Murilo Bernardes
Ribeirão Preto ganhou no último final de semana um novo point esportivo para a cidade. A RP Skate Park, pista de skate inaugurada no Parque Maurílio Biagi, que fica localizado na região central, tem tudo para se tornar referência na modalidade e trazer ainda mais visibilidade para o município.
Idealizada pelo Instituto Nova Era, com projeto assinado pelo skatista Bob Burnquist, dez vezes campeão mundial e um dos maiores nomes da história da modalidade, a RP Skate Park possui espaço para arquibancada, área para juízes e atletas, além de toda a infraestrutura necessária para a prática esportiva.
Segundo Burnquist, as pistas de skate são “iguais obras de arte”. Por este motivo, atletas de todo o Brasil e do Mundo podem querer vir conhecer a pista projetada pelo decacampeão mundial.
“Nenhuma pista é igual, diferentes de campos de futebol, quadra de vôlei. É importante que todas sejam diferentes. É uma coisa única. É uma obra de arte, de fato. Os skatistas têm que chegar aqui e colocar a visão em cima do que eu construí. Vai vir gente porque não tem pista igual no mundo”, afirmou.
A pista tem mais de quatro mil metros quadrados e integra, em um mesmo espaço, as duas principais modalidades do esporte, park e street, que ganharam maior repercussão e reconhecimento após as Olimpíadas de Tóquio, quando os brasileiros Kelvin Hoefler, Rayssa Leal, a “Fadinha” e Pedro Barros subiram ao pódio para trazer três pratas ao país.
André Trindade, secretário de Esportes de Ribeirão Preto, falou com exclusividade ao Tribuna sobre o lançamento da pista. Para ele, o investimento é uma oportunidade de trazer mais qualidade de vida para a população.
“A pista de skate é um investimento proveniente do financiamento FINISA, que é voltando para o desenvolvimento urbano. Ou seja, construção de equipamentos que possam melhorar a vida das pessoas. Foi uma solução muito boa, pois o projeto é de um especialista, o Bob Burnquist. A prefeitura apostou neste projeto como uma forma de acompanhar a evolução do esporte, vide o sucesso que o skate teve nos Jogos Olímpicos. Fizemos um investimento de forma visionária. A pista será uma forma de gerar oportunidade, lazer e também vai dar uma cara nova para o parque. A prefeitura espera dar mais qualidade de vida para a população”, afirmou.
Fim do Vôlei Ribeirão
Ao mesmo passo em que um novo e grande projeto foi anunciado na cidade, outro, que fez muito sucesso nos últimos anos, fecha as portas. A cidade de Ribeirão Preto não tem mais um time profissional de vôlei. O projeto Vôlei Ribeirão, que recolocou o nome da cidade na modalidade nos últimos quatro anos, está encerrado após quatro temporadas.
Lipe Fonteles, campeão olímpico e presidente do Cavalo Ace, está atuando no voleibol japonês e acabou ficando mais distante da gestão da equipe nos últimos anos. Ele já havia destacado o grave momento financeiro da equipe em outras oportunidades.
“Como não utilizamos nenhum incentivo fiscal, fica mais complicado, ainda mais neste momento onde as empresas estão começando a se reerguer. Enfim, delicada situação”, afirmou Lipe em entrevista ao Tribuna no mês de junho.
A grave crise financeira da equipe pôde ser evidenciada principalmente na temporada passada, quando o time não participou do Campeonato Paulista e confirmou sua inscrição na Superliga no último dia. De acordo com Dado Baptista, supervisor da equipe, o Vôlei Ribeirão disputou a competição com uma maioria de atletas emprestados e pagos pelo Cruzeiro.
“Estávamos em contato com patrocinadores, mas infelizmente não conseguimos. Não houve renovação e ficou inviável por conta da pandemia. Já na nossa última temporada foi difícil, pois já tínhamos perdido alguns investimentos, aí o que conseguimos, nós pagávamos as despesas e a maioria do elenco era pago pelo Cruzeiro, que nos emprestou seus atletas de base”, contou.
Após o término da última temporada, o clube já dava indícios de que o projeto estaria no fim. O principal deles foi a saída do técnico Marcos Pacheco, que comandou o Cavalo Ace desde sua fundação.
Em quadra, o Vôlei Ribeirão teve um início promissor, com os títulos da Taça Prata e da Superliga B. Na elite do voleibol nacional, a Superliga, foram três temporadas. Nas duas primeiras, o time ficou na décima colocação, sem alcançar os playoffs, inclusive, em uma delas, contou com o bicampeão olímpico Serginho, líbero. Em 2020-2021, com uma equipe bastante jovem, foi lanterna, com apenas três vitórias em 22 jogos.
Sobre o término do projeto, o secretário de Esportes lamentou, mas reiterou que este tipo de equipe, de alto rendimento, está fora da alçada orçamentária da Secretaria. A Prefeitura de Ribeirão era apoiadora do Vôlei Ribeirão, mas o financiamento do projeto era privado.
“A equipe de vôlei de Ribeirão Preto era um projeto independente. Infelizmente o projeto ficou inviável, o período de pandemia retraiu o investimento em marketing das empresas. A prefeitura sempre estará de braços abertos para receber equipes de rendimento, mas não sendo papel da secretaria suportar esse tipo de custo. O nosso orçamento é suficiente para categoria de base, atendimento para crianças e jovens. Agora para rendimento, a cidade apoia, oferece estrutura, mas não pode viabilizar”, avaliou.
Estação Cidadania
A Prefeitura de Ribeirão Preto também está trabalhando na construção do Estação Cidadania, antigo Centro de Iniciação ao Esporte, que fica localizado no bairro Alexandre Balbo, zona Norte.
Entretanto, o projeto ainda não está finalizado e tem previsão para ser inaugurado no dia 17 de novembro. Porém, a data não é oficial. Alguns problemas estruturais ainda precisam ser sanados no local.
Trindade também falou sobre o andamento das obras no Estação Cidadania. Ele confirmou a projeção para inauguração no dia 17 de novembro e reiterou as qualidades que o local terá.
“É um projeto do Governo Federal, está com certo atraso, mas está em fase de conclusão. A expectativa para inauguração é para o dia 17 de novembro. Lá serão abrigadas 13 modalidades esportivas. O espaço vai abrigar a primeira quadra oficial 20x40m da cidade de Ribeirão Preto. Lá vamos poder desenvolver vôlei, futsal, handebol, basquete e outros esportes. São 180 lugares de arquibancada, vestiários, depósito, é um empreendimento muito bonito, cercado, seguro e com portaria. Nossa expectativa é grande. Depois da Cava do Bosque, a quadra mais importante que teremos será o Estação Cidadania”, disse Trindade.
O projeto contempla um Ginásio Poliesportivo com arquibancada para 177 lugares e área de apoio para a administração, sala de professores e técnicos, vestiários, enfermaria, copa, depósito, academia e sanitários, além de uma quadra de apoio externa descoberta, em uma área construída de 3,5 mil metros quadrados.
A Secretaria de Esportes passa a ter um Ginásio Poliesportivo com as medidas oficiais (40 metros por 20 metros entrelinhas, com dois metros de recuo), atendendo a todas as modalidades de quadra.
O complexo esportivo pode receber até 13 modalidades olímpicas: Badminton, Basquete, Boxe, Esgrima, Ginástica Artística, Rítmica e Trampolim, Handebol, Judô, Levantamento de Peso, Lutas, Taekwondo, Tênis de Mesa, Vôlei e Vôlei de Praia; seis modalidades paralímpicas: Esgrima em cadeira de rodas, Goalball, Halterofilismo, Judô, Tênis de Mesa e Vôlei Sentado, e uma modalidade não olímpica: Futebol de Salão.