O Coro Cênico Bossa Nossa apresenta no dia 19 de novembro, às 20 horas, no Theatro Pedro II a produção “Nóis ganha poco mais nóis si diverti”, dentro do projeto Amigos da Casa. A peça homenageia o compositor e poeta paulistano, Adoniran Barbosa.
O tributo ao “Poeta do Bixiga”, como também era conhecido, está emoldurado no ambiente de um estúdio de rádio da década de 1950. O espetáculo acontece na duração de um programa radiofônico, onde o Bossa Nossa revisita parte do repertório do consagrado paulistaníssimo, filho de imigrantes venezianos, João Rubinato, ou apenas Adoniran Barbosa.
Além de parte do repertório do mais autêntico samba de São Paulo, o espectador/ouvinte é brindado com a atmosfera gostosa da época de ‘Ouro do Rádio’. Desfilam pelo programa “Ramalhete de Canções”, capítulo romântico de rádio novela; “reclames” comercias, serviço de utilidade pública, receita caseira e entretenimento. Além da programação musical e variedades, o público/ouvinte também reconhecerá a pujança, a força e o papel aglutinador do rádio daquela época, ouvindo uma edição do Repórter Esso, um dos noticiários mais importante do rádio nacional.
Um dos mais reconhecidos símbolos da “São Paulo da garoa”, Adoniran Barbosa, cantou e viveu intensamente a fase áurea da cidade. O ator, comediante, compositor, cantor, ex-pedreiro, ex-garagista, ex-mascate, ex-encanador, ex-garçom, marcou a história de música brasileira e a cena cultural urbana, porque era um ouvinte atento das ruas e dos personagens anônimos da cidade que tinha pressa em crescer e que em função do progresso foi perdendo encantos que Adoniran insistia em cultivar. Encantos reunidos em suas canções, na sua gramática peculiar, no seu olhar sempre enamorado sobre chão que ele adotou como único território pátrio: Sampa.
Odônio dos Anjos, um dos responsáveis pelo Coro Cênico Bossa Nossa, afirma que Adoniran Barbosa “era ex tanta coisa e uma das expressões mais brilhantes do samba paulistano. Não há ninguém que não conheça pelo menos um dos seus sucessos. Sua obra é presença obrigatória, em toda roda de samba de ‘responsa’ no mundo inteiro”.