Por Hugo Luque
Com o sinal de alerta ligado novamente, o Botafogo recebe o Brusque, neste domingo, às 18h30, no Estádio Santa Cruz, em partida válida pela 16ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Dentro do Z-4, o Pantera faz o verdadeiro “jogo de seis pontos” com o rival catarinense.
Isso porque os paulistas ocupam a 17ª colocação na tabela, com 17 pontos, enquanto o Brusque está na 17ª posição, com 14. Se vencer, o Quadricolor volta a sonhar com a possibilidade de deixar a degola.
A equipe vem de uma impressionante sequência de empates. São cinco, com Avaí (sem gols), Ituano (1 a 1), CRB (1 a 1), Ponte Preta (sem gols) e Chapecoense (1 a 1). Diferente do Tricolor, o time sulista vem de uma semana cheia de descanso e treinamentos.
O Bota, por outro lado, vem de uma sequência de derrotas e poucos dias de recuperação. Desde o empate em 1 a 1 com o Sport, em casa, os comandados de Paulo Gomes foram batidos por Ituano (3 a 2), Amazonas (1 a 0) e, na quarta-feira, acabaram goleados pelo CRB, fora de casa, por 4 a 1, em duelo atrasado da nona rodada.
Do sonho do acesso, os resultados negativos levaram o Pantera de volta à briga contra a queda, que parecia ter sido superada. É a prova do equilíbrio da Série B, em que a 15ª rodada chegou ao fim com uma diferença de apenas oito pontos do quarto para o 17º na classificação.
“Momento difícil. A Série B é um campeonato difícil, temos de falar pouco e trabalhar bastante. Agora é recuperar para, no domingo, fazer um grande jogo e voltar a vencer”, disse o meia Gustavo Bochecha após a derrota do meio de semana.
Desfalques e oportunidades
Um dos grandes problemas do Botafogo nesta temporada tem sido a perda de jogadores para o departamento médico. Contra o CRB, o lateral-direito Walisson, autor do gol ribeirão-pretano no início do jogo, sofreu um choque com um atleta adversário, deixou o Estádio Rei Pelé de ambulância e teve constatada uma fratura no antebraço.
Embora o tempo de recuperação não tenha sido divulgado, o atleta não estará disponível para a rodada deste fim de semana. Por isso, Paulo Gomes terá mais uma dor de cabeça para escalar a equipe diante de sua torcida.
“O Botafogo tem de estar sereno neste momento. Todos nós sabemos que estamos passando por uma fase pior, principalmente nas últimas três partidas, obviamente. Estamos com muitas baixas no time, expliquei isso na última coletiva, e temos de contar as espingardas e ver quais jogadores temos disponíveis para a próxima partida”, lamentou o treinador português.
Essa complicada situação, porém, pode ser vista com outros olhos de acordo com o atleta. Para quem deixa o time titular com uma lesão, é claro, não há lado bom. Contudo, os jovens da base passaram a receber mais oportunidades com essas lacunas no curto elenco botafoguense.
Para alguns deles, tudo começou com a Copa Paulista, torneio estadual que o Pantera disputa paralelamente ao nacional. No último domingo, o time, comandado pelo auxiliar Alexandre Faganello, empatou sem gols com a Francana, fora de casa. Antes disso, porém, o plantel alternativo, formado majoritariamente por jovens do sub-20, goleou o Comercial por 4 a 1 e empolgou a torcida.
Além de João Costa, presença constante no time titular do Brasileiro, outras promessas passaram a ter mais chances, como Willian Gabriel e Rafinha, ambos de 19 anos, reservas acionados nos últimos jogos. Outros jogadores ainda aguardam as primeiras partidas pela equipe principal, mas já passaram a ser relacionados, como os meias Erik Rebello e Arthur Mosca.
“Isso representa, primeiro, que devemos ter um grau de inteligência elevado para encontrar as soluções dentro do elenco que temos. Volto a frisar que, contra o Ituano, acabamos com três sub-20. Na última partida [contra o Amazonas] também, e entraram muito bem na partida. Desta vez [diante do CRB], voltamos a terminar com mais dois jogadores da base. Tenho dado a oportunidade a eles e eles precisam dar uma boa resposta. A nós, cabe encontrar as melhores soluções para podermos vencer o próximo jogo em casa, que é muito importante para nós”, completou Gomes.
Reforços?
Desde a abertura da janela de transferências do meio de ano, no último dia 10, o Botafogo anunciou três reforços: o lateral-direito equatoriano Jeampaul Herrera, o meia Luquinha e o centroavante Alexandre Jesus. Até aqui, apenas o estrangeiro aguarda liberação burocrática para poder iniciar de vez sua trajetória no Tricolor.
No entanto, somente Alexandre entrou em campo até aqui. O atacante, emprestado pelo Fluminense, foi até mesmo titular diante do CRB.
“Tem um tempinho que cheguei. O grupo é maravilhoso, acolhedor, em que todo mundo se fala. Sobre o Paulo, é um treinador inteligente, de boa característica. Tem tudo para dar certo e vamos firmes”, disse o atleta de 22 anos, que também elogiou o clube.
“O grupo é bem acolhedor. Cheguei aqui e todos me trataram bem, me acolheram, me abraçaram e confiaram em mim. Sobre a história do Botafogo, é um clube grande, todo mundo sabe. Sei da importância e da responsabilidade de vir para cá e vou fazer de tudo para ajudar e ser ajudado também.”
Luquinha, que passou um ano e meio afastado no futebol português, por outro lado, busca o ritmo ideal e ainda não foi relacionado. Ainda não se sabe se o jogador de 23 anos já reúne condições para atuar diante do Brusque.
Para entrar em campo, o Pantera não divulgou se contará com o meia nesta rodada, assim como seu xará, o zagueiro Lucas Dias, que perdeu o duelo com o CRB por conta de um trauma no joelho. Fábio Sanches, contundido, também não jogou e é outra dúvida. Walisson, como citado, não joga.
Um provável 11 inicial tem: João Carlos; Thassio, Matheus Costa, Schappo e Jean Victor; João Costa, Patrick Brey (Carlos Manuel) e Bochecha (Fillipe Soutto); Negueba, Baggio (Alex Sandro) e Alexandre Jesus.