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Niki Lauda – Muito mais que um piloto da F-1

Não foram só os três títulos de campeão mundial de Fór­mula 1 que fizeram Niki Lau­da, que morreu nesta semana aos 70 anos, virar uma lenda do automobilismo. Um dos episódios mais emblemáticos da história da categoria quase tirou a vida do austríaco.

Lauda era o então cam­peão da F-1 após conquistar seu primeiro título em 1975. A temporada 1976 parecia que acabaria da mesma forma. Foi quando chegou o Grande Prê­mio da Alemanha, em 1º de agosto daquele ano. O piloto da Ferrari foi contra a reali­zação da corrida temendo a falta de segurança do circuito de Nürburgring, mas acabou como voto vencido.

Durante a prova, ele sofreu grave acidente após a suspen­são da roda do carro dele se partir. Bret Lander e Harald Ertel não conseguiram desviar e acertaram a Ferrari em cheio

O austríaco ficou desacor­dado dentro do carro em cha­mas e contou com a ajuda de outros pilotos, entre eles Emer­son Fittipaldi, para tirá-lo do cockpit incendiado. Pouco de­pois, o brasileiro estava ao lado do quarto de Lauda no hospital quando recebeu o convite para ser seu substituto na Ferrari já na corrida seguinte. O cam­peão mundial de 1972 e 1974 recusou a proposta.

Ainda no hospital, o aus­tríaco teve que lutar pela vida depois de sofrer múltiplas fraturas, ter parte do rosto queimado e os pulmões in­toxicados. Até um padre foi chamado para aplicar a extre­ma-unção no piloto. Surpreen­dentemente, Lauda não apenas sobreviveu, mas 43 dias depois estava dentro de sua Ferra­ri para o GP da Itália. Com o rosto desfigurado, ele ficou na quarta colocação.

O título da F-1 daquele ano terminou com o britânico James Hunt, que aproveitou a ausência do adversário em algumas provas para entrar na briga. Lauda acabou em segundo. A rivalidade entre o austríaco e o britânico, inclu­sive, virou filme com o lança­mento de “Rush”, em 2013.

Emerson Fittipaldi ajudou na retirada do corpo de Lauda do cockpit da Ferrari em chamas. No hospital, com o austríaco em coma, recebeu convite da Ferrari para substituí-lo: recusou de pronto

Na temporada seguinte, Lauda se recuperou para con­quistar seu segundo título em 1977, em sua despedida da Ferrari. O então bicampeão fe­chou com a Brabham, mas não obteve o mesmo sucesso. Deci­diu se aposentar em 1979 para se dedicar à vida de empresá­rio. Apaixonado por aviação, o austríaco fundou a companhia aérea Lauda Air.

Os negócios não iam bem, e Lauda acertou seu retornou à F-1 para a temporada de 1982. O austríaco agora era piloto da McLaren. Foram dois anos sem grande brilho até chegar 1984, que fez a equipe inglesa subir de patamar com o mo­tor Porsche. Resultado: Lauda terminou a temporada como tricampeão do mundo.

O piloto ainda continuou no grid na temporada seguin­te, mas enfrentou muitos pro­blemas e se aposentou, desta vez em definitivo, no fim de 1985. Ao todo, Lauda teve 25 vitórias e 54 pódios em 177 GPs na Fórmula 1.

A despedida da F-1 fez as atenções de Lauda volta­rem mesmo para a aviação. O austríaco seguiu trabalhando com a Lauda Air até vendê-la em 1999. Ele ainda atuou com outras companhias aéreas. Em paralelo, desde setembro de 2012 era presidente do Conse­lho de Supervisão da equipe da Mercedes na Fórmula 1.

Na equipe alemã, o austrí­aco teve grande influência na contratação de Lewis Hamil­ton no início da atual hegemo­nia da F-1. Nos últimos cinco anos, a Mercedes garantiu os títulos tanto dos mundiais de pilotos quanto de construto­res da categoria. Hamilton foi campeão em 2014, 2015, 2017 e 2018. Já Nico Rosberg levou a melhor em 2016.

Mas as aparições de Lauda no box da equipe durante os GPs viraram raridade desde o ano passado. No último verão europeu, o ex-piloto passou por uma cirurgia para realizar um transplante de pulmão e não compareceu mais às cor­ridas. No começo de 2019, ele ficou internado por conta de uma gripe. Ontem, a família do tricampeão mundial anun­ciou o falecimento de Lauda em um comunicado.

O corpo do piloto começará a ser velado na próxima quarta-feira, na Catedral de Viena.

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