Na quinta-feira, 14 de maio, o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) participou de uma reunião da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), por videoconferência, para discutir a pauta prioritária das cidades brasileiras. O relatório seria apresentado ao Ministério da Saúde, mas com a demissão de Nelson Teich a entrega das sugestões e reivindicações está ameaçada.
Em sua live desta sexta-feira (15), o chefe do Executivo ribeirão-pretano lamentou a saída do agora ex-ministro e disse que o pedido de demissão “tira a expectativa dos planejamentos de âmbito nacional, além de gerar ansiedade e preocupação desnecessárias”.
O ex-ministro ficou 28 dias no cargo após substituir Luiz Henrique Mandetta, exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro pelos mesmos motivos de seu sucessor – ser favorável ao isolamento social e contrário à adoção da cloroquina no Sistema Único de Saúde (SUS) sem comprovação de sua eficácia, já que o medicamento pode provocar efeitos colaterais.
“Quero, antes de mais nada, lamentar a saída do ministro Nelson Teich. É o segundo que o Brasil perde em menos de um mês. Para o enfrentamento das medidas da pandemia é ruim, porque tira a previsibilidade, tira a expectativa dos planejamentos de âmbito nacional e coloca a população em ansiedade e preocupação desnecessárias. Felizmente, em Ribeirão temos conseguido bons resultados. Isso é fruto de responsabilidade e organização”, disse.
Os principais temas abordados na reunião da FNP – composta por prefeitos dos 400 maiores municípios brasileiros – e que seriam levados a Teich repercutem diretamente no enfretamento da covid-19 em todo o país. Entre eles está a necessidade de credenciamento e habilitação de leitos de retaguarda e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pelo Ministério da Saúde.
Também entraram na discussão a disponibilização de recursos para médias e grandes cidades, a construção federativa de um protocolo de orientação e oferta de testes, respiradores, equipamentos de proteção individual (EPIs) e oxímetros aos municípios brasileiros.
Os prefeitos também frisaram a necessidade de fortalecimento da rede de assistência social do país, com incremento de investimentos por parte do governo federal, e de celeridade na liberação de recursos federais para equilibrar as contas públicas dos municípios.
“Em Ribeirão Preto, estamos fazendo todo o esforço possível para a redução das contas, mas se o auxílio do governo federal não chegar em tempo hábil, ou mesmo na medida que é necessária, teremos problemas para honrar os compromissos da prefeitura já nos próximos dois meses”, disse o prefeito Duarte Nogueira.
Segundo o presidente da FNP, Jonas Donizette (PSB), prefeito de Campinas, uma comissão formada por chefes do Executivo de cinco municípios brasileiros participariam da reunião, agora sem data definida pelo Ministério da Saúde, que terá de aguardar a nomeação de um novo ministro. “A ausência do ministro vai impedir que possamos levar esses quatro itens importantes para a população brasileira”, emenda Nogueira.