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Negligenciar o passado compromete o futuro

O filosofo chinês Confúcio, que viveu há cerca de 2.500 anos afir­mou: “Se queres prever o futuro estude o passado”, e até hoje a maioria da população brasileira não entendeu o seu significado. O retrocesso que o Brasil começou a experimentar após as manifestações de 2013, culminou com a eleição de um presidente sectário, defensor da ditadura militar e ligado às milícias cariocas. E neste rastro de retrocessos o parlamento brasileiro foi ocupado através do voto, por parlamentares fundamentalistas religiosos, corruptos e ratos da ditadura militar, que se alto intitulam “homens de bem”, e estão colocando o povo brasileiro na penúria. Os dicionários definem a democracia como um sistema político que se baseia na ideia de liberdade e soberania popular, um regime que não existe desigualdade, no entanto no Brasil a ditadura e a segregação social são as máculas da nossa democracia.

Na Idade Média a Igreja Católica confinava entre os muros de seus monastérios os conhecimentos, porque o conhecimento alicerça e mantém o poder, e, portanto, tinha que ser restrito, e não permitir jamais que a ralé se apropriasse, pois iriam querer tomar o poder e exigir a sua liberdade. O desenvolvimento das ciências e das tec­nologias deveria ajudar a diminuir o abismo social que há entre os países, mas não foi o que aconteceu. O conhecimento que estava restrito aos livros e às bibliotecas, com o advento da internet se popularizou, no entanto a qualidade ficou comprometida.

A facilidade e a velocidade com que as notícias chegam até as pessoas são incomensuráveis, e diante disso os propaladores de notícias falsas encontraram um campo fértil e adubado para cometerem os seus crimes. A ditadura cívico-militar, que perdurou por mais de vinte anos, trouxe em seu bojo as atrocidades que todo o regime de exceção carrega. Os regimes de exceção sabem de cátedra que uma propaganda eficiente os torna heróis perante a maioria da população, enquanto a minoria que contesta o regime frequenta os porões dos órgãos criados para torturar, matar e desaparecer com os oponentes.

A eficiência da propaganda e da repressão no Brasil camuflou a ver­dadeira história, e nem o fim do regime conseguiu colocar à luz da ver­dade. E a falta de luz e o não esclarecimento dos fatos ocorridos durante estes vinte anos, fez os crimes contra a Nação caírem no esquecimento. O golpe derrubou um Presidente legitimamente eleito, todos os gover­nadores e os prefeitos de capitais – fechou o Congresso Nacional, caçou, perseguiu, matou e desapareceu com parlamentares que se opuseram ao regime, colocou o Supremo Tribunal Federal de joelhos, tudo isso para pavimentar o caminho da corrupção, e do entreguismo e subser­viência ao Tio Sam. Os militares brasileiros entregaram uma área de 16 mil Km², em plena floresta amazônica, a um bilionário estadunidense chamado Daniel Ludwig, para a implantação do projeto Jari, que iria produzir celulose, e os militares patriotas trabalharam como capitães do mato para servir ao senhor do norte.

A ditadura engabelou a população brasileira desde o início, alguém se lembra da campanha do ouro para o bem do Brasil, que arrecadou bilhões para pagar a divida externa, e até hoje ninguém sabe, ninguém viu. Quando eu vejo o presidente obtuso e seus asseclas comemorarem o dia 31 de março, como um marco na democracia brasileira, dizendo que não ouve ditadura e nem a restrição da liberdade; eu me socor­ro nos versos do grande Chico Buarque: “chame o ladrão, chame o ladrão…”. E após vinte e um anos de lambeção das botas e entreguismo ao Império do Norte, não tendo como explicar os escândalos no sistema financeiro, e no governo, e com a inflação sem controle, abandonaram o barco, e mais uma vez o povo brasileiro pagou a conta.

A falta de conhecimento histórico da população nos faz passar pelas agruras do momento atual, pois os avanços sociais pós Constituição estão sendo dilapidados por essa gente sem moral, sem ética e sem escrúpulos. É hora de reagir – o Brasil não pode continuar neste diapasão! “Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador”.

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