No Estado, o temporal deixou 31 mortos e 74 desaparecidos até agora. Em mais de 200 municípios houve registro de áreas ilhadas, interrupção do abastecimento de energia elétrica e rompimento de barragem.
De acordo com monitoramento da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do Estado, o nível se mantém em elevação na manhã desta sexta-feira, atingindo 3,7 metros na medição mais recente. O Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estima que o nível possa chegar a 5 metros.
Na região do Cais Mauá, em Porto Alegre, uma estação de bombeamento de águas pluviais transbordou nesta manhã e as ruas do centro histórico foram tomadas pela enchente.
O desastre climático é classificado como de grande intensidade, o que motivou decreto de calamidade pública pela prefeitura da capital gaúcha e pelo governo do estado.
O Guaíba recebe as águas de diferentes bacias hidrográficas afetadas pelos temporais, como Taquari e Caí. Nas últimas décadas, segundo a agência MetSul, o limite de três metros só foi ultrapassado em três ocasiões: em setembro de 1967 (3,11 metros), setembro de 2023 (3,18 metros) e novembro de 2023 (3,46 metros).
Com as inundações, o sistema de abastecimento de água Moinhos de Vento, que atende 21 bairros da capital gaúcha, teve a operação suspensa pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).
“Estamos atuantes de forma ininterrupta em toda a cidade, mas pedimos atenção especial da população do Centro Histórico e 4º Distrito. Evitem deslocamentos. O Guaíba está avançando e, apesar do fechamento das comportas do Cais Mauá, há a possibilidade de alagamentos nesta área”, declarou o prefeito Sebastião Melo (MDB).
Os alagamentos que atingem dezenas de ruas motivaram a interrupção de serviços de saúde e cancelamento de aulas.
Na manhã desta sexta, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) orientou que a população evite deslocamentos pela capital gaúcha. Todos os acessos ao centro histórico da cidade estão bloqueados.