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Nossas Origens  

Cleison Scott * 
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Contratado pela NASA para fazer um estudo crítico das experiências para detecção de vida, o médico bioquímico inglês James Lovelock iniciou o trabalho analisando os processos químicos que permitem à vida material as possibilidades de existir. O objetivo da NASA era tentar provar, cientificamente, ser possível haver vida em Marte. É claro que se a tentativa tivesse sucesso, a NASA conseguiria gordos orçamentos para seu programa espacial. Lovelock analisando como a vida se manifesta em nosso próprio planeta chegou à conclusão de que não há chance de haver vida em Marte com as condições químicas que predominam em sua atmosfera.  
 
Ou seja, para que a vida subsista em Marte é necessário que a Vida antes trabalhe o planeta para adequá-lo às necessidades de suas manifestações. Como isso passava longe dos interesses subjacentes da NASA foi demitido, mas, intrigado continuou sozinho a trabalhar o assunto, esforço do qual resultou sua mais importante colaboração científica, A Teoria de Gaia. A Terra não é uma esfera com condições pré-existentes ideais para abrigar a vida. A Vida trabalhou a Terra por milhões de anos para forjar as condições ideais para nela se desenvolver e se manter. E como é inteligente, autônoma e autossuficiente a Vida promove o desenvolvimento e manutenção da vida material, o que por sua vez faz do nosso planeta o que ele é. Nas palavras do próprio Lovelock: “longe de ter sido feita como é, para que pudesse ser habitada, a Terra tornou-se o que é através do processo de sua habitação. Em resumo, a vida tem sido o meio, não a finalidade, do desenvolvimento da Terra”. 
 
Como a Vida é infinita seus métodos também o são. Como seu objetivo é que suas criaturas atinjam a perfeição que lhe é inerente esse processo é um permanente evoluir. Sem dúvida, ao ver esse anseio no nível manifesto da vida Darwin elaborou uma teoria sobre a evolução das espécies. A verdade é que, Darwin como a maioria dos cientistas, somente estudou a manifestação material da vida e elaborou uma teoria com base nos conhecimentos da época. Naquele momento, ele não poderia nem imaginar o recém-descoberto processo de regulação da vida chamado de ‘autopoiese, o qual afirma que os organismos vivos sofrem mudanças estruturais contínuas ao mesmo tempo em que conservam o seu padrão de organização em teia.  
 
Nesta teia, os organismos, ou mesmo quando ainda parte de organismos, dentro do entendimento corrente para este termo, produzem e se transformam uns aos outros, tanto pela autorrenovação, quanto pela criação de novas estruturas. Não é o meio ambiente, ou as dificuldades de existir impostas de fora para dentro, que obriga a vida a se alterar em sua manifestação física. Mas, sim a Vida que, analisando as condições tanto do meio ambiente, quanto do ser vivo, promove alterações em ambos, (processo de regulação da vida) da maneira mais apropriada, descartando as velhas alternativas como menos adequadas. O que significa que a seleção não é feita pelas disputas entre as próprias criaturas como prega o darwinismo dos neodarwinistas, mas pela própria Vida.  
 
A moderna ciência da autopoiese aborda esse fato com as seguintes palavras: – “O sistema vivo se liga estruturalmente ao seu ambiente, através de interações recorrentes, cada uma das quais desencadeia mudanças estruturais no sistema. Isto significa que, as mudanças na estrutura física dos sistemas vivos acontecem como resposta inteligente às influências ambientais e o natural anseio por ser cada vez melhor que todo sistema vivo carrega dentro de si. Por isso, como Darwin analisou detida e profundamente a manifestação material das estruturas vivas, encontrou aí um mutante desenvolvimento progressivo que começa no nível celular da vida. Só que, esse processo se dá de maneira inteligente, e não, de forma acéfala e aleatória como muitos passaram a defender com base na própria teoria de Darwin, acreditando que a vontade cega pregada por Schopenhauer mantém uma luta sem trégua para se impor e assim, vai eliminando eventuais empecilhos, o que faz parecer que só os mais fortes sobrevivem. Não são os mais fortes que sobrevivem, mas os que mais inteligentemente se adaptam. Se a força fosse a determinante da vida viveríamos em um planeta jurássico. Como diz a sabedoria chinesa: ‘o grande e forte carvalho não resiste à força das intempéries, mas o delgado salgueiro se verga ante a fúria do vento e volta à posição ereta quando este se cansa’. 
 
* Administrador de empresas com especialização em Marketing 

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