Ainda que imagens detalhadas e em alta resolução devam demorar algumas semanas para chegar, a NASA já liberou mais uma leva de informações sobre Ultima Thule, coletadas pela sonda New Horizons que passou por lá no primeiro dia do ano. Até então, o que já sabíamos era a confirmação da cor avermelhada da superfície do objeto, além de seu formato que foi comparado ao de um boneco de neve, sendo que Ultima Thule é, na verdade, a junção de dois objetos que se colidiram a uma velocidade tão lenta a ponto de ser possível um “encaixe”.
Agora, a agência espacial dos EUA diz que não há evidências de que o objeto oficialmente chamado 2014 MU69 tenha anéis ou satélites próprios em sua órbita, e a análise de dados também não encontrou evidências de que o objeto possui atmosfera. A NASA também confirma que os dois lóbulos de Ultima Thule (chamados, sem muita criatividade, de Ultima e de Thule) são praticamente idênticos em sua cor superficial.
Nos próximos dias, a sonda New Horizons ficará incomunicável, sendo necessário fazer uma pausa enquanto a nave não está em uma posição que favoreça as comunicações. A transmissão de dados será retomada no dia 10 de janeiro, e os dados coletados continuarão chegando a todo instante pelos próximos 20 meses.
O futuro da New Horizons
Lançada em 2006 com a missão de estudar Plutão e suas luas (o que aconteceu em 2015), a sonda New Horizons acabou tendo sua missão estendida pois, em 2014, descobrimos graças ao telescópio espacial Hubble a existência de Ultima Thule, objeto do Cinturão de Kuiper cujo formato misterioso intrigou a comunidade científica. Então, após o fim da jornada da New Horizons pelo sistema de Plutão, sua trajetória foi adaptada para que o sobrevoo pelo objeto 2014 MU69 fosse possível — o que aconteceu no início de janeiro.
Agora, enquanto os cientistas da missão se preparam para baixar a imensa coleção de dados da New Horizons, os manipuladores da nave já estão buscando o próximo alvo, pois a nave tem combustível para se manter operacional até a década de 2030 e existem muitos objetos interessantes no Cinturão de Kuiper esperando serem estudados de pertinho.
Contudo, o futuro da missão ainda é um mistério, já que definir qual outro objeto a ser explorado é uma tarefa que pode levar meses, ou até anos, para ser completada. E, além disso, é preciso que a NASA tenha verbas o suficiente para estender a missão por mais alguns anos, como foi possível de ser feito com a observação de Ultima Thule. E, considerando que ainda temos 20 meses pela frente até que os dados sobre o objeto terminem de chegar, ainda é cedo para especular se a New Horizons terá mesmo sua “vida” estendida, qual objeto ela visitará na sequência, e quando isso acontecerá.
Fonte: NASA, Space News