José Eugenio Kaça *
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Os extremistas da ultradireita brasileira nunca aceitaram a redemocratização, e desde a Promulgação da Constituição cidadã de 1988 tramam nos calabouços a volta dos usos e costumes praticados na Idade Média. Mas incutir estes pensamentos no cotidiano brasileiro era preciso, além do fundamentalismo religioso criar um movimento de massa que abalasse as estruturas do poder. O movimento que aparentemente era um movimento espontâneo, que surgiu em 2013, com os estudantes tomando as ruas da cidade de São Paulo, protestando contra o aumento de vinte centavos na tarifa do transporte coletivo, movimento que tomou a maioria das cidades brasileiras. Esse movimento estudantil foi a oportunidade que os extremistas precisavam para entrar em ação, e inspirados nos movimentos radicais da terra do Tio Sam, tocaram o terror pelas ruas das grandes cidades, e esse radicalismo que se dizia contra o sistema político brasileiro. E esse radicalismo de extrema direita derrubou uma Presidenta, e elegeu um pseudo patriota, com tem alma de entreguista, envolvido com a milícia carioca para a presidência da República – fazendo o país recuar 50 anos.
E a partir daí o radicalismo e a imbecilidade tomaram conta do cotidiano brasileiro. Plantaram no cerne da população a ideia de que não políticos seriam melhores para atuar na política, mas o resultado dessa obtusidade é que temos os piores parlamentares da história nos três níveis de governo. O slogan fascista “Deus Pátria e família” é o mantra que a delinquência intelectual dos extremistas no Congresso Nacional usa para transformar o Parlamento em um filme de horror, e este horror é replicado nos parlamentos pelo Brasil. “Aquela esperança de tudo se ajeitar pode esquecer”, estes versos de Chico Buarque, se encaixam perfeitamente no momento que estamos vivendo. O povo brasileiro sempre acreditou e esperançou um futuro melhor, mas a cada dia a esperança de tudo se ajeitar vai ficando mais difícil.
Como chegamos a esta situação? A consolidação de uma Nação acontece quando a geração que governa, pavimenta com estradas largas os caminhos das gerações futuras, e estes caminhos são só podem ser pavimentados com uma educação básica pública de qualidade para todos. E por que até hoje não pavimentamos este caminho? O Brasil alicerçou a sua sociedade no escravagismo, e este sistema induziu camufladamente o sistema de castas, onde os pobres eram desprovidos de direitos, e um abismo foi criado para manter tudo como sempre foi. Como entender a estagnação da educação básica pública brasileira, se temos os maiores especialistas em educação básica do mundo? A resposta é que nunca tivemos uma elite patriota, que lutasse pela soberania nacional, que não fosse lambe-botas do país poderoso da vez, não se importando com as condições de miserabilidade que vive a população periférica brasileira.
Ver a atuação dos congressistas de extrema direita é deplorável, se dizem patriotas, mas vivem achincalhando o nosso País, são verdadeiros lambe-botas do Tio Sam e de empresário bilionário, se vendem tão barato, que não dá para acreditar. Enquanto o Brasil pega fogo, fogo este estimulado por homens ungidos, que sopraram o apito de cachorro, que idiotizados, servidores do mal ouviram, e fizeram o serviço sujo. Estes parlamentares estão serrando fileiras para apoiar e defender o bilionário que quer achincalhar o Supremo Tribunal Federal; que tipo de patriota são estes parlamentares. O povo precisa acordar e expulsar da política brasileiras estes vendilhões da Pátria. Não é só votar, precisa acompanhar e cobrar, o parágrafo único do artigo 1º da Constituição cidadã nos dá este direito – vamos exercê-lo!
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação