seguinte o Governo Provisório patrocinou concurso para escolha de um novo hino, vencido pela música do carioca Francisco Miguez e letra do pernambucano Medeiros de Albuquerque. Face ao descontentamento popular, o Presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca teria dito: “Prefiro o hino já existente” e editou o Decreto n. 171 de 20/01/1890 reconhecendo-o como nosso Hino Nacional .
Como prêmio de consolação, o mesmo decreto instituiu o trabalho de Leopoldo Miguez e Medeiros de Albuquerque como Hino da Proclamação da República. Até 1909, nosso hino não tinha letra, embora fosse cantado com várias poesias. Neste ano, fez-se concurso público, vencido pelo poeta carioca Joaquim Osório Duque Estrada, mas só em 1922, ao se aproximar o primeiro centenário da Independência, o governo Epitácio Pessoa comprou o trabalho e oficializou a música e a letra de nosso Hino Nacional.